Capítulo 73
Conforme estamos chegando onde Tink está, conseguimos ser rápidos o suficiente para sair de lá antes que a escadaria fique a um palmo de entrar na parede. Agora que voltamos na escuridão daquela sala olhamos para aquela escuridão e não vemos um ponto de luz da tocha de Tink.
Eu- Onde será que ela está?
Blíui- Não sei, mais de qualquer forma é melhor não nos arriscarmos ir para qualquer lado.
Eu grito chamando por ela e não se ouve nenhuma resposta... Eu grito mais uma vez depois de alguns segundos e com a ajuda do eco que o lugar produz em seguida escutamos ela.
Tink- Eu to aqui....
Eu- O que aconteceu com a tocha?
Tink- Apagou quando dormi.
Eu*- Vamos logo se encontrar com ela...
Ela ia fazendo barulhos e fomos seguindo o som, quando finalmente chegamos nela a encontramos deitada no chão.
Tink- O Olá... Eu vi que vocês iam demorar então acabei dormindo aqui... Ai por causa da escuridão não consegui ascender a tocha.
Blíui- Como você consegue dormi em um lugar como esse?
Tink- Eu já dormi em lugares bem piores, aqui é tão escuro e fresquinho, que eu acabei dormindo sem nem conseguir me segurar...
Eu- Certo... Vamos indo embora.
Tink- Certo.
Blíui*- Por que tenho a impressão de que não fez muito sentido deixá-la aqui?
Eu*- Acho que por que esse lugar não deve ser muito grande como imaginamos.
Antes de realmente sair resolvemos comer.
Tink-Ei cade as suas coisas?
Eu- Então... Tivemos alguns problemas lá embaixo e tivemos que nos livrar de parte das nossas coisas.
Tink- Como foi isso?
Enquanto Tink dividia sua comida conosco, fomos explicando tudo o que aconteceu.
Tink- Que coisa perigosa... Ainda bem que vocês foram espertos, se não iria passar o resto da eternidade aqui.
Blíui- até quando você planejava nos esperar?
Tink- se vocês levassem um dia todo e não voltassem eu iria atrás de vocês.
Eu- Achei que você iria voltar para cima.
Tink- Não... Pode não parecer mais eu devo muito a vocês dois... Seria aos seus pais também se eles não fosse como são. Babacas.
Eu*- É... Eu acho que do grupo ela é quem podemos confiar mais.
Blíui*- Concerteza.
Eu- Ah que isso Tink... Nós só nos ajudamos.
Tink- Se não fosse vocês já teria desistido de viver a muito tempo.
Blíui*- Poxa por que ela sempre consegue nos deixar sem palavras?
Eu*- Sei lá, talvez por que ela deve ser quem mais sofreu no grupo e nós não conseguimos ter noção de como é isso, então qualquer coisa que nós falemos vai parecer insignificante e incompreendido.
Eu- Bem, então vamos subir!
Assim que vamos sair, água começa a correr pelos nossos pés.
Eu- O que? Mais já chegou aqui! De onde está vindo tanta água?
Blíui- Espero que essa espada não tenha feito uma merda muito grande...
Eu- Essas espadas sempre fazem isso, estou com medo do que iremos ver no futuro por causa disso.
Tink- Vamos embora daqui logo.
Começamos a subir as escadarias, levamos mais umas 4 horas subindo aquilo lá até chegar nos degraus derretidos.
Eu- Que escuro, tudo mundo já deve estar dormindo.
Elas me ajudam a subir primeiro e em seguida puxo as duas para cima, quando olhamos em volta o chão todo parece barroso, e uma fogueira a frente com todo mundo dormindo menos a Sui, que está lá de guarda, em volta não dá para ver nada alem de escuridão.
Eu- Sinto-me como se tivesse passado anos lá em baixo, eu adoraria ver aquela imensidão verde da floresta agora.
Sui vem correndo ao nosso encontro.
Sui- Como vocês estão! Estão bem? Vocês conseguiram?
Eu aponto para ela a espada que conseguimos lá em baixo.
