Começando as consequências - Lorenzo

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Após o maravilhoso tempo que Sofia e eu passamos no quarto, nos aprontamos e descemos para o jantar, mas pouco depois Sofia sobe novamente para ajudar Sol a terminar de se arrumar, deixando Joana se dedicar somente à cozinha.

Enquanto bebo do meu uísque, aguardando minhas meninas descerem para o jantar, escuto a porta da frente sendo aberta.

- Aí está você! - digo, abrindo um alegre sorriso para Natanael vendo-o passar pela densa porta de madeira escura.

- Mio amico! - ele sorri também, abrindo os braços para um abraço, que eu retribuo - Passò una settimana, no?

- Foi uma longa semana - então meu rosto toma uma expressão séria -. Conseguiu o que pedi?

- Vamos deixar esse assunto para mais tarde, certo? - seu rosto não me diz que o assunto será agradável.

- Certo.

Mas o que se segue é um belo de um susto.

- Ah! - um grito de uma criança animada é ouvido do topo da escada - Tio, Nael! - Sol chama feliz pelo apelido que deu ao Natanael. Então corre escada abaixo para dar-lhe um abraço.

- Sol! Cuidado! - Sofia adverte, mas a pequena simplesmente a ignora e continua correndo.

Sol pula nos braços do "tio" e o abraça fortemente, o mesmo retribui, então faz uma pausa e olha para Sofia no topo da escada.

- Oi, Sofia - cumprimenta.

- Ciao - ela retribui em italiano com um sorriso sem graça antes de abaixar a cabeça.

- Signore e signori - Joana chama enquanto entrar na sala -. O jantar está na mesa - então dá um último sorriso para Sol, ainda no colo de Natanael, e se retira.

- Vamos! - digo, e todos assentem, me acompanhando rumo a sala de jantar.

***

Graças a Dios o jantar correu tranquilo, Joana ajudou Sofia durante a semana, que agora já usa os talheres com mais facilidade. Natanael ajudou Sol em alguns momentos da refeição e eu não parei de pensar no seria o assunto depois de jantar.

Meu pai sempre me disse que o segredo para uma coisa bem feita é a dádiva da paciência, mas essa dádiva tenho certeza que deixei no útero da minha mãe.

Normalmente eu estaria brincando e sorrindo para Sol, assim como os outros estão, mas hoje tenho assustos de extrema urgência para tratar.

Por fim, levanto-me brutalmente, fazendo todos pararem suas respectivas ações para me encarar.

- Meninas, acredito que já está na hora das duas se recolhem enquanto Natanael e eu conversamos em meu escritório.

Sofia nem se dá o trabalho de me olhar. Apenas pega a menina do banco alto feito sob medida para ela, cujo Natanael a colocou antes do jantar, e sai apressada para fora da cozinha.

- Meu escritório - me viro e sigo em direção ao mesmo. Ouço os passos de Natanael atrás de mim.

Abro a porta e entro, aguardando meu parceiro.

- Já sei que não conseguiu infiltrar os caras. O que deu errado dessa vez? - indago, já esperando o pior.

- Aqui - Natanael me entrega o celular. O que vejo faz meu estômago se torcer em ódio - Anton descobriu que estavamos tentando infiltrar novos informantes e decapitou todos eles.

Na foto estava o desgraçado com uma das cabeças dos meus três homens pendurada em sua mão direita pelos cabelos negros, na outra mão se via um facão. Atrás dele os outros dois corpos, também decapitados.

- Disse que não daria certo - Natanael me lembra.

- Cale a boca. Você sabe que dará. Meu tio planejou isso por anos de morrer.

- O seu tio só dirigia 49%. Você sabe que quem mandava de verdade aqui era seu pai. E invadir a mafia russa não estava nos planos dele.

- Eles nos traíram! - rugo, deixando a raiva me domar. Sinto até meu corpo esquentando.

- Não! Você sabe que se negar a participar de grupos de propina não é traição! Seu tio só ficou ofendido de ter sido rejeitado por alguém tão poderoso que quis se vingar! Agora Anton Ivanov nos declara guerra e você tem que envolver gente inocente nisso pela hipócrita honra de seu tio! - Natanael cospe.

A única coisa que me impede de dá-lo uma surra agora mesmo, ou então coisa pior, é a nossa amizade de longa data.

- Existe uma linha, Natanael Pazzine - começo a advertí-lo -, um limite. E você está muito perto de cruzar ele - olho duro em seus olhos.

- Não vou pedir que me desculpe pois não acredito que eu esteja errado. Mas você sabe que pode contar comigo - então pega o celular da minha mão e sai do escritório.

- Inferno! - rugo enquanto pego um objeto qualquer na sala e lanço na parede, fazendo-o nada além de cacos.

Anton Ivanov tá muito perto de chegar até mim. E sem um informate lá, ou um aliado, não posso saber o quão próximo ele está.

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Maldito MafiosoOnde histórias criam vida. Descubra agora