Super Homem

182 13 0
                                    

O domingo é sempre o dia em que as pessoas descansam da semana puxada de serviço. Dormindo até tarde e trocando o café da manhã pelo almoço, pois panqueca não é um prato para se comer ao meio dia.

Mas eu era a exceção a essa regra. Deviam ser quase seis e meia da manhã e eu já estava de pé, calçando meus tênis de corrida, enquanto a melodia de On Top Of The World tocava em meus ouvidos pelos fones do meu Ipod.

Eu amava sair de manhã para correr pelo meu bairro, principalmente nessa época do ano, onde eu conseguia admirar os enfeites de Natal nas casas, as árvores secas com as folhas no chão.

Fiz um rabo de cabelo em meu cabelo loiro cheio de frizz devido ao frio, e fechando o zíper do moletom esportivo preto que usava, sai do meu quarto bem na hora do refrão, onde eu não consegui me segurar e cantei em plenos pulmões.

- ‘cause I'm on top of the world, I'm on top of the world, waiting on this for a while now, paying my dues to the dirt!

Mas provavelmente eu devo ter cantado alto demais, pois quando eu estava passando na frente da porta do quarto de Hazel, que tinha um pôster colado do Taylor Lautner com uma marca de batom vermelho na bochecha, ela saiu gritando de lá de dentro.

- Nora! Mais que saco! Não é porque você é estranha e não gosta de aproveitar uma manhã de domingo dormindo que você pode sair por ai acordando os outros com essa sua voz de papagaio desafinado!

Hazel estava com a cara inchada devido ao sono e seu cabelo encaracolado estava mais armado que o normal. Tive que rir daquela cena.

- Desculpe Haz, acho que eu me empolguei.

Ela revira os olhos, jogando o travesseiro que estava em suas mãos na minha direção, mas tudo que ela conseguiu acertar foi o vasinho de plantas ao meu lado.

- Às vezes eu me pergunto o porquê de eu ainda aguentar você! – Ela resmunga, bufando e logo em seguida, batendo a porta do seu quarto, me deixando ali, rindo sozinha.

Fui até a cozinha e peguei umas das milhares de barrinhas de cereal sabor morango que eu tinha comprado no mercado, pois estavam em promoção. Pague um, leve dois!

 Recoloquei meus fones e sai de casa, descendo as escadas enferrujadas do meu prédio e rezando para que o elevador voltasse a funcionar.

O céu cinzento mostrava que aquele seria mais um dia sem graça na cidade fria de Londres, o vento gelado batia em meu corpo, enquanto eu corria num ritmo lento. Eu estaria sozinha na rua se não fosse pelo entregador de jornais, que resmungava alguma coisa sobre odiar o seu trabalho quando passei ao seu lado, lhe dando uma sorriso amigável.

Enquanto corria, fiquei pensando em Cassie e no seu pedido de Natal. Eu tinha prometido a mim mesma que ia fazer de tudo para conseguir realizá-lo, mas as coisas não eram tão simples assim.

Como eu iria encontrar cinco cantores famosos?

Eu não poderia simplesmente sair batendo de porta em porta, perguntando se era ali que algum dos integrantes da boyband mais famosa do Reino Unido morava.

Com toda certeza aquilo estava fora de cogitação.

Mas eu tinha um ponto à meu favor. Eu era jornalista e trabalhava em uma revista bem circulada no país. Quem sabe eu não conseguiria uma entrevista com eles?

E só uma pessoa poderia me ajudar com aquilo, afinal, eu não era a pessoa mais influente na Daily. Então, em vez de fazer o caminho de volta para o meu prédio, eu fui direto, fazendo a curva em uma esquina cheias de casinhas idênticas, em direção a casa de Simon.

Don't Let Me GoOnde histórias criam vida. Descubra agora