Eu- Amanhã conto para todo mundo como foi lá em baixo, agora estamos bem cansados.
Sui- Entendo... Que bom que correu tudo bem.
Eu- Ah, o que aconteceu por aqui? Andou chovendo? O chão ta meio elameado aqui... Não me lembrava que estava assim antes.
Sui- A isso!? Bem de umas horas para cá depois que anoiteceu o chão começou ficar humido até ficar desse jeito.
Blíui- Que estranho isso, deve ser coisa da região... Amanhã acho que seca.
Sui- E depois fiquei de guarda aqui, esse é o 1° turno, depois vou acordar o Toya para vigiar o resto da noite.
Eu- Entendo... Bem vamos dormir.
Sui- Bom sono, parabéns pela espada.
Eu- Eh... O-obrigado.
Eu*- É estranho ser parabenizado por isso.
Sui- Foi bom uma parte de nós ter ficado aqui, no fim do dia um bando de ladrões e caçadores apareceram aqui, eles foram nos atacar e acabaram sendo todos mortos, aqueles loucos antes de morrerem estavam gritando que estávamos afrontando os Deuses deles e que mereciamos morrer.
Eu- Fez bem, loucos assim só nos trariam problemas.
Sui- Ei cadê as suas coisas?
Eu- Ah... Tivemos que nos livrar de algumas delas... Amanhã contamos.
Pegamos nossos panos que deixamos alí, e em pouco tempo pegamos no sono. Tudo o que vejo acontecer apartir daí é uma breve escuridão cair aos meus olhos... e em seguida a voz do Toya gritando me enchendo o saco.
Toya- DRREEEEEEE ACORDA PORRA!
Eu acordo repentinamente me debatendo apavorado e Blíui que estava bem calma dormindo comigo, leva um belo susto.
Eu- AAAAAAAHHHHH O QUE FOI MOLEQUE!!!!
Toya- OLHA ISSO!!!
Tink chega dando uma cacetada na cabeça dele e fazendo ele calar a boca.
Tink- FRANCAMENTE TOYA ! Quantas vezes eu preciso te dizer pra não se desesperar? Eu não sou sua mãe pra te ensinar tudo.
Toya- De-desculpe...
Eu- E então? O que aconteceu para Toya estar nessa esteria toda?
Tink- Já amanheceu, olhe em volta.
Diz ela brava com Toya ainda, ela se apoia no pedaço de madeira que usou pra bater no Toya. Thely que estava assistindo de longe quase se mata de rir com o acontecido.
Blíui- O que que está acontecendo????
Eu- Vamos descobrir.
Assim que eu olho no horizonte que me cerca, todo ar em meu peito se perde por um momento e eu fico embasbacado.
Eu- Como isso foi acontecer?
Tudo está alagado, onde estamos é a ponta de um lugar mais alto que também está quase inundado por aquele vasto mundo de água.
Blíui- Como isso foi acontecer? Ontem mesmo isso era uma floresta inacabável.
Thely- Espero que não tenha muitas pessoas que vivessem nessa região.
Toya- E agora?
Thely- Acho que as árvore que tem nessa pequena ilha deve ser o suficiente para construir uma embarcação em alguns dias.
Rhooc- Bom pelo menos uma forma de sairmos daqui já temos né.
Blíui- Aquilo parece ter sido um evento tão pequeno, mais parece que ao tirar a espada de lá, causou alguma reação em cadeia, que fez isso... Ou vai ver a espada que mantia toda essa água no subsolo.
Toda aquela água chamou tanto a nossa atenção que ninguém lembrou de perguntar como fomos na busca da espada, até agora... Todos se reúnem e nos questionam como foi lá, depois de explicar tudo, todos se convenceram de que a retirada da espada de lá causou esse desastre ambiental.
Sui- E então, como vamos chamar está espada?
Eu- Pela cor de sua lâmina irei chamá-la de espada da terra, não tenho certeza se ela tem algo em aver com terra, ainda nem limpei a lâmina dela.
Rhooc- Água pra isso agora você tem bastante.
