As Laranjeiras e o bagaço da metade azeda

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Não sei pôr em palavras o sentimento de achar que nunca fui amado


É destruidor, é um silenciador de mentes inigualável


É cada grito do mundo ecoando na sua cabeça


Um enorme espaço vazio de sentimentos jogados e pisados ao chão


Como fotos que nunca foram tiradas


E risadas que nunca couberam em rostos


Conversas jamais consumadas


Ou Universos jamais explorados


É um pulsar de coração diferente


Como se faltasse algo que continua faltando


É uma ventania de não reciprocidade


Que devasta a ingenuidade de acreditar no amor inventado ao longo dos milênios


Quantas noites inundei meu quarto


Não me achando merecedor


Quantas noites mergulhei e afundei em minhas próprias tempestades


Por nunca ter vivido um amor


Falso que seja, de Instagram que seja


Agradeço a todos os deuses que existirem


Por acreditar piamente que ninguém merece meios amores


Merecemos pessoas inteiras


Merecemos a árvore da laranja e não somente uma metade azeda


A Libertinagem Da Bicha Nortista Onde histórias criam vida. Descubra agora