Charada e corredor

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A biblioteca era, literalmente, o interior de uma montanha. A fachada era simples com uma plaquinha de madeira e algumas flores, além da porta dupla de madeira escura. Lucy sequer reparou nisso, apenas entrou e se jogou na primeira cadeira que viu.

Apostar corrida com um lobo tinha sido a pior ideia que tinha tido naquele dia. Enquanto ela se esforçada para pelo menos manter o ritmo, Lio corria como se fosse a coisa mais relaxante do mundo. Durante todo o percurso ele permaneceu do seu lado, as vezes dando umas desaceleradas para a alcançar, só correu para valer quando viu as portas da biblioteca.

Por dentro ela era uma biblioteca normal, cheia de estantes, uma escada caracol e algumas móveis, facilitando a busca por qualquer livro. Enquanto Lucy descansava, Lio começou a olhar o lugar, procurando o lugar dos livros de outras línguas.

Rapidamente encontrou o que procurava, pois tudo estava separado com plaquinhas. O único problema era que tinha muitos livros, deveriam ver um por um até já encontrar o certo para traduzir a charada.

— Meu Deus, vamos demorar muito para achar o certo — Lucy parou ao seu lado.

— Então só nos resta começar as buscas.

—— // ——

Um mês depois.

— Caramba, nenhum desses livros ajudam. Tudo isso por causa de uma tesoura, teria sido melhor esconder ela inteira — a loira reclamava.

— Eu sabia que tinha muito para ver, mas não sabia que eram tantos...

Quando acharam que tinham pego todos os livros, descobriram que a estante tinha um fundo falso com mais livros atrás. Como não conheciam a língua da charada, o jeito foi sair comparando os símbolos, mas isso demorou mais do que esperavam.

No primeiro dia de pesquisa, eles descobriram uma porta camuflada que levava para um lugar de descanso e uma pequena cozinha, era assim que estavam se virando nesse último mês.

— Eu estava pensando... — Lio fez uma expressão pensadora. — Como estamos no Mundo dos Anjos, não seria mais “normal” a charada estar em uma língua antiga dos anjos?

— Isso quer dizer que...

— Estamos procurando feito bestas, sendo que poderíamos ter terminado bem antes.

— Agora temos que procurar o livro...

— Na verdade não. Ele está bem ai na sua frente — apontou pra um livro branco.

Lucy pegou o livro e abriu. Assim que começou a comparar, percebeu que Lio tinha razão. Rapidamente conseguiu traduzir cada símbolos e formar a charada.

Por que a galinha atravessou a rua?

— Alguém me diz que isso é uma pegadinha só para nos distrair — Lucy olhava para o papel como se quisesse queimar ele.

— Hum... Não parece ser tão difícil, deve ser porque ela quis.

— Nunca ouviu essa charada? É uma das mais comuns...

— Sendo sincero, Não — sorriu. — Na floresta onde eu vivia, os animais não eram muito de contar charadas. Eles preferiam piadas sem sentido algum, mas qual a resposta dessa ai?

— Ela atravessou a rua porque queria chegar do outro lado — a maleta se abriu, revelando metade de uma tesoura completamente prata.

— Só isso?

— Sim.

— Que sem graça, eu esperava uma resposta mais elaborada, mas que é a cara do líder nós não podemos negar — riu.

A Pena da CuraOnde histórias criam vida. Descubra agora