Cá estou eu, pela enésima vez consultando o dicionário, lendo e relendo o significado da palavra desistir, e raciocinando, tentando me esclarecer se a curta e emocionante conversa que tivemos (na verdade foi ele quem mais falou, mas tudo bem) não teria sido uma partida do meu cérebro atrofiado de tantas saudade do idiota.
Eu não vou desistir de você vermelhinha.
Essas foram as palavras do imbecil. E já se passaram cinco dias. Foi em uma segunda feira e hoje é a porra de um sábado (e se eu tivesse detalhes de quantas horas e quanto minutos eu diria pra vocês quantos foram), um sábado entediante, broxante, frustrante e todas as ridiculantes (não sei se isso existe) palavras que terminam com ante.
Minhas caras, ele nem olha pra mim!!!
Nem olha, nem pisca, nem respira pra cima de mim! Ele simplesmente continua a sua medíocre vida de lindo e gostoso garoto da escola, e me deixa na minha amarga vida de garota insuportável que está se tornando a cada dia mais entediante que mais parece esterco (isso quer dizer bosta, mas eu estou tentando ser educada). Eu deveria ter desconfiado, eu deveria ter imaginado: eu sou muito iluminada pra pessoas tão superficiais. Mas o que fazer, se tem um órgão ridiculamente burro no meu corpo minúsculo, que insiste em querer se bandiar pro lado de imbecis comedores de camelas?
Nesse momento, de extrema revolta com a minha ínfima existência, sinto a raiva dominar o meu espirito zen, nesse exato momento, eu me pergunto, porque merda eu não arranquei os olhos daquela puta (que os sensíveis me desculpem, mas é essa a definição da camela) no momento em que eu tive a brilhante oportunidade. Eu poderia faze-lo, mas se passou muito tempo, se eu fizesse alguma coisa contra a lambisgoia (ou qualquer imbecil que pertencesse a comunidade estudantil), eu seria expulsa, e pelo inacreditável e escroto motivo de eu estar seguindo o conselho (prefiro dizer que foi um conselho em vez de uma ordem) do Bernardo, O cara com amnésia.
Hoje em dia eu me sinto uma estupida por não ter armado um barraco, mesmo que tivesse sido pra ser sufocada por uma camada de pele revestindo plástico, ou seja pelos peitos aciliconados da Monique e morrer.
Voltando ao assunto imbecis, o Bernardo, eu sei que nem devia ter ficado tão ansiosamente por uma mudança, por uma reação, uma misera tentativa de recuperar o nosso namoro fracassado ou tão pra baixo como um bunda de babuíno, mas eu fiquei, após perceber que ele tinha me superado, que ele, o ridículo desgraçado, esqueceu da vermelhinha, a diva de todas as divas (estou sendo convencida e autoconfiante demais? Me avisem se sim, pois é esse o mesmo o objetivo).
O cara fala com todo mundo, sorri com todo mundo, eu até vi ele falar com a MANDY-PEITOS-GRANDES, e minhas adoradoras pasmem: ele está falando com a MONIQUE-CAMELO-LINGUA-COMPRIDA. DÁ PRA ACREDITAR??!! Eu realmente acredito que estava namorando um cego, que não sabe enxergar o quanto eu sou melhor, o quão superior o capeta me fez. Continuando, o imbecil é sorrisos, abraços, brincadeiras estupidas pra todos, mas pra mim, a que não teve culpa de nada e que recebeu um enfeite lindo feito de cornos, ele só tem olhares confusos, estranhos, por vezes quentes, outras frios, intensas, e cheios de pensamentos que eu nunca seria capaz de saber por:
1- Eu não leio mentes
2- Ele tira a minha concentração pra outras partes facilmente
3- A minha inteligência não me permite encarar demais alguma coisa, mesmo que essa coisa seja uns olhos incrivelmente sexies que te dão vontade de arrancar e colar no seu rosto, ou colocar num aquário-
Rebolo que nem uma retardada na minha cama enorme e fria que precisa de um corpo quente (estou parecendo aquelas velhas solteironas e abandonadas que criam gatos e precisam urgentemente de um bom sexo? Me avisem se for o caso okay?), continuando, quando a minha cama resolve reduzir de tamanho de repente, e dar espaço pro chão frio, onde eu me esborracho de cara, fazendo o meu perfeito e divino nariz de diva achatar, minha bunda ficar esticada pra cima que nem uma montanha feia e torta.