Sentença de morte - Lorenzo

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- VOCÊ NÃO PODE FAZER ISSO COMIGO, LORENZO! - escuto a voz esganiçada da Luanna vindo atrás de mim.

- Eu já fiz - concluo.

Sigo em direção ao meu escritório do segundo piso com ela me seguindo.

- Mas eu fiz tudo o que você pediu!

- E será recompensada por isso - não paro de andar -. Agora dê no pé.

E mais um grito agudo, em furia, sai de sua garganta.

Estou por um fio de perder as estribeiras com ela.

A realidade é que eu nunca me envolvi de verdade com Luanna. Eu à pedi para me ajudar a enganar Sofia. Pensei que isso a ajudaria melhorar... Talvez ao ver o marido com outra, ela se forçasse a se recompor e assim voltasse para nós.

Mas parece que só piorei o que já estava ruim.

Entro o meu escritório no qual não devo ser interrompido por uma razão – que Luanna largasse do meu pé –, mas parece que ela se nega a lembrar-se disso e esmurra a porta com força do outro lado. Pego meu celular e mando uma mensagem de voz para Mike, ordenando que envie algum segurança para pô-la para fora da minha casa e assim eu possa reestudar o protocolo da mafia outra vez. Precisava encontrar uma brecha. Uma brecha para salvar a vida da Sofia.

Eu tentei mantê-la aqui comigo o máximo que pude. Mas sabia que não poderia fazê-lo para sempre.

Então o dia chegou e ela foi embora.

Ouço os gritos escândalosos da ruiva acompanhado do bater de seus saltos no chão, por estar esperniando, sendo afastado de minha porta.

- Tenha o mínimo de dignidade, Luanna - escuto Mike falar com ela enquanto à retira a força -. Uma mulher da sua idade pegando pirraça é... - suas vozes e gritos vão se distanciando. Me dando paz que tanto preciso.

***

Duas horas pesquisando e nada. Eu preciso de ajuda!

Todavia, a única pessoa que poderia me ajudar não está mais aqui comigo.

Escuto o bater na porta e encaro em furia a madeira densa a me separar de alguém que estou disposto a dar um tiro.

- Vá embora! - mando.

- Isso é jeito de falar com sua madre, menino? - ao escutar a voz da minha mãe no outro lado, é como se toda a minha tensão evaporasse.

Me levando e corro até a porta. Abrindo-a e abraçando a senhora na cadeia de rodas a me esperar.

- Mãe... Eu estou perdido! - choro, enquanto sento no chão e coloco minha cabeça em suas pernas sobre o acento. Então recebo um cafuné caloroso dela.

- Estou sabendo de tudo, meu filho. Estou aqui para ajudar.

- Como? O novo protocolo não tem falhas.

- Meu filho, não lembra que eu já passei por isso com seu pai? - ela sorri, com uma expressão como se estivesse recordando-se de algo - Mas preciso estudar o protocolo antes de dizer mais qualquer coisa.

- Claro - me levando e sigo com ela escritório adentro.

- Preciso ficar sozinha - ela informa.

- Fiquei a vontade. Se precisar de algo...

- Se eu precisar de algo eu vou buscar - ela completa, bem humorada. Minha mãe nunca aceitou que fizessem favores para ela. Mesmo depois que recebeu aquele tiro na coluna e ficou paraplégica...

E se isso fosse um desenho animado, teria uma lâmpada acessa em minha cabeça.

É claro que ela poderia me ajudar. Ela se separou do meu pai depois que ficou deficiente. Casar-se com ele lhe custou as pernas, não permitiu que lhe custasse a vida também. Isso significa que ela encontrou uma brecha para poder seguir com sua vida. E se tem alguém que pode me ajudar, é a minha mãe.

***

5 meses depois...

Meu corpo está estático, minhas mãos suam, minha cabeça lateja, e minha revolta só cresce, reprimida dentro de mim. Por uma razão qualquer no passado – após a saída da minha mãe –, ninguém que estivesse envolvido com mafia poderia sair com vida a não ser que estivesse aposentado. E meu tio se certificou em não deixar falhas dessa vez.

Ou seja, Sofia só poderia me deixar se estivesse com uma bala na cabeça.

Eu tinha tanta certeza que ela morreria pelas mãos de Anton que nem me preocupei caso algo mudasse, o quê foi o caso. Sofia viu demais, ela sabe demais. E se eu não por um fim nela, minha moral poderia ser questionada e outra pessoa faria o serviço...

- Pelo menos pode salvar o bebê de vocês - minha mãe tenta me consolar com sua voz sedosa.

- Cinco meses, mãe - digo, perdido dentro de mim mesmo -. Faz cinco meses que estamos procurando uma solução. E isso não é uma droga de uma solução. Não para mim.

- Ela já tem sete meses de gestação, filho... Só temos mais um ou dois meses no máximo. Ou então os seus colegas irão intervir.

- Eu sei.

Preciso beber. Me levanto e apresso meus passos para chegar até porta do hall de entrada. Mas me surpreendo ao ver que alguém está parado na entrada esperando por mim.

Sorrio ao reconhecer quem é.

Então eu começo a saudação.

- Olá, mio amico. Estava esperando por você.

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Maldito MafiosoOnde histórias criam vida. Descubra agora