Eu toquei, toquei meu corpo como se toca um instrumento musical
Cada nota soava perfeitamente afinada ao meu ouvido
Cada pelo no lugar certo
Cada marca e cada osso bem colocado
Minha pele suada era translúcida
Tudo estava silêncioso
Eu somente conseguia ouvir meu coração batendo
Minha respiração ofegante durante meu próprio prazer
O maestro dava o ritmo e eu não conseguia segurar
Eu não conseguia mais respirar
Meus líquidos saltaram em meu peito
Eu estava duro, pulsante
Ainda estou respirando profundamente como se tivesse morrido e em um piscar de olhos voltado a vida
Eu passo a mão em cada parte que me forma um conjunto
Sinto meus líquidos fora de mim
Sinto meu suor e meu cheiro de pecador
Me levanto com as pernas sem forças
Cada segundo quero mais e mais daquilo
Mais e mais do prazer
Mais e mais de mim mesmo
Vou me tomar no conta gota
Como quem se acostuma com o veneno pra se tornar imune a ele.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Libertinagem Da Bicha Nortista
PoetryPoemas que eu escrevo porque não sei lidar com o caos de existir e sentir. Em três vãos sentimentais: silêncio, Libertinagem e Fúria. Sobre meus encontros, desencontros, paixões. Sobre dias bons e ruins. Um diário poético de uma vida poética. A L...