O que dizer da minha estadia em Washington?
Bosta total? Insuportável? Uma merda? Revoltante? Chato pra chuchu?
Não sei, acho que a palavra certa pra definir Washington, seria decepcionante.
Credo! Eu que pensei que passar metade do meu dia na escola era a morte. Acho que me esqueci que eu ia passar três dias inteirinhos, ou seja 72h convivendo com as pessoas que fazem da escola o lugar insuportável que ela é, com direito a dormir num quarto cheio de garotas histéricas e bocudas, conviver com garotos tarados e a passar o dia inteiro quase dormindo em pé visitando museus que até poderiam ser legais se não tivéssemos o guia mais chato e feio do mundo a cada visita.
Então, a única coisa que eu aprendi nesses dias jogados fora, foi que a escola só seria um lugar incrível se não tivessem alunos e professores frequentando ela.
Chego na minha casa sentindo vontade de beijar todo mundo e de chorar. Mas não o faço. Quer dizer, quando eu chego no meu quarto eu me atiro no chão e o beijo, mas isso não vem ao caso (meu unicórnio de estimação fazendo bosta, só).
Estou deitada de costas na minha cama (saudade *v*) brizando o meu amigo teto quando minha mãe resolve fazer o seu papel de mãe.
-- Oi filha. – Eu já dei oi pra ela lá em baixo, e ela já respondeu, então não sei pra quê que ela tem essa necessidade de falar de novo.
-- Que foi mãe? – Pergunto levantando só minha cabeça, não estou a fim de fazer muito esforço hoje.
-- Vim saber como foi a viagem. Eu estava com saudade. – Ela diz se sentando na minha cama e me fazendo revirar os olhos.
-- Foi chato. Eu odiei. E eu só passei três dias longe de casa. Você e meu pai demente já me mandaram passar um mês no Japão. Então não sei porquê tanto drama agora. – É brincadeira mesmo, os meus pais as vezes parecem bipolares.
-- Eu sabia que se o Japão não conseguisse mudar esse seu jeitinho todo delicado nem Washington consegue, mas a esperança é a ultima que morrer né? – Ela revida irritada. – Na próxima viagem a lua você vai ter uma passagem.
-- Arruma uma só de ida, se puder. – Respondo pouco interessada.
-- Puxa, Pricilla eu só perguntei como foi. – Isso mãe, apela!
-- E eu respondi mãe. – Faço cara de santa e então continuo. – Ah mãe… -- Começo como se eu estivesse falando do tempo. –Você ou o meu pai terão que comparecer na escola. Mãe eu quero fazer faculdade em Londres.
-- O quê!? Mas o quê que você fez dessa vez Pricilla? – Ela nem liga pro meu futuro.
-- Eu não fiz nada. A louca é que veio me matar intoxicada com aqueles peitos desproporcionais. – Respondo na defensiva.
-- Eu não acredito. O teu pai vai te esfolar, você sabe né? – Ela quer dizer ensurdecer né? Até parece que a culpa é minha, a garota é que me atacou (e quem disser o contrario morre). Deito de costas e fico olhando pro teto. Quem sabe ele cai sobre a minha cabeça e me livra dessa.
-- Você poderia não contar ou me matar agora! – Falo esperançosa, mas ela me olha feio e vai embora.
Lindo!
Acabei dormindo, o meu amigo teto não me ajudou muito, então não tive outro remedio, quando eu acordei já era noite. E eu estava sem sono nenhum. Minha casa está um silêncio, meu pai e a minha mãe-dedo-duro devem estar no restaurante. Meu irmão eu não sei e nem quero saber onde está.
Tomo banho e desço pra reabastecer as minhas energias. Fazer nada cansa, mas lembrar que tenho aula amanhã só piora.
Então, eu estou com fome.