Anthony vai falar com o irmão

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Anthony

Eu estava preocupado com Sidney e com o modo como ela saiu de lá, tinha receio de que Andrew fosse atrás dela.

Deixei a clínica por volta das 16h e segui até a floricultura. Me senti aliviado ao ver que ela estava bem e arrumando alguns arranjos, apanhei uma rosa branca de caule longo de um arranjo no balcão e me aproximei por suas costas, estendendo a flor à sua frente.

- É bom ver que você está bem!

- Que susto! - Ela se virou rapidamente levando as mãos a boca. - Estou bem melhor... trabalhar me ajuda... - ela deu de ombros chateada. - Desculpa, eu surtei um pouquinho!

Sidney apanhou a rosa levando ao nariz para sentir o perfume.

- Eu sinto muito! Meu irmão está muito mexido com... o falecimento de nossa mãe

- Há! - Ela tapou a boca. - Sinto muito!!! - ela abriu os braços me puxando para eles. - Como você está?

- Triste! - Dei de ombros. - Sinto que perdi não só a minha mãe mas toda a minha família. Ela era o único elo que ainda nos unia, meus irmãos preferem ignorar a minha existência.

- Eu não tenho palavras para diminuir essa sua dor, Thony... Mas eu estou aqui, te apoiando sempre que precisar. - Ela acariciou meu rosto, sorriu amável. - Você não perdeu seus irmãos, isso é passageiro.

- Você não conhece a minha família, pequena! - Acarinhei o seu rosto e tomei seus lábios num beijo suave. - Agora eu só tenho você!

- Hummmm... - Ela fez um bico gostoso. - Vai sempre ter a mim... Mas Você também precisa de seus irmãos para ficar em paz! Tente pelo menos refazer esse laço.

- Estou indo conversar com aquele cabeça dura! - A puxei e abracei, a quem eu queria enganar? Eu precisava dela na minha vida e tinha que parar de perder tempo, antes que outra pessoa surgisse em sua vida. - Vou falar com o Andrew e volto pra conversarmos.

- Está bem! - Vou te esperar no meu apartamento. - ela me deu um beijo no queixo. - Vou fazer uma comidinha bem gostosa pra gente.

- Eu te amo, pequena!- a beijei suave

- Ah! Thony... Eu também amo você! - Ela segurou o meu rosto. - Não demore, está bem?

- Não vou demorar, meu anjo!

Beijei-a novamente e sai da floricultura, seguindo até o endereço do hotel onde Andrew me disse estar hospedado.

Me apresentei na recepção e aguardei que meu irmão descesse pra me recepcionar.

- Achei que não viesse. - Andrew disse parando logo atrás de mim. - Vamos jantar?

- Vamos! - Eu me sentia exausto. - Apesar de que ainda é tão cedo!

- Vamos sentar e conversar... pedir uma bebida quente.

Seguimos para o restaurante, arrumamos uma mesa e nos sentamos.

- Dois Uísque com gelo, por favor. - Pediu ele par ao garçom que mal se aproximou de nós e já se virou para ir atrás das nossas bebidas, meu irmão me olhou sério.

- Foi por causa dela que nos deixou? deixou tudo para trás... O consultório, a mamãe, eu e a Natasha?

- Ela precisava de mim, Andrew! - Suspirei. - Eu sei o que você pensa dela, mas eu a amo e estava prestes a perdê-la. Ela sofreu um atentado, levou um tiro na nuca, a bala foi removida depois de uma cirurgia complicada, ela perdeu massa encefálica e perdeu anos da sua memória. Ela ficou imobilizada e sem fala por quase um ano, Andy!

- Você é louco, Tom! - Ele sacudiu a cabeça não acreditando na minha insistência. - Vai ter que se esconder com ela para o resto da vida... mesmo ela não se lembrando. Essa garota deu pra mais da metade dos homens de Washington. Você acha que mesmo ela mudada não vão reconhece-la?

- Eu não me importo se a reconhecerem, Andy! Você não entende? Você não a conhece... Não a Sidney de verdade, que gosta de flores e bichinhos de pelúcia, que dorme com o dedo na boca, e que canta Britney Spears a plenos pulmões. Ela era uma prostituta, eu sei! Mas eu a amo.

- Tom! Me escuta... você não está raciocinando bem... - Andrew se ajeitou na cadeira se aproximando. - ela sabe da vida que levava em Washington?

- Não sabe! Achei que pudesse apagar o seu passado e ela pudesse ser feliz assim. Mas... eu vou ter que contar! Ela não pode passar o resto da vida no escuro

- É! - Andrew sacudia as pernas embaixo da mesa, irritado. - Que vergonha, tom! Nunca pensei que teria uma prostituta como cunhada... A mamãe e o papai devem estar se revirando no tumulo.

- Foi por causa desse tipo de comportamento preconceituoso que eu me afastei de vocês, Andrew

Andrew se recostou na cadeira, o garçom trouxe nossos copos com o liquido âmbar, ele agradeceu, pegou o copo e bebericou, devolvendo a mesa logo em seguida.

- Anos de tradição... Papai mantendo o nome tradicional da família... Para recebermos o titulo de preconceituosos? - ele me olhou com amargura. - Estou tentando te alertar de que no futuro vai ter que lidar com piadas de mal gosto. Principalmente se vier a ter filhos. Torça para que eles tenham a sua cara.

- Foi um erro ter vindo aqui. Eu jamais vou conseguir te fazer entender!- me levantei- Vou pedi-la em casamento, Andrew! Não estou pedindo o seu aval ou a sua aprovação. Estou lhe comunicando.

- Tá! - Ele deu de ombros. - Depois diga que não te avisei... Você está dando murro em ponta de faca por que quer. Se é por causa de um sexo gostoso, você pode manter isso... não precisa casar. Agora se é pra casar, procure alguém que tenha um passado limpo. Falou?

- Foi bom te ver, meu irmão! Apesar das circunstâncias. Tenha uma boa noite!

- Não falamos dos bens da mamãe! - Ele falou alto enquanto eu atravessava o restaurante.

- Não estou preocupado com isso.



Mata-me de Prazer - RedençãoOnde histórias criam vida. Descubra agora