Voltando para a Vila Toriosho

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Laxus e Cendy chegaram no corredor guilda o mais rápido possível, não podiam demorar. Entraram no quarto onde estava a loira, se deparando com uma cama vazia e um Mestre nervoso.

— Vovô, cadê a Lucy?

— Foi sequestrada. Eu sai por alguns minutos para colocar ordem no quarto do lado, os Dragons Slayers estavam insistindo para levantar, mesmo a Polyushka dizendo que devem ficar de cama por mais um tempo... Eu vim correndo quando ouvi um barulho, mas já era tarde... A culpa é minha...

— Não se culpe, Makarov-san. Ela é traiçoeira...

— Consegue ver para onde ela foi no mapa? — Laxus perguntou.

— Sim, deixa eu... Ah, não... Droga...

— O que foi?

— O mapa se deteriorou, vou precisar comprar outro... Só tem um problema, ele é feito por encomenda, demora algumas semanas...

— Não acho que vamos precisar do mapa, temos a pista perfeita aqui — Laxus se abaixou, pegando um cartão de visitas. — A Dona Tamandra é prefeita em uma cidade, ela pretendia tirar a maldição de lá.

— Então ela só pode estar por lá!

— Vão precisar de reforço agora? — o Mestre perguntou.

— Nos dê uma semana, velhote, se não voltarmos antes pode mandar a guilda toda atrás de nós se for preciso.

— Ok, você que sab... — olhou para o lado e viu que estava falando sozinho. — Os jovens de hoje em dia estão cada vez mais apressados...

—— // ——

— Essa cidade é muito estranha, me dá arrepios — Cendy se auto-abraçou.

— Eu achei que ela já tinha tirado essa maldição.

— Quem colocou?

— Um mago negro seguidor de Zeref, ele culpava a cidade pela morte dos pais, mas ele já morreu faz anos.

— Espera... Mago negro... Eu já ouvi essa história, mas esse homem ainda está vivo. Ele se chama Jones, se não me engano...

— Você não está pensando no mesmo que eu, está?

— Eu acho que sim... Isso vai ser complicado...

Os dois seguiram até a prefeitura, tomando cuidado para não ficarem expostos durante horas exatas. Por sorte, ou azar, a porta estava aberta, então não foi difícil entrarem.

Olharam ao redor e não viram nada de estranho, então apenas continuaram andando e foi ai que o pior aconteceu. Parte do chão cedeu, levando os dois para um escorregador. 

No meio do caminho, o escorregador se dividiu em dois, levando cada um para um lado.

—— // ——

Laxus já estava sem paciência para essas coisas. Em uma hora estava tudo bem, do nada acontece algo inesperado que detona com seus planos. Será que era tão difícil assim ser um pouco mais fácil, pelo menos dessa vez?

A única alternativa era continuar seu caminho, torcendo para que mais nada acontecesse para atrapalhar. Quando o escorregador finalmente acabou, o loiro caiu em um colchão.

Observou a sala onde estava. Ela era feita de pedras onde quer que se olhasse e não tinha nada além do buraco do escorregador, o colchão e uma porta de ferro.

Puxou a porta e deu de cara com um corredor cheio de celas. A grande maioria estava vazia, mas outras pareciam ter sido usadas recentemente, pois estavam com cobertas largadas e algumas manchas de sangue no chão.

O loiro seguiu reto, afinal não tinha outro caminho, dando de cara com outra porta de ferro. Passou por ela e se deparou com três corredores, um mais escuro e dois bem iluminados.

O corredor escuro foi sua primeira escolha, pelo menos assim poderia se esconder nas sombras. Andou, andou e andou mais um pouquinho, o corredor parecia infinito.

Em certo momento ele viu uma luz piscando por debaixo de uma porta, a única que tinha visto. Entrou já com a magia ativa, preparado para qualquer ataque, mas felizmente não tinha nada, literalmente.

A sala estava completamente vazia, a única coisa dentro dela era a luz no teto que não parava de piscar. Saiu e continuou andando, até encontrar uma nova porta.

Dessa vez ele esperava encontrar uma sala vazia, então entrou com tudo. Assim que olhou para dentro se surpreendeu.

A sala mais parecia uma laboratório secreto, com várias macas e máquinas diversas. Do lado direto tinha um painel, com várias fotos riscadas, indicando que, provavelmente, alguns experimentos já foram feitos ali.

Decidido a investigar o local, Laxus começou a andar por entre as macas, mas uma em especial chamou sua atenção. Ele conseguia ver apenas as “pernas” dela, pois ela estava entre algumas cortinas de hospital. Curioso ele se aproximou.

Puxou uma das cortinas para o lado e se surpreendeu com o que viu: Tamandra. Ela estava amarrada, com um soro verde e algumas máquinas ligadas a si, inclusive uma máscara de oxigênio. Disposto a obter respostas, Laxus se aproximou, mas antes que chegasse mais perto algo o acertou na cabeça.

A única coisa que viu antes de apagar foi um sorriso sinistro.

—— // ——

Cendy se sentia mais perdida do que nunca. Fazia tempo que estava andando depois de cair em cima de um colchão em uma cela.

Não importava por onde andava, sempre vias celas e mais celas, algumas até com pessoas presas ou dormindo. Aquele lugar era assustador, isso ela tinha certeza.

Enquanto andava ela ouviu um barulho de correntes. Diferente da maioria das pessoas que fugiria, ela foi atrás do som. Era o primeiro sinal de “saída” que ela ouviu.

Agora ela estava em um corredor iluminado por luzes que piscavam. Continuou andando até se deparar com uma nova sala, e era de lá que vinha o barulho.

Entrou calmamente, segurando uma adaga para o caso de ser atacada. Na sua frente tinha uma mesa de ferro, com amarras de tecido, uma máquina apontando para a mesma e alguns monitores e botões.

Olhou ao redor e descobriu de onde estava vindo o som: um painel enorme mostrando várias câmeras de segurança das celas. A maioria não tinha nenhum movimento, mas uma em especial mostrava uma loira presa por correntes tentando se soltar. Era Lucy.

Cendy não teve dúvidas do que fazer, saiu da sala o mais rápido possível e voltou para os corredores de celas para procurar a maga celestial.

Aquele lugar parecia um labirinto, mas ela não desistiu. Suas esperanças aumentaram assim que conseguiu ouvir o som das correntes mais perto, e dessa vez ela tinha certeza que não era nenhum painel.

A cada passo, mais perto ela chegava, até que finalmente parou na frente de uma cela, mas não tinha ninguém nela, as correntes estavam se movendo sozinhas.

— Isso só pode ser brincadeira — sussurrou para si mesma.

Assim que Cendy se afastou da cela ela percebeu seu erro. Lucy estava desacordada sob o efeito do veneno, ela nunca conseguiria se mexer se estivesse presa nas correntes. Era uma armadilha.

Correu para longe das celas o mais rápido que conseguiu, não se importava com o barulho que estava fazendo, quem quer que fosse já sabia que ela estava ali, então não fazia diferença ela andar devagar.

Quando estava perto do corredor das luzes piscantes, uma barreira mágica a impediu de passar. Ela ouviu o barulho de portas de ferro enferrujadas se abrindo, e olhou para trás.

Todas as celas estavam abertas, e vários grunhidos puderam ser ouvidos. Antes que conseguisse reagir, as pessoas antes presas ou desacordadas começaram a sair, indo em sua direção.

A Pena da CuraOnde histórias criam vida. Descubra agora