Theodoro chega de viagem

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Theodoro

Como prometido, na segunda estava de volta. Minha ida aos Estados Unidos era essencial. Meu irmão precisava de mim na produtora.

Desci no Heliporto, olhei no relógio e já marcavam 8:40hs, Vick estava parada na porta usando seu hobby de cetim creme, cabelos soltos de quem estava dormindo.

Me aproximei tocando em seu pescoço e a beijei.

- Bom dia! - Disse colado em sua boca. - Que carinha de sono... Fiz falta na nossa cama? - Perguntei a puxando para dentro, entreguei minha mala de mão a Melleky.

- Você sempre faz falta na nossa cama!

Sorri tirando os óculos escuros.

- Como está o projeto da nossa casa particular? - Me sentei na cadeira da sala de jantar, a mesa estava posta para o café da manhã.

- Estou incrivelmente inspirada. E tenho certeza que você vai amar.

- Angelina me ligou... - Olhei para Vick apoiando o cotovelo na mesa, sorri achando graça do que me falou ao telefone. - Ela disse a você que terá trabalho para trazer tudo o que quer... e você mandou trazer num container fechado? - Ri de sua solução simples e prática.

- Angelina não compreende que não existe impossível pra mim.

- Não se esqueça que estamos em uma ilha... - Levei a xicara de café a boca, dei um gole generoso. - Alguma novidade enquanto estive fora?

- Não que eu saiba!- Victória sentou-se e apanhou o jornal sobre a mesa, era um ritual seu ler as notícias antes do café da manhã- Oh, meu Deus! - Sua expressão era de surpresa.

- O que foi? - Disse calmo, ela sempre se surpreendia com algo.

- Olha só... a Gabrielly... Está morta! - Vick me disse parecendo chocada, a encarei mais chocado que ela. - O jornal diz que foram "causas naturais". Como alguém com menos de trinta anos morre por causas naturais?

Puxei o jornal de sua mão para ler a notícia, completamente chocado li até o final. Me recostei na cadeira olhando a foto da garota.

- Aqui diz que a indícios de morte natural, mas vão investigar... - Olhei para Victória por um bom tempo. - Você não está triste.

- Estou chocada! - Ela soou natural. - Não éramos grandes amigas, Theodoro! - Ela deu de ombros, se servindo de café. - Devíamos enviar as nossas condolências à família, oferecer ajuda com o enterro... Não sei! O que acha?

Me levantei indo até a parede de vidro, apoiei o antebraço, fiquei olhando para fora ligando algumas coisas.

- Tem algo que não bate... - Olhei para Vick sobre meu ombro. - Onde esteve sábado a tarde?

- Fui ao shopping comprar roupas pro August! Quer ver as compras e a nota do estacionamento? - Ela afirmou de modo simples. - O que está insinuando, Theodoro?

Me aproximei da mesa e a encarei.

- Não estou insinuando... - Estendi a mão. - Me de seu celular.

Ah Theodoro, por favor... Uma de suas atrizes sufoca com a própria saliva e eu sou suspeita de um crime, porque você bolou uma teoria da conspiração?

- Não teste minha paciência. - Mantive a mão estendida.

Victória me lançou um olhar desafiador e me entregou o celular

Apanhei o aparelho, digitei a senha e fui direto no localizador instalado no sistema do Iphone. Ao contatar o endereço, virei o aparelho para ela.

- Comprando roupas?

- E daí? Passei pelo apartamento de Gabrielly pra lhe dar uma garrafa de vinho. Felicitá-la pelo fim das gravações e sua viagem a Argentina. Sabia que ela estava de partida?

- Espero que não esteja mentindo para mim, Vick! Porque se estiver e descobrirem, não vou limpar a sujeira. Eu disse que aquela vida que levava deixei para trás... - Joguei o celular no chão e pisei violentamente nele, o destruindo. - MELLEKY... - Gritei.

- Está sendo dramático, Theodoro! Eu sequer subi ao apartamento. Eu cheguei sua amiga estava viva e a deixei bem viva quando saí, ou está com saudades, meu amor? Quer que eu o deixe em paz pra aproveitar o seu luto? - Ela soou cínica e bastante segura.

Melleky apareceu na sala de jantar, apanhei os cacos do celular e lhe entreguei.

- Vá até a marina, peça pra dar um passeio de uma hora, jogue o aparelho ao mar e depois volte.

- Sim, senhor! - Ela apanhou o aparelho nas mãos e saiu tranquila.

Me voltei para Victória.

- Sim! Estou de luto. Gabrielly era uma jovem incrível com muito talento e tinha um futuro brilhante pela frente... e sim, vou precisar do tempo, afinal de contas ela foi uma ótima submissa... e foi você quem a jogou na nossa cama, não se esqueça disso. - Larguei Vick na mesa e saí para o escritório.

Puxei o celular e liguei para o produtor do estúdio.

- Vincent! Acabei de chegar e soube do que aconteceu... - disse ao telefone.

- A empregada a achou pela manhã, infelizmente estava sem vida e tudo que indica é que ela teve uma apneia, ainda estão investigando as causas da morte. - Ele disse calmo, sua voz estava triste.

- Mande uma coroa de flores no nome da produtora, veja se a família precisa de algo.

- Você não virá?

- Não! A notícia me pegou de surpresa. Estou cansado da viagem e hoje é folga da babá, não vou com uma criança pequena. De meus sentimentos aos pais de Gabrielly.

- Será dado, não se preocupe, se a imprensa perguntar, explico a eles.

- Depois peço a Hermione para divulgar uma nota em nome da produtora.

Falei por mais alguns instantes com Vincent e desliguei. Ficando por um bom tempo na minha saleta, desfrutando de um uísque vendo o tempo passar lá fora. Claro, meus pensamentos estavam voltados no que poderia ter acontecido.

 Claro, meus pensamentos estavam voltados no que poderia ter acontecido

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Mata-me de Prazer - RedençãoOnde histórias criam vida. Descubra agora