Vamos Para A Lua

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Fazia o caminho de volta para a minha casa, depois de algumas horas correndo pelo St. Jame’s Park em mais uma das minhas caminhadas matinais de domingo. Mesmo cansada, depois de ter ir dormido tarde no dia anterior devido à noite de filmes com Hazel e Simon, eu sai da cama naquele dia frio e, com os fones de ouvidos, fui dar algumas voltas no parque.

Sair para caminhar me ajudava a pensar e, nesse momento minha cabeça estava fervilhando de pensamentos, que giravam em volta de apenas um assunto: o jantar de hoje à noite com Harry.

A uma semana atrás, tudo o que eu queria era apenas conseguir realizar um pedido de Natal e agora, eu conheço a boyband mais famosa do mundo e tenho um jantar marcado com um dos membros dessa banda.

Talvez eu esteja me tornando um pouco paranoica, mas aquilo me deixava apavorada e ansiosa ao mesmo tempo e eu nem mesmo conseguia entender os motivos de estar parecendo uma adolescente na puberdade.

- Ok. Pare de pensar tanto nisso, antes que sua cabeça exploda, Nora. – Murmurei para mim mesma, dando um longo suspiro assim que passei pelo portão de ferro do meu prédio.

Pagar um porteiro em tempo integral iria gerar muitos gastos para o condomínio, por isso o síndico teve a brilhante ideia de colocar um portão reforçado na entrada, pois ficaria bem mais em conta e teríamos a mesma segurança.

Mas eu preferia não arriscar e todas as noites eu me certificava se as duas trancas, que eu havia coloca na porta do apartamento, estavam bem fechadas.

Cumprimentei os técnicos, que finalmente tinham sido chamados para concertar aquele velho elevador e me lancei contra as escadas até finalmente chegar no terceiro andar.

Um barulho extremamente alto invadiu meus ouvidos, me assustando assim que percebi que a voz da Beyoncé em Love On Top vinha do meu apartamento e eu já podia imaginar todos os vizinhos reclamando pela Hazel estar fazendo mais uma de suas “festinhas matinais”.

Assim que abri a porta, quase fiquei surda e, enquanto jogava minhas chaves e meu Ipod em cima da mesa, passei os olhos pelo apartamento, a procura da maluca da Hazel e acabei encontrando-a dançando em cima do sofá, usando seu celular como microfone e tentando reproduzir a coreografia do clip.

E ela não estava se saindo tão mal, mas suas tentativas de alcançar os agudos da Beyoncé acabaram estuprando meus ouvidos.

- Hazel! Abaixe isso! – Gritei, mas ela não tinha me visto, muito menos me ouvido.

Revirando os olhos, fui até onde o rádio vibrava com a música e apertei o botãozinho vermelho, fazendo meus ouvidos agradecerem pelo silencio.

Hazel só percebeu que a música tinha parado quando o coro de fundo não acompanhou ela no refrão, fazendo ela abrir os olhos e me encarar brava.

- Por que você desligou? Você sabe que eu amo essa parte! – Ela desceu do sofá, cruzando os braços e fazendo bico.

- Eu não estou afim de ter que ouvir reclamações de todo o prédio, é domingo de manhã, Haz! Deixe o som mais baixo, por favor. – Disse, enquanto ia até a cozinha pegar uma garrafinha de água.

- Sua estrega prazeres. – Hazel resmungou, se sentando em cima da bancada.

Procurava pelos bolinhos de baunilha que tinha comprado semana passada, quando percebi que Hazel teclava nervosamente em seu celular, deixando escapar pequenos sorrisos.

- Com quem você está falando? - Estiquei meu pescoço, tentando enxergar alguma coisa. – É com o Lee?

- Lee? Claro que não... – Hazel revirou os olhos. – E sabia que ele é gay?                                         

Don't Let Me GoOnde histórias criam vida. Descubra agora