Capitulo 4

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Pricilla

 Acordo, sozinha, em algum lugar. E olha que surpresa esse lugar é o meu quarto, anta. Me levanto num pulo e olho pro meu celular, a minha mãe vai entrar por esta porta em cinco, quatro, três, dois…

-- Filha acorda, eu…

-- Oi mãe, bom dia. – Digo toda entusiasmada e ela me olha incrédula, ok, isso não foi eu. – Hum que tal a gente tentar de novo, você entra e vem me acordar e a gente faz como todo dia?

Ela sorri e entra de uma vez no quarto “para a nooosssaa alegria”.

-- Acho que não, eu gostei desse bom dia, vem cá. – Ela senta na cama e me chama pra perto dela, lá vem merda. – Quem é? – “Num falei? Sujou.”

-- Quem é o quê mãe? – Pergunto me fazendo de desentendida, mas porra, isso comigo nunca funciona.

-- Sabe, entre mau humorada, debochada, respondona, mal-educada, anti-social, revoltada, rebelde, entre outras, mentirosa é uma qualidade que você não desenvolveu, quer dizer pra certas coisas né? – “É, eu sou a favor da verdade até a página dois.”

-- Nossa tudo isso são qualidades que uma mãe tem numa filha só? Você é uma baita de uma sortuda mãe. – Me levanto, mas…ela me olha, e eu, eu, eu… -- ok, ele é novo na escola se chama Bernardo, é um idiota, vive gozando com a minha cara, tem uma moto demais, e a gente se beijou e eu dei um tapa nele, mas agora estamos meio que sendo amigos. – Derramo tudo de uma vez, e vou em direcção ao guarda-roupa.

-- E você deu um tapa nele porquê mesmo?

-- Porque ele me beijou, porquê mais? – “Tem que ter mais? Bom, eu não quero saber.”

-- Talvez porque você não sabia o que fazer depois? – Ela é inteligente como eu (adeus humildade) e isso é mau.

-- Eu sabia sim o que fazer, eu sabia que tinha que dar um tapa nele, então eu dei. – É isso, simples.

-- Hum, sei, filha eu quero conhecer esse rapaz um dia, mas enquanto isso não acontece, se ele for gatinho, cai dentro, você não vai morrer se você se envolver com alguém. No máximo você vai se machucar, mas quem nunca não se machucou? – Ela sai e me deixa olhando pro nada (que é lindo por sinal). Eu sei que não vou morrer mas é a parte de me machucar que me deixa puta da vida, eu não quero deixar qualquer um me machucar.

Tomo o meu banho e me arrumo, hoje tentei ser o mais delicada possível, saia jeans cintura alta, um top cropped preto, e uma camisa xadrez preto e branco amarrada por cima da saia, deixo o cabelo solto com uma única mecha presa pra trás, coloco meu batom vermelho e pronto, aqui vou eu.

Desço correndo, e encontro com o encosto chamado irmão dispensando uma vadia.

-- Oi idiota retardado, oi vadia. – Cumprimento-os delicadamente e passo que nem um foguete pelos meus pais. – Tchau mãe, tchau pai. Saio batendo a porta da entrada, mas antes escuto meu pai perguntar onde eu iria sem ele.

Ao sair eu não me decepciono, ele esta aqui, todo lindo “sim, eu estou me permitindo chamar ele de lindo”, ele tira o capacete, e quase me faz ter um treco, eu adoro o cabelo dele, tenho o sonho de bagunçar ele mais ainda, e como eu não sou de esperar resolvo realizar esse sonho.

-- Posso fazer uma coisa? – Pergunto me aproximando.

-- Depende do que… -- nem deixo ele terminar de falar, chego perto e coloco as mãos no cabelo dele, faço festinha, desarrumo ele todo, faço cafuné e até ouço ele suspirar, no fim olho pros olhos dele e sorrio, dou um beijo na bochecha dele e me afasto.

-- É eu acho eu você pode fazer isso sim. – Ele diz sorrindo me levando a Marte.

-- Não se acostume idio… -- me lembrei. – Bê. – Digo toda melada e faço cara de nojo “ eu adorei isso.” – E nem tente me perguntar porquê que eu fiz isso.

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