Ficamos em torno de 14 dias construindo uma navegação, nesse meio tempo eu limpo a lâmina da terra e Improviso uma bainha para ela, carregar 3 espadas é bem mais cansativo do que parece, mesmo comigo limpando ela sua cor não mudou muito, ela ficou apenas limpa, eu tentei ter contato com ela passando Fleimin para ela e tentar descobrir se conseguia fazer alguma coisa com ela, mas nada acontece... Ela aparenta ser uma espada comum cheio de detalhes apenas. Com o esforços de todos terminamos a embarcação, maior que a última, essa vai nos levar com bastante conforto em comparação da última, deu até para fazer um comodo interno e camas com o que conseguimos da pequena ilha. É incrível como que com a Thely construções e tecnologia podem ser feitos com muita eficiência, sem ela faríamos uma jangada mau feita. Sem duvida uma mente que faz toda a diferença no grupo. Com alguns troncos no chão para rolar a navegação da terra para a água levamos a navegação até a água, por estarmos em um morro cheio de árvore as mais altas atrapalha a passagem, nos obrigando a cortalas antes de realmente começarmos a navegar, a embarcação não tem uma vela, mas graças ao sistema de usar o Fleimin como propulsão nada disso é necessário.
Toya- Devolta a navegar!
Tink- Você gosta de navegar né?
Toya- É gostoso.
Com uma leve brisa no rosto avançamos naquele chão d'água que não parecia acabar mais.
Rhooc- Ei Dre, e se essa não for a lâmina e ser uma espada qualquer?
Eu- Essa era a única espada que tinha lá embaixo, tem que ser essa !
Rhooc- Até agora você não descobriu nada sobre ela, não é?
Eu- É...
Blíui- Quem será que construiu aquele lugar todo ?...
Eu- Não sei... Só sei que quem fez era muito inteligente, muitas pessoas tentaram fazer o mesmo que nós e falharam miserávelmente.
Thely- Essa espada te faz sentir algo como as outras?
Eu- Sim, eu sinto como se ela estivesse sugando um pouco de minhas forças, mas eu não tenho certeza ainda.
Blíui- Mah, eu perdi minha tabela de dias... Agora não temos mais como saber em que dia estamos.
Rhooc- Também... Não tem inteligência, saí quebrando todas as coisas para pegar uma espada.
Fala ele cochichando para si mesmo.
Desde então, alguns dias vão se passando, e o cenário não parece mudar muito, vemos pequenas ilhas isoladas aqui e alí, espalhadas pela vasta imensidão d'água. As vezes paramos nelas para achar comida vegetal, pois toda a carne animal foi morta e submersa com a inundação, pescar nem é uma opção, os peixes não começariam habitar essa imensidão de água sem com que passe pelo menos alguns ciclos, conforme navegamos, reparamos que o desastre foi bem maior do que achávamos que fosse, mais 5 semanas navegando desde o dia que terminarmos a embarcação e tudo da mesma forma, nada parece mudar muito além das isoladas ilhas e sua vegetação.
Toya- Já estou cansado de navegar tanto...
Tink- Pensei que você gostasse.
Toya- Não quando se passa muito tempo sem o que fazer.
Eu*- Ei, quantas pessoas você acha que matamos desta vez com a retirada da espada?
Blíui*- Aposto que muito mais do que já tinhamos matado em toda nossa vida.
Eu*- Eu só queria escutar ou ver que pessoa alguma foi atingida com isso...
Blíui*- Não acho que a realidade seja bem essa...
Nós avistamos mais uma ilha isolada no horizonte, porém desta vez bem maior do que de costume, lá deveria ser um morro muito alto.
Eu- Ta decidido. Vamos para lá então.
Não demorou muito até com que chegássemos lá, para a nossa surpresa está era uma vila que ficava no topo de uma serra, assim que desembarcamos, Sui fica de guarda no Barco e nós subimos para ir na vila, assim que estamos quase chegando vemos algumas crianças brincando e assim que nos vêem, vão correndo para vila a dentro, quando chegamos nas primeiras fileiras de casas várias pessoas nos cercam perguntando coisas, mas com o tumulto de vozes fica difícil entender alguma pergunta feita alí. Não demora muito até com que o líder da vila apareça, as pessoas que nos cercavam ficam quietas e abrem um corredor para ele passar e falar conosco.
