Five

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        Outra manhã se iniciava, tomei meu café da manhã diligentemente e saí de casa ainda me sentindo sonolenta, assim que coloquei os pés para fora do portão vi que meu guarda-chuvas que havia emprestado ao Hoseok estava pendurado na caixa do c...

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        Outra manhã se iniciava, tomei meu café da manhã diligentemente e saí de casa ainda me sentindo sonolenta, assim que coloquei os pés para fora do portão vi que meu guarda-chuvas que havia emprestado ao Hoseok estava pendurado na caixa do correio. Olhei para todos os lados a fim de verificar se ele ainda estava por aqui, no entanto, nem sinal dele.

        Peguei o objeto e o joguei no canto da entrada de casa, no lado de dentro pois não havia necessidade de levá-lo. Não haveria chuva hoje, não me incomodaria em levar.

        Assim que cheguei na escola, procurei por Changkyun e Seulgi aos arredores mas não os encontrei, então deixei de lado e segui para o prédio, em direção aos armários. Logo que me aproximei do corredor avistei Hoseok parado de frente para o seu, voltei a caminhar até ele pensando em lhe cumprimentar mas parei assim que o vi abrir o armário e diversos papéis sujos de tinta caírem de dentro. Algumas pessoas começaram a rir, outras lhe encaravam com os braços cruzados e balançavam as suas cabeças negativamente.

        Quando cheguei não havia muitas pessoas no corredor, porém, no momento em que ele abriu o armário era como se a escola toda estivesse se aglomerado ali, naquele instante.

        Apesar de ficar chocada com o que haviam feito, não pensei muito antes de em um impulso me aproximar do garoto e me abaixar para ajudá-lo a pegar todos aqueles papéis do chão.

        Mas assim que toquei um dos papéis, Hoseok levou a mão ao meu pulso e o segurou, acabando por me assustar:

— Não toque nisso, você vai se sujar. – Hoseok disse sem conseguir me olhar, ele fitava o chão. — Eu faço isso.

— Tá tudo bem. – Ele afrouxou o aperto delicadamente e soltou meu pulso, voltei a ajudá-lo. Haviam escrito assassino em todo seu armário, além de sujarem tudo com tinta vermelha. Pegamos todos os papéis que estavam no chão e os jogamos no lixo. — Você tá bem? – Questionei, por alguma razão presenciar a situação fez com que eu me preocupasse com Hoseok.

— Estou. – O seu "estou" não tinha vida, não soava sincero. É óbvio que ele não está bem, senti muita vontade de o abraçar e o consolar neste momento, assim como sempre fiz com Changkyun e Seulgi quando estavam passando por problemas, mas Hoseok e eu não tínhamos intimidade alguma, tive receio de que se eu fizesse isso ele poderia se zangar e me afastar,  então neste caso, eu nunca mais conseguiria encará-lo.

— Vou lavar as mãos, te vejo na sala, ok? – O garoto balançou a cabeça positivamente.

        Me dirijo em seguida ao banheiro feminino e lavo as mãos, encaro o reflexo no espelho e me lembro do que havia acabado de acontecer, dos papéis caindo e de todos os olhares maldosos sobre ele. Eu me sentia tão mal por ver aquilo e ao mesmo tempo agoniada por sequer saber da verdade, por não saber sobre a história.

         E por mais que eu sinta que ele não é um monstro, não tenho certeza e posso estar me enganando. Então o que eu devo fazer? Me aproximar e tentar conhecê-lo de verdade? Precisava fazer algo, nunca me senti tão incomodada e inquieta pelo bullying que outros alunos sofriam, no entanto, com Hoseok é diferente e estranhamente me incomoda.

Best Of You ▸ WonhoOnde histórias criam vida. Descubra agora