Capítulo 15 (Revisado)

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PDV. AMARÍLIS

Fazia 4 anos que eu não via aquele cordão, eu amava ele minha mãe tinha me dado quando fiz 15 anos e hoje a única coisa que consigo sentir é medo.

Eu tentei me convencer de todos os jeito possíveis que eu tinha perdido o cordão, a idéia de que ele levou como lembrança me aterrorizava.

Bruna sempre perguntou aonde tava o cordão ela sempre soube que eu amava e que era a única coisa que minha mãe tinha me dado antes de ir.

Lembrança on🍃

- Amarílis meu amor - entro dentro de casa eu tinha acabado de chegar da escola.

- Mamãe? - ela tava na cozinha de costa pra mim.

Quando ela se vira pra mim vejo um bolo de chocolate o meu favorito, Bruna tá atrás dela com coxinha e outros tipos de salgadinho.

- Vem antes que seu pai cheguei - era sempre assim, fazíamos qualquer comemoração antes que papai chegasse.

Eu sei que minha mãe sempre evitou que eu ouvisse todas as discussões que ela tinha como meu pai. E por mais que ela não soubesse eu sabia que ela apanhava, eu via as marcas.

E depois que elas bateram os parabéns vejo mamãe trazer uma caixa de madeira que parecia velha.

- Eu ganhei da minha mãe, que ganho da mãe dela. - Eu reconheceria esse cordão de qualquer lugar.

- Eu não posso aceita - tento recusar mais quando vejo ela já tá fechando o cordão.

- Besteira eu ganhei quando tinha a sua idade - eu sabia a história de cor - Ele é passado a todas as meninas da família quando fazem 15 anos - reviro os olhos eu já sabia dessa história.

- Obrigado mamãe- dou um abraço apertado.

- Eu te amo Amarílis e por mais errado que seja, eu não vou conseguir meu amor - ela chora - Eu te amo e me perdoe - eu continuo olhando pra ela sem entender.

Lembrança off🍃

Dois dias depois eu entendi, minha mãe foi embora e me deixou, depois que ela foi embora meu pai começou a beber mais do que de costume e ficou mais agressivo.

Ainda lembro da última surra que ele me deu e prometi pra mim que ele nunca mais irá me bater.

Ele me bateu depois que descobriu que mamãe não irá voltar, depois que ela foi embora fiquei me perguntando por que ela não me levou com ela.

Mais entendo e perdou ela até eu fugiria dele quando tivesse oportunidade.

Ricardo pediu pra Felipe nos levar em casa, fui no banco de trás e Bruna no carona conversando com ele. Eu não queria conversa eu tenho que pensar em tudo que aquele cordão significava, eu preciso do meu filho.

Desde que Erick nasceu, eu tenho vivido por ele, pra ele tudo que eu faço é pra ele. Ser mãe é um presente e por mais que ele tenha sido gerado da forma que ele foi eu nunca me arrependeria de ter seguindo com a gravidez, mesmo como todas as perguntas "quem é o pai", eu não desistiria do meu filho NUNCA. E hoje Erick me dá forças pra lutar.

Quando chegamos em casa entrei no meu quarto e me tranquei não queria conversa e não queria que Bruna me perguntasse porque tive aquela reação.

Eu sabia que esse dia iria chegar mais enquanto eu puder adiar eu vou, não é sempre que você chega pra sua melhor amiga e diz: então sabe o pai de Erick? Nem eu sei quem é fui vítima de um estupro.

Lembranças de quando eu tirei a atadura e vi no espelho a cor dos meus olhos invadiram minha memória.

Lembranças on🍃

- bom dia senhorita Amarílis vamos tira essa atadura da sua cabeça? - Eu já tava cansada de só ouvir e entediada.

- Tava até demorando moço- ele pede pra que eu me sente e começa a desenrola devagar até de mais pro meu gosto.

- doutor da pra acelera? - escuto a voz de Bruna eu nem sabia que ela tava aqui.

- Bruna?- Só pra ter certeza mesmo, as vezes o ouvido engana, até um dia desse tava chamando uma enfermeira de Bruna em minha defesa a voz era parecida.

- Mais e claro né sua vaca quem seria? - e esse é a Bruna que eu conheço.

Em 15 dias que fiquei internada meu pai não veio me ver nenhuma vez, se eu estou surpresa? Não.

E quando o médico finalmente tira à atadura no começo enxergo tudo turvo e embaçado, quando finalmente consigo focar vejo a expressão de surpresa no rosto de Bruna e do médico.

- que foi gente? Eu sei que tô destruída mais não é pra tanto.- o médico sai do quarto, será que tá tão ruim assim?

- Seu olho - Bruna sussurra, eu jurava que tava esperando outra reação sei la um abraço talvez?

- O que tem ele Bruna já tô ficando nervosa! - essa situação de mistério já ta me deixando aflita.

É quando ela me dá um espelho eu sei do que ela tá falando um dos meus olhos estavam azul e o outro castanho escuro.

Quando o médico entrou no quarto de novo me levou pra fazer uma série de exames que eu não sei o nome.

E no final fui diagnosticada com Heterocromia e que aquilo não afetaria em nada na minha vida era só uma mudança rara que acontecia na íris e que era mais comum em animais do que em humanos, já no meu caso foi pela agressão que sofri um trauma brusco no olho e que isso causou a mudança na sua cor.

Lembrança off🍃

E até hoje meu pai nunca reparou que meus olhos são coloridos, não que ele se importe ou se preocupe mais eu sumi por 15 dias e a única coisa que ele disse foi "a conta de luz tá atrasada".

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Sabe o que dói?
É saber que existe "pai" assim no mundo.
Comentem a história só fica melhor se vcs participarem
Link do grupo na minha biografia
Lá vocês ficam por dentro de tudo que aconteceu e o que vai acontecer em todos os meus livros inclusive de novos projetos
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LR

Amarílis - Série "Flores Do Sertão"Onde histórias criam vida. Descubra agora