Líder- Olá, eu sou Siint, principal organizador desta vila, me desculpe ir direto ao ponto, mas como vocês sobreviveram a inundação?
Eu- Estávamos em um monte alto, e assim que inundou fizemos uma embarcação e viemos parar aqui.
Siint- Entendo... Então vocês estão na mesma situação que nós, de que vila vocês vieram?
Eu- Oh não... Nós somos amigos que viajamos juntos, tivemos a sorte de estar lá no morro na hora do acontecido.
Ele me olha com cara de peculiaridade.
Siint- Oh, entendo, Bem! Fiquem a vontade, só peço que não causem nenhum problema aos moradores... Eu vou ir indo fazer outras coisas. Prazer em conhecê-los.
Ele se vira e saí andando calmamente, o povo que nos cercavam também retornam ao que estavam á fazer antes
Eu- Nossas armas devem ter deixado a suspeita deles em alta de nós sermos ladrões ou algo assim.
Thely- Bem, eu acho que vou sair ai ver se consigo conversar com alguém e ter algumas informações.
Tink- Até mais tarde.
Toya- Bem eu acho que vou voltar para o barco com Sui.
Eu- Eu vou apenas explorar a região.
Blíui- Eu vou junto.
Tink- ... Por que estão olhando para mim?!
Eu- Você vai conosco?
Tink- Não sinto vontade de fazer nada em especial, eu vou com vocês.
Eu começo andar pela vila e reparo nas casas inteiramente feitas de madeira, as pessoas não paresse se importar muito com nossa presença, exceto quando passamos próximos a porta de suas casas, elas nos encara e ficam inquietas na entrada de suas casas.
Eu- Será que nosso dinheiro vale alguma coisa aqui?
Blíui- Mesmo que valesse, nós perdemos tudo quando jogamos fora nossas coisas...
Eu- Precisamos de roupas novas... Aqui não parece ter nenhum lugar que vende coisas.
Tink- Parece que vamos ter que continuar improvisando com coisas da natureza.
Chegamos atrás de algumas casas aonde dá início a uma mata, lá encontramos algumas árvores com vários cipós.
Blíui- Por que a gente não leva isso? Me parece bem útil.
Assim que chegamos nos cipós, usamos nossas espadas para ir cortando e formando um rolo.
Aldeão- Ei o que vocês estão fazendo roubando os cipós do meu quintal?
Tink- Seu quintal? Aqui está no mato, sabia?
Aldeão- NÃO QUERO SABER, JÁ SUMIR DAÍ!!!
Tink- Grrrrrr.....
Eu- Calma Tink...
- Nós já estamos indo embora, não sabíamos que isso era seu... Desculpe-nos.
Com as mãos estendidas mostrando a palma da minha mão vou me afastando.
Eu- Deixem tudo ai, vamos embora.
Tink Indignada joga o rolo de cipó no chão com estupidez, Blíui em seguida guarda a meia katana e da uma corridinha até chegar ao meu lado.
Tink- Por que respeitamos aquele convencido???
Eu- O cara que manda nesse lugar falo para não arrumarmos problemas com os moradores, e não queremos um bando de gente nos perseguindo por besteira, não é?
Tink- Rum.
Dando mais uma volta encontramos um velho sentado em um tronco encostado na parte de trás da casa, passamos do seu lado e nem olhamos direito para ele, até que sua vóz meio falha porém grave nos faz parar.
Velho- Olá jovens! Já faz muito tempo desde que não vejo pessoas diferentes. Imagino que vocês vieram se abrigar das águas, certo?
Eu- Oh, Olá... Bem... Na verdade estamos apenas de passagem.
Velho- De passagem? Mas o que os faria sentir necessidade de voltar para aquele oceano d'água e correr o risco de não sair mais de lá vivos?
Eu- Digamos que não posso especificar nossos motivos, mas há algumas coisas que devem ser feitas para o nosso próprio bem. Na verdade, nem de todo mundo... Aliás ter medo de morrer não é uma opção.
