Mata-me de Prazer - Redenção

Vick conversa com Sidney

Fui encaminhada até o quarto 308 e por sorte, Sidney estava acordada.

- Olá, Sid! - bati levemente na porta antes de entrar.

- Victória! O que faz aqui? - Ela se sentou na cama, mesmo surpresa sorriu contente em me ver.

- Fugi pra te ver! - Sorri e me aproximei da cama. - O que te aconteceu.

- Uma gripe forte, febre... Tive uma convulsão... nada demais. - Ela deu de ombros. - E você fugindo por minha causa?! - Ela torceu a boca em reprimenda. - Não devia fazer isso.

- Eu sei que não, mas as vezes é preciso quebrar as regras! Dr. Anthony também não estava na clínica hoje. - ela torceu os lábios- Brigaram?

Sidney baixou as vistas.

- Definitivo... - Ela se recostou. - O irmão apareceu e parece que tudo virou de perna pro ar... E para piorar Michael apareceu em casa deixando o dinheiro da pensão... - Ela levou as mãos até o rosto. - Eu sei que deveria ter cancelado essa pensão que ele me da todos os meses, mas esqueci... Eu não tive culpa... Então Anthony me disse coisas horríveis e eu o mandei embora, mandei sair da minha vida para sempre.

- Na faculdade, eu tinha uma amiga chamada Sandy que me ensinou uma lição muito importante! - Sentei em sua cama e tomei sua mão. - Ela dizia que temos de viver o hoje intensamente porque Para Sempre e Nunca mais, é muito tempo!

- Sua amiga me parece muito sábia! - Ela sorriu triste. - Eu e Anthony somos perfeitos no nosso mundo, mas quando ele extravasa para fora das quatro paredes que criamos... Tudo se perde, Vick. Definitivamente eu e Anthony só nos machucamos.

- E é por isso que está na hora de conversarem e esclarecerem as coisas.

- Ele não me fala o que eu quero saber, mas quando se sente inseguro, ele diz coisas a meu respeito que me deixam muito brava com ele. As vezes tenho medo de saber realmente quem eu era. Se eu fui o que ele diz quando está nervoso? - Ela sacudiu a cabeça tapando o rosto. - N-n-não vou suportar. Não seu se aguento saber que eu era uma usurpadora, uma mulher sem classe.... que só queria dinheiro.

- Usurpadora? - Eu ri. - Você só estava perdida, Sid... Infelizmente, você era viciada em drogas pesadas, precisava sustentar o vício e... Enredou por um caminho desastroso!

- Que tipo de caminho, Victória? - Ela me olhou horrorizada, mas percebi que estava disposta a escutar tudo.

- Prostituição! - Exclamei com pesar. - Prostituição de alta classe com direito a todos os tipos de fetiches.

Sidney levou as mãos a boca chegando a perder a cor, se afastou de mim quase caindo da cama. parecia que o ar lhe faltava.

- Anthony... Ah, meu Deus! - E Sidney desabou a chorar completamente decepcionada consigo mesma.

- Se eu era uma vadia? Você também era? - Ela me olhou se levantando da cama. - Eu não consigo entender isso...

-Sidney, mantenha a calma! Não queremos que tenha uma nova convulsão, por favor se controle. Há muito o que você precisa entender mas, eu não tenho como te explicar tudo, eu nem sei por onde começar! Eu não era uma vadia, aliás você também não, não se menospreze assim! 

- Sim! eu era uma! - Sidney estava do outro lado da cama, em pé, andando. - Eu me sujeitei a isso? eu sou uma cadela, uma pessoa suja! - Seu tom de voz era de revolta.

- Mas, eu deixei que você vendesse a minha virgindade! - sorri mas ela pareceu não achar graça.

- Eu fiz o quê? - Vick me encarou perplexa.

- Não foi um trauma pra mim, Sidney! O Dr. Anthony a conheceu na clínica de reabilitação, ele era o seu terapeuta e se apaixonou por você.

- Eu sinto muito! Eu devia ser a pior amiga pra fazer isso com você. - ela se sentou numa cadeira colocando a cabeça entre as mãos, soltando o ar com força. - Eu devia ter morrido quando levei o tiro... Assim vocês não teriam que conviver com as merdas que fiz. Magoando a todos.