Pricilla
Passamos algum tempo assim, nos beijando, sem falar nada. Quando nos separamos o Bê me olha de uma forma estranha, eu ia perguntar o que foi mas ele só me larga e vai em direção ao mar, no caminho ele tira a bota, a camisa e o que eu acho que é uma carteira, e então ele pula na agua, que eu tenho certeza que esta gelada pra caralho. Estou confusa, porque que ele fez iss… boa nem precisa falar eu entendi. Sinto meu rosto ficar quente, mas nem merda eu não vou ficar “vermelhinha”. além disso falso pudor nao combinv comigo.
Pego a camisa, as botas dele e a carteira, me sento na areia, fico olhando pra ele mergulhando, ele as vezes desaparece nas ondas pra depois aparecer longe. Fico observando tudo, cheiro a camisa dele e fecho os olhos. Eu não posso, não posso mesmo estar me apaixonando pelo Bernardo, eu nunca me apaixono, como dizem amor e eu na mesma frase só em redação, eu não quero me apaixonar, e eu…
Eu estou completamente apaixonada por ele e estou puta da vida por isso. Fecho os meus olhos por alguns instantes, e quando os abro tem uma coisa lindo me olhando, dou um sorriso pra ele e ele retribui me beijando.
Ele esta todo molhado e esta frio pra chuchu, mas eu não me importo. E tenho certeza que nenhuma de vocês se importariam. Ele me puxa pra ele e aprofunda o beijo, sinto sua língua quente tocando a minha e brincando comigo, sinto ele morder a minha boca e a sua mão tocando meu corpo, sinto tudo e mais um pouco, e então de repente sinto que eu vou precisar de um banho frio de mar também.
Estou sentada em cima do Bê, ele tem as mãos nas minhas pernas e eu o seguro pelos cabelos, não sei como vim parar aqui, mas eu tenho certeza que eu não quero sair. Ele separa as nossa bocas e desce até o meu pescoço, me beija em todos os cantos, e morde a minha orelha me fazendo estremecer.
Sabe aquele papo de não querer sair de onde eu estou? É eu acho melhor eu me levantar e dar um mergulho, a coisa esta um pouco quente por aqui, e eu não sou santa, mas idiota também não sou né?
Tiro a minha bunda de cima dele e me levanto. O Bê me olha confuso, e acompanha os meus movimentos. Eu tiro a minha blusa e jogo na areia, faço a mesma coisa com a bota e o meu short, quando estou só de calcinha e sutiã olho pra ele.
Sinto uma vontade enorme de rir, o Bernardo tem a boca aberta e esta totalmente vermelho, além de estar com a mão cobrindo o volume que ele tem na calça. Resolvo não judiar dele, dou só um sorriso pra ele e vou em direção ao mar, mas na metade do caminho a diabinha que no meu caso aparece sempre sozinha no meu ombro da as caras, viro pro Bê e dou um sorriso descarado.
-- Vem? – Pergunto toda toda. Ele arregala os olhos e olha pra baixo, então olha pra mim e se levanta, eu sabia que ele viria.
Corro pro mar e mergulho de uma vez só a água esta fria, não tanto quanto eu imaginava, mas eu estou a ponto de ebulição. Quando estou subindo a superfície pra pegar ar, sinto duas mãos agarrando a minha cintura, saio de dentro da água e estou cara a cara com o Bê, eu sorrio pra ele e tiro o cabelo que ele tem todo espalhado na testa, ele faz o mesmo com as minhas mechas vermelhas, e me olha seriamente.
-- Você é linda. – Ele diz simples assim, e eu sinto meu coração dar um pulo de alegria. “Mentirosa, o meu coração deu centenas de cambalhotas e piruetas de alegria.” E tudo isso porque o Bê disse que eu sou linda.
-- Você também é lindo. – Sorrio pra ele e recebo um selinho em troca.
Passamos algum tempo dentro da água brincando, nos beijando, e fazendo coisas idiotas, que eu sei que vou me arrepender. Eu pensei que estava fazendo isso só pelo Bê, mas descobri que eu também precisava disso, e como precisava. Quando saímos da agua eu já tinha os dedos todos rugosos de tanto frio, resolvemos nos secar antes de vestirmos, então deitamos na areia e aproveitamos o sol que nem estava lá essas coisas.
Deitei a minha cabeça no peito do Bê e fechei os olhos, enquanto ele brincava com o meu cabelo.
-- Eu perdi a concentração porque eu estava pensando em você. – Abro os meus olhos ao ouvir o que ele falou. Eu quero falar alguma coisa, mas eu não consigo, e nem sei o que dizer. Então ele continua. – Eu fui um completo idiota ontem na tua casa, eu não devia ter ido embora, eu nem queria ir…
-- Então porquê que você foi?
-- Eu não sabia o que fazer, na verdade eu ainda não sei o que fazer. Minha vida esta uma merda, meu pai é um idiota completo, e nao me pergunte porquê, eu não sei se quero arrastar você pra tudo isso. Eu gosto de você. – Ele se senta e me leva junto fazendo com que fiquemos cara a cara. – Eu gosto muito de você, e não quero que você fique triste por minha culpa.
Respiro fundo e olho pros olhos dele, ele parece angustiado, eu quero fazer isso passar, eu quero o meu Bê de volta, mesmo que eu tenha que quebrar todas as minhas regras sobre não deixar ninguém se aproximar demais.
-- Eu também gosto muito de você, de verdade. – Dou um sorriso pra ele e lembro o que a minha mãe me falou “ no máximo você vai se machucar. Mas quem nunca se machucou?”.
– É eu gosto muito de você e eu… eu… eu quero ficar com você Bê, não importa se a sua vida esta uma merda, ou se o seu pai é um idiota, o meu também é, a minha vida é um caos e eu sou pior ainda. Mas… eu, eu sei que quando eu fico perto de você isso não existe, sou só eu e você, e isso é bom. Você é o idiota que me faz rir sempre, que me tira do serio, e que sempre esta lá comigo pra me ajudar e acabar com o meu tédio. E sabe como uma pessoa egoísta que eu sou, eu quero ter isso sempre, só pra mim.
-- E eu quero você só pra mim vermelhinha. – Ele segura o meu rosto com as duas mãos e me beija. Então eu me sinto bem, isso pode dar uma bosta, acabar com os dois, mas eu não vou desistir, e nem quero. Ele faz um sanduíche muito gostoso pra eu deixar qualquer piranha abocanha-lo.
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O que acharam?
bjs
3Carla