O Presente Perfeito

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O dia "D" finalmente havia chego.

Era domingo, o primeiro dia de fevereiro e, consequentemente, o dia que eu mais temia nas últimas semanas, mas surpreendentemente, acordei naquela manhã já contando as horas para que o voo de Harry chegasse.

Afastei as cobertas quentinhas e meu rosto foi tomado pela luz forte que entrava pela janela, pois na correria de finalizar os últimos detalhes do aniversário de Harry na noite passado, depois de deligar a chamado no Skype com ele, acabei esquecendo de fechá-las.

Meus pés calçaram minhas pantufas de joaninha e fiz um rabo de cavalo em meus cabelos bagunçados das horas de sono e caminhei (me arrastei) até a janela, com parte do tronco para fora, vendo as ruas cheias de pessoas fazendo caminhadas e crianças brincando nas calçadas.

Entretanto, meus olhos voaram para a velha e enferrujada escada de incêndio que passava estrategicamente na frente da minha janela – típico das antigas construções londrinas. Um sorriso cúmplice se formou em meu rosto, pois aquela simples escada nunca usada, faria parte do meu plano essa noite.

O cheiro forte de café invadiu minhas narinas e eu soube que Hazel já estava de pé. Pela música alta de uma nova banda australiana, soube que ela havia acordado de bom humor.

Enquanto ia em direção à porta, meus olhos avistaram o violão que Harry havia me dado, deitado em cima de uma poltrona florida na parede oposta a mim e, mais uma vez, um sorriso cúmplice formou-se em meu rosto e toda a vez que eu repassava o meu plano, ele parecia ainda melhor.

− Nora! Venha tomar café, eu estou fazendo waffles! – Hazel precisou gritar quando passei pela porta da cozinha devido à musica extremamente alta que saia das caixas de som.

− Está com um ótimo humor, Haz, e acho que isso tem a ver com você e Simon indo para o quarto depois que flagrei vocês quase se beijando – cantarolei abrindo um sorriso extremamente malicioso para Hazel, que jogou o pano de prato em suas mãos, no meu rosto.

− Você nem ouviu nada! – resmungou Hazel, colocando alguns waffles nos dois pratos em cima da pia, acrescentando sua calda sua favorita e chantilly.

− Era para eu ter ouvido alguma coisa? – perguntei, aumentando ainda mais meu sorriso malicioso e finalmente vi Hazel corar.

− Idiota – ela xingou, enfiando um grande pedaço de waffle na boca.

− Mas fico feliz que finalmente você e Simon tenham se acertado – sorri, sentando-me ao seu lado no balcão e colocando um pouco de calda em meu café da manhã. – E espero que vocês estejam bem a ponto de você passar essa noite na casa dos Fray.

− Você e Harry, entendi, também não quero ver cenas inapropriadas. – Soube que aquela era a "vingança" por ter tirado sarro de sua cara, mas apenas mostrei a língua e tomei um gole do café forte em minha xícara de Harry Potter.

− Hoje ele finalmente está de volta, nem consigo acreditar. – Minha voz saiu como a de uma garotinha, o que me fez perceber o quão empolgada eu estava. – Estive tão ocupada com as coisas do aniversário dele, mas espero que saia tudo como eu planejei.

− Por favor, não me diga que você saindo do seu quarto pela janela faz parte do seu plano maluco? – ela perguntou, olhando-me com os olhos arregalados.

− Não me olhe desse jeito, vai ser a melhor surpresa de todas, ouça... – Comecei a tagarelar sobre a surpresa e, a medida que minha ideiam desenrolavam-se, Hazel parecia cada vez mais empolgada.

− Ele vai adorar, Nora! Como você teve essa ideia? É até melhor do que minha sugestão do sex shop – Hazel disse, colocando os pratos sujos na pia, voltando-se para mim.

Don't Let Me GoOnde histórias criam vida. Descubra agora