O andar o oculto

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— Eu odeio lobos, eles parecem cachorros ferozes prestes a me puxar pela cauda — Happy falava sem parar.

— Nós já saímos de lá, Happy, não precisa se preocupar — acariciou a cabeça dele.

— Mesmo assim, você viu o tamanho daquela coisa?

— Que tal ficar no quarto enquanto nós dois vamos atrás daquele 4º andar? — sugeriu.

— Sozinho? Nunca!

— E se eu chamar o Plue para ficar com você?

— Aceito! — se animou.

— Abra-te, o portão do Cão Menor, Nicolas.

— Pu puuuun — surgiu feliz.

— Vamos, Plue — Happy pegou o espírito e saiu voando.

— Não sabia que eles eram amigos...

— Desde o começo eu invoco muito o Plue, então eles acabam ficando bastante tempo juntos — sorriu olhando para onde os dois foram.

— Faz sentido... Então, por onde quer começar?

— Podemos tentar ver se tem algo no subterrâneo, depois subimos para o terraço... Só pensei nessas duas alternativas...

— Deve ter uma escada por aqui em algum lugar tipo... Ali atrás daquele armário que não tem nada a ver com o ambiente — apontou pra o canto da recepção.

Ao olhar para onde Laxus apontava, a loira viu um armário de metal rosa— choque com um unicórnio fofinho em uma das portas.

— Só pode ser sacanagem, como não vi algo assim antes? — gota.

Atrás do armário a parede tinha um retângulo meio solto, e assim que o loiro o puxou viu que era uma abertura mais ou menos do seu tamanho. Ao abrir, viram que dava para uma escada.

— Bingo! — Lucy comemorou. — Quem vai primeiro?

— Eu vou, pode ser perigoso — foi na frente.

— Ok, então...

O caminho era totalmente escuro, a única luz era a da recepção. Desceram o primeiro lance de escadas, logo virando à direita dando de cara com uma porta de metal.

Laxus não teve nenhum problema para abrir a porta, apenas empurrou com uma das mãos, revelando uma sala, nem muito grande e nem muito pequena, com uma máquina aparentemente desligada.

Ao se aproximarem da máquina conseguiram ver, através de um vidro, uma chave e um papel.

— O lado bom é que encontramos algo que parece importante... O lado ruim é tirar dai de dentro...

— Eu vou eletrocutar a máquina, assim talvez ela ligue e abra — Laxus já se preparava para usar sua magia.

— Não tão fácil, humanos — uma voz disse.

Ao olharem na direção da voz, viram ninguém mais ninguém menos que o tal lobo da clareira. Ele saiu de uma porta lateral, que até então eles não tinha vistos, e parecia muito nervoso.

— O lobo fala...

— Não sou exatamente um lobo, sou um espírito celestial independe... Fui encarregado de proteger uma das partes do cajado, não vou deixar que levem essa chave!

— Independente? — Laxus estranhou.

— Sim, não sigo nenhum mestre, mas sou livre para escolher um. Também posso viver normalmente aqui nesse mundo.

— ...

— Abra o vidro, eu cuido dele. Star Dress, Virgo Form! — usou sua magia.

— Tem certeza? Ele é um espírito...

— Não vou machucar ele, apenas vou prender.

— Ok...

O lobo encarava Lucy de forma surpresa, não esperava ter que lutar contra uma Maga Celestial, mas não tinha alternativa, essa era sua missão. Tamandra o mandou proteger a parte do cajado, então ele protegeria.

Enquanto Laxus utilizava sua magia na máquina, Lucy olhava atentamente para o lobo a sua frente. Seus dentes afiados a deixavam arrepiada, não queria ver o que ele podia fazer com eles.

Quando o lobo avançou, a loira desviou facilmente. Não pretendia lutar, estava apenas ganhando tempo para que Laxus conseguisse a chave e assim saíssem correndo.

Vendo a distração do oponente, Lucy lançou correntes nele e rapidamente cavou um buraco, o fazendo cair.

— Acabou ai? Não acho que isso seja o suficiente para prender ele por muito tempo...

— Só mais um pouco e... Abriu — pegou a chave e o papel. — Vamos logo! — puxou a loira.

— Não dá pra se teletransportar dessa vez? — começou a correr.

— Aquela coisa sugou quase toda minha magia, não tenho o suficiente para levar nós dois...

— Droga, logo agora... — ouviu barulho de correntes. — Ele vai se soltar logo, temos que sair daqui o mais rápido possível....

— LUXY!

— Happy, o que aconteceu?

— Eu e o Plue estávamos dançando e do nada essa caixa surgiu no meio do quarto, junto com um raio...

— Aquela máquina estava escondendo a caixa, a chave deve ser dela — Laxus observou.

— Onde está o Plue?

— Voltou para casa... Por que vocês estão correndo mesmo? — olhou para trás, vendo o lobo na entrada do hotel. — Esquece minha pergunta, só corre! — subiu na cabeça do loiro.

— Droga... Como vamos fazer para voltar e pegarmos nossas coisas?

— Eu peço para a Virgo depois, agora vamos pra estação...

— Correr cansa muito, ainda bem que a estação é aqui perto... — Happy olhava para trás com medo.

— Você não está correndo, bola de pelos — Laxus o acusou.

— Pegar carona na sua cabeça é mais rápido — riu — Olha o trem!

— VOLTEM AQUI, SEUS LADRÕEZINHOS — o lobo gritou, correndo pelas ruas vazias, pois já era de madrugada.

— Como que tem um trem a essa hora aqui? — Lucy perguntou, comprando as passagens na velocidade da luz.

— Algumas cidades tem trens de madrugada, justamente para ajudar os magos em suas missões.

Ambos já estavam cansados, mas assim que ouviram o apito do trem, utilizaram suas últimas forças para chegar até ele.

Segundos depois de entrarem, as portas se fecharam. Esgotados, se jogaram nos bancos da primeira cabine vazia que encontraram.

— Escapamos, eu não acredito que escapamos — Lucy sorria aliviada.

— Agora temos que ver se a chave é realmente dessa caixa — pegou a caixa dos braços da loira, colocando e girando a chave. — Abriu!

— Como é essa parte? — Happy olhava curioso para a caixa.

— Igual as outras duas — mostrou pra os dois. — Por ser um cajado é normal o cabo ser longo.

— E aquele papel que você pegou junta da chave? — a loira perguntou.

— Está escrito: Parabéns, agora ache a caixa.

— Que específico...

Que específico...

— Enfim, para qual cidade estamos indo?

— Se não me engano não é uma cidade, e sim uma floresta... A Floresta das Águias!

— Gostei do nome, parece interessante.

— O que será que nos espera lá dessa vez? — o gatinho perguntou quase dormindo.

— Quem sabe... — a loira disse sorrindo, vendo Happy já adormecido.

Em pouco minutos, o sono também chegou para os dois loiros. Sem muita alternativa, eles apenas se deixaram levar, logo se entregando ao doce mundo dos sonhos.

A Pena da CuraOnde histórias criam vida. Descubra agora