Capitulo 16

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Passaram-se três dias depois que o Bê me deu aquela notícia horripilante, e faz três dia que eu tenho pesadelos com Mandys e Moniques peitos-feios (ok mentira, eu nunca ia perder o meu rico sono com essas duas lambisgoias), até agora a cabra, que é mais alta do que eu (vê se pode?) não apareceu, e eu espero sinceramente que continue assim.

O Bê vive falando que ela e o pai não desgrudam do traidor do pai dele (o doutor chato, sabem?) e de como ela faz de tudo pra ser amiga dele. E juro, ele até acredita nessa pulga grudenta.

Bufo e bebo meu suco de uva. Isso é um saco.

Vejam, eu não estou pedindo um romance com florzinhas balões e frufrurice, eu só quero que não tenha a cada esquina que eu passo uma puta querendo se vadiar pra cima do meu namorado. É pedir demais? Eu acho que eu devia namorar um porco, acho que assim eu teria paz.

-- Putz. – Essa é Liz olhando pra mim.

-- Que foi? Por acaso os meus olhos estão tortos? Me fala que eu arrumo. – Falo sem humor nenhum.

-- Não, é que está vindo alguém aí que você não vai gostar muito. – Ela faz uma careta ridícula e eu me viro pra ver quem é o infeliz.

Meu Capeta, porquê que eu penso tanto assim? Estou começando a acreditar naquela história de que a gente atrai o que a gente pensa.

É sério, porque será que quanto menos eu rezo, mais vadia me aparece?

Caminhando em nossa direção, uma Feionique toda sorridente e simpática caminha pela cantina como se fosse receber um Óscar de melhor caminhante na lanchonete. Grande conquista!

-- Oi meninas! – Ela diz toda sorrisos, flores e corderosamente enjoativa.

-- Eu acho que vou vomitar. – Digo olhando pra bolsa rosa com detalhes brilhantes dela. Ó capeta me ajude.

-- Que foi Pricilla? Está doente?

-- Não estava, mas acabei de ficar. Tem que ser tão rosa assim? – Pergunto colocando uma mão na testa. Eu estou realmente ficando doente.

-- Sinto muito querida. Mas tem sim. Rosa, é uma cor delicada e linda. Você não deve entender disso. – Ela diz se achando, como se isso fosse me ofender.

Me levanto e fico frente a ombro com ela (sim porque eu só dou até o ombro da sirigaita, e ela faz o favor de usar saltos desnecessariamente gigantes pra esfrega isso na minha cara).

-- Graças a Deus, porque se eu entendesse, com certeza eu me atiraria da estátua da liberdade só pra esquecer. – Pego minha bolsa com um sorriso debochado no rosto e caminho em direção a saída da lanchonete. – E Monique. – Chamo ela em voz alta. – Essa calça está fazendo você parecer uma salchicha. – Digo apontando pra calça extremamente apertada na bunda dela.

Todos presentes devem ter ouvido. Bom, eu ouvi. Alguns riem, alguns cochicham, outros só olham e eu me sinto demais.

Ponto pra mim.

Depois disso a rosinha ficou bravinha comigo, me ignora, joga indiretas e, se joga cada vez mais descaradamente em cima do Bernardo. O que me tem deixado muito feliz, se é que me entendem. Essa garota com certeza é pior que a Mandy. A Mandy o Bê nem liga, finge que não conhece, e desvia. Além do que, a Mandy não se foca tanto no Bê, ela é mais do tipo a periguete que pega tudo que aparece. Mas a Monique é diferente, ela além de se fazer amiga, de morar na mesma casa, e de estar sempre grudada no Bê, ela tem o Bernardo como um grande premio, é tipo uma super missão pegar ele.

Vilã de quinta, magricela e falsa. Eu mereço!

**

Eu não sei sinceramente porquê que as coisas nunca acontecem de forma normal comigo. Sempre tem que vir numa escala maior (ou menor). Entendam, pelo que eu ouvi a vingança (adoro), é um prato que se come frio, nada de requentado, apenas frio. Mas entao eu me pergunto, porque porra eu tenho que esperar até a minha vingançv congele pra eu colocar ela em pratica??

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