É como se algo quisesse sair de mim. Escapar por minhas frestas, por meus olhos e minha boca.
É como se algo quisesse fugir de mim uma buzina de carro agonizante
um rugir de leão faminto.
Não sei, algo quer escapar de mim
Um choro de bebê
Um grito de desespero.
Mas algo ainda continua querendo vazar de mim.
Lágrimas da cor do Rio
Sangue da cor de meus rios.
O que será? O que será ?
Algo ainda quer transbordar de mim
E todas elas parecem duras como as nuvens.
Vou chorar pedras e enxugar com lâminas.
E ainda assim, parece que algo quer sair de mim
Pela velocidade da luz
Pela voz esgotada e pelo olhar cansado.
Parece que o inferno quer sair de mim
Assim como o céu também.
E mesmo assim, algo vai sobrar em mim e vai querer bater em retirada.
Talvez a arte vá fugir por final.
Aí com ela a luz
E as gotas de lágrimas que ainda não chorei, vão se despedir e querer sair
de dentro de algo tão inóspito feito eu.
E no final sempre terá algo para ir embora.
Olharei no espelho de mimha face, alma e ossos
e com cordialidade direi adeus a minha própria carcaça já com cheiro de terra molhada e baratas.
E agora sobrará as baratas a dizerem adeus a carne
e a carne as baratas.
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A Libertinagem Da Bicha Nortista
PoetryPoemas que eu escrevo porque não sei lidar com o caos de existir e sentir. Em três vãos sentimentais: silêncio, Libertinagem e Fúria. Sobre meus encontros, desencontros, paixões. Sobre dias bons e ruins. Um diário poético de uma vida poética. A L...
