Capitulo 9

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Pricilla

Entro no banheiro e bato a porta.

Ok respira.

Paro em frente ao espelho e me olho, solto o lençol no chão e me olho. Nada mudou.

Quer dizer, eu estou vermelha, meus cabelos estão que nem um ninho e tals, mas fora isso continua tudo igual. Eu continuo sendo a Pricilla.

Mas dentro de mim eu não me sinto assim, eu me sinto diferente. Não sei, pode ser o meu unicórnio de estimação que fica na minha cabeça fazendo bosta, mas eu me sinto estranhamente diferente.

A palavra certa seria dizer que eu me sinto mulher. Mas isso eu sempre fui. Só que agora é oficial. “Olha eu minha gente.”

Me olho um pouco mais e sorrio. Lembranças de ontem veem como um filme. Tudo toma conta de mim, cada toque cada beijo, cada olhar, foi tudo demais. E saber que foi com o Bê, faz tudo ficar perfeito. E eu amo ele, assim como ele me ama (afinal quem não me amaria?).

Sabe, eu sempre fugi dos contos de fadas, sou daquelas que acreditam que fugir com um malvadao é muito mais excitante. Mas agora…

Olho pra minha cara de idiota no espelho e sorrio, eu não vou dizer o típico “o amor faz isso com as pessoas.” Eu descobri que não é o amor que faz isso com as pessoas (mesmo que eu ame o Bê), é eu acho que foi mais o sexo que fez isso comigo, é o sexo faz isso com as pessoas, faz elas mudarem. Não sejamos hipócritas.

A mamãe não falou que era isso o que realmente acontecia. Tipo, ela explicou, mas pô, a dona Melanie quase derreteu de tão quente que ficou de vergonha, enquanto eu ficava sentada, olhando com interesse pra tudo que ela dizia. Pra infelicidade e desespero da minha mãe.

Voltando ao hoje, eu não diria que foi incrível, porque não foi, na verdade doeu pra cacete, mas valeu a pena, e eu quero tentar de novo. Até ficar tao bom quanto dizem.

“Pois é, eu sou uma vadia. Mas quem se importa? Provei. Gostei. Quero mais, e dai? Sem hipocrisia pela manha.”

Entro no chuveiro e ligo a água morna, eu falei a verdade sobre estar dolorida, e meu sexo estar ardendo um pouco também “efeitos colaterais, não gostou? Então aguenta.” Meu subconsciente debocha e eu mostro  o meu lindo dedo do meio mentalmente pra ele. Tomo meu banho calmamente e fico relembrando ontem.

Estou quase terminando quando escuto alguém bater na porta do quarto, e pouco depois ouço  meu pai me chamar. Puta que nos pariu. Fudeu.

 Pego uma toalha o mais rápido que posso e saio do banheiro e acho o Bê encarando a porta com os olhos arregalados. Idiota. O empurro pro lado e abro a porta deixando só a minha cabeça de fora.

-- Que foi pai? – Pergunto sem paciência.

-- Ah, você esta tomando banho?

-- Não pai é que esta chovendo dentro do meu quarto, é só isso?

-- Mais respeito menina, onde estão os seus bons modos? – Voaram para o país das maravilhas. Junto com a minha paciência. – Bom, eu só vim avisar que sua mãe e eu vamos para praia, você e o seu irmão estão solicitados lá também. – Isso não me parece boa coisa, mas pode ser legal.

-- Tudo bem, posso levar o Bê?

-- Fazer o que né? Pode levar. – Ele finge não estar satisfeito, mas eu sei que ele gosta do Bê.

-- Valeu pai, bom dia. – Bato a porta na cara dele.

Me viro e o Bernardo esta atrás de mim me olhando com o cenho franzido e mordendo o lábio inferior.

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