Vick & Theo - Estremecidos

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Victória

Continuei a tomar o meu café, sentindo um bolo se formar na minha garganta. Ele realmente se importava com ela, e se eu não tivesse posto um fim aquela história, ele mesmo iria procurar Gabrielly e submetê-la, sem que eu soubesse ou participasse.

Apertei com tanta força o copo em minha mão que o vidro espatifou e cortou a minha palma.

- MELLEKY! - berrei.

- Melleky saiu, senhora! - Luiza a cozinheira entrou falando seu italiano perfeito. - Ah, meu Deus! - Ela correu para cozinha trazendo a caixa de medicamentos. Ela se sentou ao meu lado puxando minha mão, limpou com calma. - Não vai precisar de pontos.

Com jeito ela fez o curativo em minha mão, passou a faixa prendendo em meu pulso.

- Evite molhar, Senhora! - disse ela sorrindo amável.

- Obrigada, Luiza! Onde está o Theodoro?

- Continua no escritório.

Me levantei e rumei para o escritório, minha mão latejava como brasa e eu estava nutrindo um ódio mortal por Theodoro nesse momento, tentei abrir a porta, mas estava trancada, apanhei a chave na mesinha próxima a porta e destranquei-a.

- Está chorando a ausência do seu novo brinquedo? Você mal pode explorar as possibilidades, não é?

- Se eu fosse você não provocaria, se não sabe manter a sua língua dentro da boca e mantê-la fechada, não deveria ter vindo aqui. - ele me olhou de lado, viu minha mão enfaixada, mas não perguntou o que tinha acontecido.

Mantendo a cadeira virada para a porta de vidro que dá para o Heliporto. ficando de lado.

- Você está tão amargurado, Theodoro! - ignorei sua fala. - Isso faz mal ao coração.

- Eu não estou em paz... E meu sexto sentido me diz que você tem participação... Nem quero imaginar se não fez do jeito certo, se deixou pistas. - Theo passou a mão pelo rosto puxando o ar com força, grunhindo alto.

- Você acha mesmo que eu seria capaz de algo assim? - Era ele quem sempre tentava me convencer que eu era doce e que não tinha matado a Sandy. Resolvi jogar o seu jogo. Tranquei a porta e me aproximei da sua mesa. - O laudo for conclusivo, Theodoro! A moça sufocou enquanto dormia

- O laudo ainda não saiu... apenas é uma hipótese inicial.

Dei de ombros

- E daí? - Me sentei em sua mesa.

Theodoro me olhou de lado, analisando minha aproximação.

- Se pensa em me tocar... Desista. não quero ser tocado nesse exato momento. - Theo fechou o punho visivelmente bravo.

- Você consegue ser um idiota quando quer!- me levantei frustrada

- E você imprevisível quando não estou por perto.

- Eu nunca disse que era previsível! - O encarei desafiadora. - Por que não me pergunta exatamente o que quer saber, Theodoro?

- Eu não preciso perguntar. -Ele virou a cadeira para ficar de frente para mim, me encarou com os olhos brilhando. - Você vai me contar como foi.

- Vou? - sorri de lado e puxei uma cadeira, me sentei a sua frente, com as pernas entreabertas, encarando seus olhos escuros. - Eu quero tocar você, Theodoro! Por que me penitência assim?

- Lembre-se que não é só você que é atingido quando eu não a toco... eu também sofro, porque te amo. - Theo se levantou indo até a vidraça. - Temos um filho... Ele precisa de uma mãe equilibrada... - Ele me olhou. - Não só forte, amável, mas que tenha equilíbrio para passar as adversidades e os problemas juntos. Se você me passa a imagem de uma psicopata, não sei se tem estrutura pra criar o meu filho, então não me faça pegar raiva e pedir o divórcio, te mandar de volta pros Estados Unidos... - Theo apoiou as mãos na mesa. - Agora me conte a verdade... Porque se eu descobrir por si só, corre o risco de ficar sem a nós dois.

Mata-me de Prazer - RedençãoOnde histórias criam vida. Descubra agora