Velho- OOohhh OOOHH!! Isso me deixa animado, podem confiar em mim... Todos da via me acham louco e nem se importam comigo, nada do que eu dissesse faria diferença. Vejo que temos jovens Aventureiros muito corajosos aqui.
Eu- Por que te vêem como louco? Não deveriam ter o mínimo de respeito por você?
Velho- Ahah nem todas as pessoas são iguais meu broto...
Eu*- Meu o que!?
Blíui*- Ahah deixe ele, linguagem dos mais velhos.
Velho- As pessoas me acham louco por que eu digo que posso sentir tudo o que uma pessoa passou na vida apenas com o toque da palma da minha mão sobre ela.
Eu- Uau, é mesmo ?...
Tink- Hmmm....
Eu- Faria isso comigo então?
Velho- Claro meu broto, venha até aqui...
Eu*- To meio receoso... Mas minha curiosidade não vai deixar essa passar.
Eu caminho até aonde seu braço me alcança, assim que chego perto ele larga sua bengala e pede para mim ficar de joelhos, feito isso ele põe uma mão sobre minha cabeça. Nisso que sua mão tem contato com a minha cabeça eu sinto repentinamente como se minha consciência tivesse sido sugada por uns dois segundos. Após esse contato eu volto a mim mesmo, e vejo o velho ajoelhado no chão chorando, Tink e Blíui estão ao lado dele o segurado.
Blíui- Senhor! Senhor! O que aconteceu???
Velho- Esse garoto... Pobre coitado... Coitado de todos vocês. Nada pode ser feito... Eu vivi minha vida parado e não sei fazer nada.
Tink- Veio do que você está falando?
Velho- Venham, entrem em minha casa, vamos comer algo lá e conversar melhor.
Tink- Ué.
Ajudando o Velho entramos para dentro de sua pequena casa, pequeno mas confortável. Lá ele nos serve uma espécie de biscoitos com um Chá.
Velho- Aqui dentro é seguro falar. Vejo que todos vocês estão atrás das 6 lâminas, não é mesmo?
Eu- Então você conhece.
Tink- Como você sabe que estamos atrás disso?
O velho aponta para mim.
Velho- Ele tem uma forte determinação para persegui-las até aonde for necessário, e o sentimento que ele tem com os outros reforça esta vontade.
Tink- Então não era brincadeira, em.
Velho- Vocês retiraram a lâmina do templo, não foi?
Eu- Você diz aquele castelo roxo que tinha em algum lugar de Chanber-sig ?
Velho- Isso mesmo! Vocês tem noção de quantas vidas foram sacrificadas para tal ato?
Eu- N.. não.
O velho suspira triste.
Velho- Aaah... Vocês são de muito longe por isso não tiveram como conhecer... Mas por centenas de ciclos pessoas foram lá fazer mesma coisa que vocês e nunca conseguiram.Segundo dizia as leis do templo que foi passado de geração em geração, "se a lâmina da terra não for retirada da forma certa, uma grande catástrofe acontecerá"
Blíui- Mas se foram tantas pessoas, como que nenhuma não tentou tirar de lá da forma "errada"?
Velho- Todos que sabiam desse lugar, conhecia essas palavras, e quem tinha coragem de ir para lá, já ia com intenção de não destruir nada com medo de aquilo desmoronasse e matasse-los . Os únicos que voltavam vivos de lá, eram os desistentes. Eu nunca achei que viveria o suficiente para ver o que aconteceria quando a lâmina fosse tirada de seu lugar, muito menos quem fez isso. Deixe-me ver esta lâmina.
Eu aproximo a lâmina dele e ele olha com bastante cuidado.
Velho- Sem dúvida uma arma muito rara e misteriosa... É melhor ter cuidado ao andar com isso por aí.
Eu- Ahah, nem me fale...
Velho- Eu não os culpo pela morte de tantas pessoas, mas com certeza esse lugar nunca mais será o mesmo.
Blíui- Você tem uma idéia de quantas pessoas morreram?
