Capítulo 16

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Miguel

É difícil dormir sabendo que ela está no quarto ao lado, depois de finalmente beija-la eu quero ainda mais, queria ir devagar, aos poucos ir conquistando sua confiança, mas quando senti seus lábios nos meus pela primeira vez eu fiquei paralisado, ela estava dando o primeiro passo, mesmo com toda a sua timidez.

A coisinha mais fofa desse mundo, toda caladinha e envergonhada. Minha vontade é ficar colado nela até sermos um, acho que estou amando pela primeira vez, Diana foi paixão de adolescência e a prova de que não era real veio durante a doença, ela simplesmente me abandonou e eu nem senti tanta falta assim, três anos de namoro e um fim inesperado. Regina não aguentou a barra da minha mãe e sumiu do mapa depois de saber o motivo de tantas ligações, parei de procurar alguém e apenas fui me divertindo e vivendo.

Quando conheci Elisa eu sabia que ela era diferente, me preocupa sua pouca idade, mas acho que a quero acima de qualquer outro sonho, poderia morrer sem ter filhos, ainda seria feliz por estar ao lado dela, deve ser amor. Quando chegou à cozinha com o meu cheiro em seu corpo eu simplesmente adorei, sua timidez e medo somem quando a beijo, ela se entrega e não percebe mais nada a sua volta.

Agora ela dorme no quarto ao lado do meu e eu fico aqui pensando nos beijos que trocamos no sofá como dois adolescentes namorando com os pais esperando na cozinha, cada beijo, cada toque, tudo com ela é especial, forte e intenso, difícil me desligar dos acontecimentos e dormir, quero busca-la pra mim.

Finalmente me entrego ao sono, não dura muito, acordo com um grito agudo de Elisa. Não veio do quarto, tenho medo que ela tenha se machucado, me levanto apressado usando apenas uma bermuda fina, escuto mais e já imagino o que pode estar acontecendo. Tento não ficar nervoso, mas é completamente impossível, e aquela droga de blusa que dei pra ela vestir deve mostrar mais do que eu quero que outra pessoa veja.

- Quem é você?

- Eu que pergunto. Quem é você e o que está fazendo aqui?

Bernardo pergunta quando chego à cozinha e encontro minha Lis com lágrimas nos olhos e uma faca na mão. Tem cacos de um copo quebrado a sua frente, tenho medo que ande e se machuque, ela ainda não me viu e está apavorada.

- Que merda você está fazendo aqui Bernardo?

Pergunto me aproximando.

- Desculpe. Vim ver se estava tudo bem, não atendeu as ligações.

Ignoro sua resposta e me concentro em Elisa que ainda treme, não parece aliviada em me ver, continua com medo.

- Sou eu florzinha. Tudo bem, vou tirar você de perto desses cacos, fica tranquila.

Ela não responde, ergo seu corpo e vou saindo da cozinha com ela em meus braços.

- Ela vai ficar bem? Será que se machucou?

- Pro seu bem eu espero que não Bernardo. Já me arrependi de ter te dado a porcaria da chave, limpa essa bagunça e me espera aqui.

Entro em meu quarto a ouvindo fungar baixinho, me sento na cama com ela junto de mim e abraço apertado.

- Desculpe, eu tive um pesadelo e fui buscar um copo de água, ele chegou do nada e estava escuro, já estava um pouco assustada e deu nisso, fiquei com tanto medo.

- É só o Bernardo. Fica tranquila, pode ficar sozinha um pouco? Eu preciso mandar ele embora e pegar minha chave de volta, isso nunca mais vai acontecer, eu prometo.

- Posso ir embora, não quero te causar problemas.

- Não causa, meu bem. Ele que está em maus lençóis. Me disse que teve um pesadelo, devia ter me chamado.

Seguindo em Frente (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora