Capítulo 4 - Beatriz

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Eu acordei com a visão embaçada, sentindo fortes dores na minha cabeça além de uma fome tão grande que parecia que não comia a dias.

" A dois dias exatamente se quer saber e belos raios afinal, digna da tocada de Oyá, mas terá que treinar muito ainda, porque se a cada vez que você usar a bênção de Iansã, você ficar apagada por dois dias você não tera muita utilidade pra não dizer nenhuma." - Eu estava chocada, ele era lindo, com idade para ser meu pai mas ainda sim, muito bonito, mas quem ele era? E como ele sabia o que eu estava pensando? E por que ele estava comigo num quarto de hotel?

" Muitas perguntas pequena Beatriz, bem tipico de vocês humanos curiosos, principalmente os protegidos da bela Oyá, meu nome é Exu e estou aqui a pedido dos meus mestres numa missão pra salvar seu mundo seja lá do que está por vir, Ifá nunca é claro com suas profecias, seus amigos estão lá fora e eu poderia ler teus pensamentos mas vocês humanos possuem muita linguagem corporal, e por sorte eu sei falar qualquer lingua." - Ele disse sorrindo com um ar presunçoso de quem estava ensinando o beaba para uma criancinha.
" E estou hahaha para mim vocês todos são criancinhas, seja adulto ou jovens como você e seus amigos." - Ele disse me irritando por não poder pensar em nada sem que ele soubesse.
" Pode parar de ler meus pensamentos por favor e por que você fica falando humanos toda hora você é o que um tipo de alien?" - Eu o questionei e para minha surpresa ele deu uma gargalhada tão alta que eu dei um pulo na cama, ele era assustador.
" Beatriz não seja tola, o que aliens iriam querer com os humanos, uma forma de vida tão primitiva como vocês humanos, eu sou um deus minha cara, um deus africano muito antigo que viu a criação do primeiro ser de sua espécie e me divirto com vocês, se acham fortes e evoluidos mas ainda sim, nem sabe o quanto estão perdendo sem magia e poder, quando chegar a hora um dos meus mestres ira te explicar tudo, minha missão é leva-los até a aldeia e não ficar dando aulas sobre como sua espécie poderia evoluir se fossem menos cegos." - Uool, isso foi bem grosseiro com os "humanos" mas ainda sim o jeito que Exu falava não parecia errado, parecia ser a verdade mas de uma maneira muito rude.
Exu saiu por alguns minutos e quando voltou ao quarto que eu estava, ele estava acompanhado de Sebastién e Cléo que pareciam não entender nada como eu mas pelos menos estavam limpos e arrumados, eu me levantei e os comprimentei, assim que eu iria começar a falar com eles, Exu apareceu carregando três mochilas ao qual ele nos entregou.

" Que bom que já viraram amigos, vamos nos apressar porque tenho que leva- los para a aldeia antes que nosso tempo acabe, e por favor Beatriz tente não desmaiar de novo porque antes de irmos para a aldeia, eu ainda tenho que buscar mais dois tocados, então se apressem e vamos partir logo para o Rio de Janeiro."

As Marcas do Orun : O Sequestro De Ajalá Onde histórias criam vida. Descubra agora