Capítulo 3 - Beatriz

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Eu sabia que não deveria ter saido de casa hoje mas não, eu nunca sigo o que é certo ou prudente, e agora estou cercada de algum tipo de nova espécie de macacos, com o meu melhor amigo sendo arranhado até a morte e batendo nos macacos como se fossem bolas de beisebol com um pedaço de pau mais resistente do que o esperado e ainda por cima tendo que me preocupar com uma riquinha mimada que se jogou no rio e atraiu um monte de macacos pra si mesma, já eu? Eu to sendo protegida pelo meu melhor amigo Sebastién, sem poder fazer nada e o pior é que agora "eles" não me falam nada, parece que foi a minutos quando eu acordei e ouvi alguém bem próximo descrevendo a Cléo e dizendo que a partir de hoje as coisas seriam totalmente diferentes mas claro que eu não dei bola e agora estava aqui sem saber o que fazer, Sebastién estava tão machucado já mas ainda sim ele estava lutando e eu só me esquivando de um macaco ou outro que Sebastién não conseguia deter, eu rezava baixinho porque meus pais diziam que quando nós nos encontrávamos de cara a cara com o perigo, se rezassemos para o salvador ele iria intervir, eu rezava com toda minha fé mas os macacos não sumiam, eu estava quase desistindo quando Sebastién fraquejou e uma onda de macacos o derrubou no chão.
Sebastién caiu por alguns segundos mas ja não conseguia se levantar mais, eram muitos primatas em cima dele, eu mais por impulso do que coragem me joguei em cima dos macacos tirando o que conseguia de cima de Sebastién mas ao me distrair um dos macacos me mordeu e eu gritei mas conforme eu gritava as nuvens acima de nois se aglomeravam ficando escuras e cheias, eu joguei o macaco pra longe e vi a mordida que ele fez funda, feia e estava sangrando bastante, eu cai de joelhos vendo Sebastién apavorado por eu ter sido mordida mas incapaz de me ajudar sem ser derrubado pelos inúmeros macacos que nos cercavam, o céu agora estava escuro parecendo que uma grande tempestade se aproximava, pronto, se ja não bastasse morrer devorada por vários macacos, eu tbm nem enterrada poderia ser já que a chuva iria jogar meus restos mortais no rio. mas por um segundo eu senti o tempo parar e escutei outra voz na minha cabeça dizendo : " Acenda escolhida, acenda e acabe com tudo isso, os destrua e mostre seu poder grande Senhora", agora não era a hora de minhas loucuras e nem de vozes estranhas sussurrando conselhos e opiniões criadas apenas pela minha imaginação, eu tinha que focar em ajudar o Sebastién e procurar a Cléo mas meu braço latejava muito e a cada latejada eu me enfraquecia mais, parecia que a minha energia estava sendo drenada por aquela mordida, o que não era possível mas também nao deveria ser possivel macacos em bandos atacar crianças e nem macacos ter unhas de aço mas estava sendo bem real.
Quando eu olhei para baixo aonde deveria ser o calmo riacho, vários e vários macacos estavam tentando sair das águas agora cheias e bravas que nem lembrava o antigo riacho calmo e raso que era quando chegamos ali, pelo numero de macacos que a água arrastava Cléo de alguma maneira estava se saindo muito bem seja lá o que ela estivesse fazendo, os macacos que ainda restavam haviam parado de atacar e agora se acumulavam ao nosso redor, Sebastién se aproximou de mim e me disse:

" Eles estão se acumulando a nossa volta, se preparando para um último ataque em grupo, seja lá o que houve com Cléo, ela os assustou." - Sebastién estava diferente agora, firme e forte, além de ter falado como se passasse a vida inteira em combates de vida ou morte, tudo bem que ele era um campeão de MMA Juvenil mas isso não se comparava com o que estávamos passando, nem de perto.
Sem aviso nenhum os macacos todos juntos pularam em cima de mim e de Sebastién, instintivamente eu derrubei Sebastién e me joguei em cima dele, meu ombro doia e eu sentia varios macacos em cima de nós, eles estavam tentando me arranhar mas do nada um vento forte os impedia de me machucar mas um macaco mais esperto que os outros, enfiou sua cauda bem dentro do meu ferimento de mordida e eu senti a dor mais agonizante de todas, eu gritei alto e forte, agonizando e também quase desmaiando mas do nada um clarão me cegou, eu apenas senti meus pelos se eriçando e desmaiei.

As Marcas do Orun : O Sequestro De Ajalá Onde histórias criam vida. Descubra agora