Capítulo 25 - Sébastien

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Em nossa frente uma moça de mais ou menos 20 anos nos observava tentando saber o que fazer conosco, a noite já havia chegado mas não sentíamos frio, muito pelo contrário sentimos muito calor, a estranha mulher emanava de sim um grande calor, sua pele morena bem clara e seu cabelos laranja e loiro em cachos passava a sensação de calor, ela parecia um pequeno sol em forma de mulher.

" Bem, Esú me disse para guia - los pelo Ayê, e os ajudar com as pendências que crianças não pode resolver, eu brevemente os conheço e sei dos seus poderes, principalmente os seus, cria da búfala." - A jovem deusa olhou para Beatriz com uma expressão mista de curiosidade e também repulsa.

" Desculpe nossa ignorância moça, mas quem é você? " - Eu perguntei receoso, afinal não havia conhecido nenhum deus até agora, só havia conhecido apenas o grandão Esú e ele não era muito amistoso.

" É claro que não me conhece, poucos humanos ainda me veneram, eu sou a deusa do fogo primordial, mas hoje não sou mais Oroiná, me chame de Egunitá, e por agora é o que precisam saber de mim, você é a cria de Ogun não é? Interessante." - A deusa me olhou atentamente, me analisando e tentando saber o que poderia fazer comigo.

" Não queria atrapalhar a conversa de vocês, mas tem alguém vindo para cá, e não parece ser alguém normal." - O pequeno Dryko, possuía entre várias habilidades, o poder de sentir as matas, uma habilidade realmente muito útil para um caçador como ele.

" Temos que nos apressar então, nesta condição não serei muito útil, ainda mais agora que acabei de ser invocada, vamos pequenos, não podem se atrasar com lutas inúteis, só me dê um minuto enquanto abro um portão para nós." - A deusa começou a recitar algumas palavras em yorubá e em suas mãos pequenas chamas surgiram.

" Não vai dar tempo, eles já estão aqui."

E assim que Dryko disse isso, vários macacos como os do parque pularam em cima de nós, mas agora eles eram muitos, tinha uns 20 pra cada um de nós no mínimo, todos começaram a lutar mas em meio a batalha eu observei um homem alto e magro com olhos de gato? Eu sei olhei mais atentamente mas sim eu não havia enlouquecido, aquele cara tinha olhos como o de um felino mas de resto ele parecia normal, o que ele era então ? Eu iria saber.

Eu fui desviando dos macacos enquanto os outros seis davam tempo para a deusa conseguir abrir portal, meu olhar focado no centro da confusão, onde aquele homem estava parado me encarando com seus olhos estranhos, ao chegar mais próximo, eu percebi que não havia nenhum macaco perto dele, mesmo parecendo que ele os comandava, olhando mais atentamente eu percebia que não era só os olhos dele que eram diferentes, sua pele tinha umas manchas arrendondadas e amarelas, suas unhas eram muito grandes e curvadas, ele parecia um leopardo, antes que eu pudesse analisar mais, o homem pulou sobre mim, me mostrando que aquilo não eram unhas e sim garras.
Eu desviei do golpe ágil e puxei meu facão, me colocando em posição de combate mas o homem-leopardo apenas riu de mim.

" Você é apenas uma criança, brincando com uma faca grande, minha raça é muito mais forte, rápida e ágil que seus homens mais fortes, o que acha que pode fazer contra mim ? Um predador natural, e hoje garoto você será minha presa." - E num movimento seus dentes cresceram e seu corpo se encheu de manchas , nesse modo ele era um leopardo com duas pernas.

" O que é você?" - Eu vociferoi para ele.

" Eu sou Kanan, um amaldiçoado, um homem que se transforma em leopardo em certas temporada mas vivo a séculos graças a um favor para um oxô poderoso, então hoje consigo manipular de maneira muito efetiva minha transformação, e você é meu inimigo, facilite as coisas meu pequeno almoço" - Ele sorriu expondo as presas amareladas, e não querendo prolongar a conversa, ele saltou em cima de mim.
Kanan era forte e rápido demais, por mais que eu tivesse treinado bastante com os meninos da casa de Ogun, nenhum deles era ágil assim nem mesmo Daikon com o seu manto de sangue que o tornava um monstro, a luta era basicamente, eu desviando e me defendendo dos golpes do grande felino, eu não podia me desviar pra sempre e se eu não reagisse, eu não teria chance alguma, eu precisava ativar meu manto de sangue, o tempo na casa de Ogun me ensinou que esse manto fazia minhas habilidades cresceram em níveis muito altos mas usar o manto por muito tempo me traria ferimentos graves, mas eu já havia traçado minha estratégia, eu precisava me esquivar e aproveitar apenas uma abertura, levando em consideração o meu inimigo, eu não teria uma segunda chance para atacar, depois de alguns golpes, eu percebi que se fosse rápido o suficiente poderia atacar ele no ar com um salto, claro que saltos eram a especiidade de Kanan mas ele não contaria com o manto de sangue e né aproveitando da surpresa dele, eu iria desferir um golpe certeiro, com isso em mente, eu o incitei a pular e quando ele saltou, eu ativei meu manto e saltei com força, como esperado, ele se surpreendeu com meu salto e minha aparência, e sem dar tempo para que ele percebesse o que estava acontecendo, desci meu facão com força sobre seu peito mas claro, tudo deu errado, o golpe que seria certeiro, foi desviado com uma virada brusca no ar, apenas acertando seu braço direito no qual vertia sangue agora, assim que tocamos o chão, fomos com raiva um para cima do outro, agora eu poderia trocar golpes com ele, já que o manto de sangue me deixava mais rápido e ágil, não a ponto de acompanhar Kanan mas a ponto de conseguir trocar golpes com mais facilidade, mas eu não podia continuar com o manto, se não eu passaria mais alguns dias desmaiado e eu não poderia atrasar a nossa missão, mas Kanan estava diferente agora, seus olhos irradiavam pura raiva, ele não desistiria até me destruir, num momento de distração, Kanan acertou um golpe que me derrubou no chão, destruindo minha armadura de sangue, eu estava ferido e cansado e o pessoal não poderia me ajudar, eu não podia ser derrotado mas não possuía mais forças pra levantar, Kanan percebeu isso e saltou para dar o golpe derradeiro mas nunca chegou a me tocar, eu só consegui ver ele sendo lançado para longe.

" Vamos Sébastien, ele vai voltar e o pessoal não vai afastar os macacos por mais tempo." - Atrás de mim Beatriz voava, sim ela estava voando, usando o vento para carrega- lá.

" O que você fez? " - Eu perguntei encantado com seus poderes.

" Joguei um vento forte contra ele, vamos !!! "

Quando chegamos perto do portão, eu percebi que teríamos que atravessar um grande círculo de fogo, mas não havia tempo para pensar, eu já escutava ao longe um grito alto direcionado a mim.

" Isso ainda não acabou pirralho, nos encontraremos de novo e da próxima vez você não terá chances."

Mas sem dar bola, eu e os outros pulamos no portão de fogo.


As Marcas do Orun : O Sequestro De Ajalá Onde histórias criam vida. Descubra agora