Seis meses se passam

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 Rossi

A meses venho remoendo meu ódio por aqueles dois, Anthony e Theodoro. Muitas vezes cogitei a possibilidade de abrir a boca e contar todas as sujeiras que aquele cafetão e traficante do Theodoro fez em sua vida de Glória. Mas isso me incriminaria mais ainda e isso não daria a ele toda a justiça que merecia, a dor tinha que vir junto.

Já haviam passado seis meses, o cerco e a segurança de Victória havia diminuído, hoje as duas iriam passar um bom tempo no escritório, era hora de agir.

 Me vesti de técnico de TV, roubei um van da mesma rede de manutenção, troquei a foto do crachá e segui para o edifício onde se localizava o escritório de Victória Austin.

Assim que o elevador se abriu, segui para a recepção.

- Bom dia! Preciso fazer uma troca de um modem da internet que apresentou defeito. - Estendi a prancheta.

 - Não fui informada que ninguém viria! - a moça emendou. - Desculpe, mas não posso deixá-lo entrar. Vou anunciar que a companhia o mandou.

- Largue este telefone... - Sutilmente apontei a arma para ela sobre o balcão, embaixo da prancheta. - Sorria... E me leve até a vadia da sua patroa.

 A moça ficou pálida e se levantou.

- Por favor, não faça nada contra mim! Eu farei o que está mandando.

- Cala a boca e segue. - Ela saiu de trás do balcão, segurei em seu braço, - Se gritar, morre... Entendeu?

 - Sim! - Ela engoliu em seco e me obedeceu.

 Seguimos para a sala de reunião onde estariam as duas, pela porta de vidro deu para ver as duas de costas para mim, Victória e Sidney, um presente, não teria trabalho para reunir as duas.

- Abra a porta. - Pedi a recepcionista.

 A moça puxou o ar com força e abriu a porta, antes que ela abrisse a boca para falar, deu-lhe uma coronhada a levando ao chão desmaiada, tratei logo de apontar a arma para aquelas duas, que ainda estavam tentando entender o que realmente estava havendo.

- Que bom rever vocês duas! - Sorri sarcástico. - Apontando a arma para as duas.

Abaixei pegando no pulso da garota desmaiada, puxei para poder liberar a porta e fechei, trancando por dentro.

- Rossi... - Sidney me reconheceu assim que tirei o boné da cabeça, eu estava sem barba.

- Por que eu não estou surpresa? - Victoria foi mais fria, não parecia assustada- O que quer?

- Reunião... - Me coloquei parado a sua frente, encarei Victória. - O marido de vocês me ferraram... Então eu vou ferrar com eles... E nada como duas criaturas para isso... uma desmemoriada e a outra fingindo que nada aconteceu.

- Como você é previsível, Rossi! Vai nos matar?- ela foi desdenhosa e Sidney mostrou-se alarmada. - Você nem sabe manusear direito essa arma. Está tremendo?

- Quer pagar para ver? - Fui direto. - Tive bastante tempo para treinar, pode ter certeza que farei um belo buraco na sua cara de pau. Agora... - Tirei uma algema do bolso. - Prenda um no pulso as outra.. - Joguei para Victória. - Vamos dar um passeio.

- Não vamos não! - Aquela mulher parecia não saber o significado da palavra Medo. - Se quer nos matar. Faça aqui e agora! Não vou compactuar com a sua tragédia grega de quinta.

Apontei a arma para ela, Sidney deu um passo a frente tirando a algema de sua mão.

- Vick... - Elas se olharam. - Eu não vou deixar você. - E prendeu a algema em seu pulso. - Por favor... pense no seus filhos!

- Tudo bem, Sidney! Vamos ver até onde vai esse circo.

- Agora podem se sentar. - Puxei a cadeira a minha frente, puxei a bolsa de Victória que estava na cadeira de lado.

- Seu marido sabe que comprou uma arma? - Dei risada tirando a arma de dentro da bolsa. - Isso é muito interessante... - olhei a arma a minha frente e encarei as duas.

Sidney mal conseguia olhar para mim, o medo estava estampado em seu rosto.

- Ela está sangrando... - Sidney disse olhando para a Recepcionista desmaiada ao chão. - Ela precisa de ajuda.

- Precisava ter machucado a moça, Rossi? Você é tão vil!

- Ela vai sair correndo para contar e chamar ajuda... E por que eu sou mal! - Dei risada com a cara de Sidney. - Então meninas!? - Olhei no relógio. - Vamos jogar o jogo da verdade?

- Com certeza vou perder neste jogo. - Disse Sidney secando o rosto. - Porque não se entrega logo e pare com essa merda.

- Eu só estou esperando a troca dos seguranças... Logo daremos o nosso passeio, não se preocupe.

- Eu vou matá-lo, Rossi! - Victoria esboçou confiante com um riso macabro. - Antes desse dia acabar, teremos um corpo no chão e não será de nenhuma de nós duas!

- Está confiante demais... - A porta se abriu e um dos seguranças entrou.

Sidney chegou a se levantar aliviada, o homem olhou para nós.

- O caminho está livre. - Informou.

Olhei para ela com um sorriso triunfante.

- A segurança chegou! - Falei em tom de brincadeira. - Faça o serviço.

- O quê? - Sidney se apavorou.

Mais dois entraram segurando Victória e aplicou o tranquilizante numa pistola automática de injeção.

- NÂO! - Sidney gritou ao ver a amiga desfalecer, e recebeu o mesmo tranquilizante.

- Olha só! finalmente calaram a boca.

Seguimos o plano, descemos com as duas pela escada de incêndio até a garagem, as colocamos na Van e saímos sem maiores problemas.

Minha vingança só estava começando.



Mata-me de Prazer - RedençãoOnde histórias criam vida. Descubra agora