Sinto gosto de barro na boca

16 4 1
                                    

Fica essa secura na garganta que não passa
É uma fome que devora a própria carne
Transpassa as entranhas e bebe o mesmo sangue que abastece o corpo
Que é entorpecido pelos líquidos da saudade
Daquela que range constante
Falante, quase grita e quase cala
Na meia noite me encosto na parede
Úmida de meu suor que umidece os tijolos fracos pelos anos
Ah o amor me tira o fôlego de criança com medo de altura
Ah o amor me tira a paz do sono e do sonho das madrugadas quentes
Ah o amor é como a rosa mais viva e brilhante
Linda e estonteante
Feroz em seus espinhos
Rígida cor de vinho
Ardente rasgando a carne com suas agulhas afiadas
Flamejante rosa sem piedade
O amor é tudo, menos este poema
Não sei descrever o amor
Pois nunca o senti
Pois nunca o toquei
Pois nunca o vivi
Somente escrevi
Somente, somente
Presos na mente

A Libertinagem Da Bicha Nortista Onde histórias criam vida. Descubra agora