Velho- Eu sei la, pelomenos mais que 1 eu acho que foi.
Eu- An... Eu acho que já vamos indo.
Velho- O que ?mais já? Não esperem... Quero dar a vocês algo.
Eu- O que?
O velho se levanta de seu banquinho de madeira e vai até seu armário impoerado, de lá ele tira algumas bolsas.
Velho- Tome, eu sei que não é muito... Mas deve ser útil.
Eu- Por que está nos ajudando?
Velho- Digamos que tomei a sua dor, e sinto vontade de fazer algo por vocês.
Blíui- oh, obrigada senhor, aliás qual o seu nome?
Velho- É Mantrovan.
Blíui- Prazer Mantrovan, eu sou Blíui.
Eu- Eu Alexandro.
Tink- Tink.
Ele da um sorriso sincero e singelo.
Mantrovan- ahah, fazia muito tempo que ninguém falava meu nome... Isso me deixa feliz, você é uma garota muito simpática e meiga, E Alerátro? Desculpe não sei bem como pronúnciar.
Eu- Pode me chamar apenas de Dre.
Mantrovan- Certo Dre, vejo que você teve uma boa história de vida, mais do que pude ter com todos ciclos de minha vida. Até por que você foi o único quem me deixou encostar e eu pude entender... Você é muito forte, porém..internamente, e ainda não aprendeu desenvolver isso de dentro para fora... A única coisa que você precisa é de nunca deixar que seu sentimento de força para conquistar seu objetivo, se acabe em nada, isso é o que te faz andar para frente. E Tink você aparenta ser uma mulher com muito futuro para frente ainda.... Apenas não pare e você sempre será cada vez mais forte, mesmo após a velhice.
Tink- Rum... Agora me sinto um Protótipo de Sui, ahahahah.
Mantrovan- Oh essas são apenas palavras de um velho que diz o que sente... Mas se quiserem ignorar não tem problema.
Eu- Muito obrigado pelas bolsas... Vamos indo então.
Mantrovan- Boa sorte na jornada de vocês.
Então olhamos pela última vez o velho, e passamos pela porta... E vamos em buscar de novas coisas.
Continuamos a andar pela vila e nos encontramos com Thely e seu filho que está sempre em sua companhia sobre suas costas.
Thely- Oh ola, como foram? Vejo que já conseguiram umas bolsas.
Eu- Sim... Encontramos um velhinho bacana. E você o que conseguiu descobrir?
Thely- Soube de umas coisas interessantes sobre aquele lugar que estivemos, dizem um conto que----
Eu- O velho nos contou...
Thely- Oh...
Eu- Parece que não tem muito mais o que fazer aqui, o povo daqui não vai dar comida para nós, aliás eles vivem de sua própria plantação. Querem passar um dia na terra aqui, antes de nós voltarmos a navegar?
Thely- É acho que vai ser melhor descansar um pouco aqui, pena que o povo da vila não está disposto a nos dar um abrigo...
Eu- Tem alguém que talvez dê...
Thely- Tem?
Eu- Tem um velho legal que conhecemos, vamos perguntar para ele se ele nos deixa passar uma noite na casa dele.
Thely- Certo... Eu irei voltar para o barco então falar com os outros.
Retorno até a casa do velho e falo com ele para nos deixar ficar uma noite.
Eu- Ola, então... Eu e Meus amigos estamos querendo um lugar para ficar uma noite, você nos deixaria ficar na sua casa essa noite?
Mantrovan- Mas é claro, fiquem a vontade, mas minha casa é pequena, vocês são muitos?
Eu- Somos em 7, 6 adultos e 1 criança.
Mantrovan- O que!? Tem uma criança com vocês!? O que um pequenino faz viajando com vocês?
Eu- Ah é uma longa história... Talvez nós contaremos depois...
Mantrovan- Certo... Vai caber todos.
Eu volto a embarcação para repassar a informação a todos, quando estou quase chegando lá vejo uma gritaria acontecendo, e vou lá ver, quando me aproximo, passo entre as pessoas da vila que estavam ali assistindo e vejo Toya discutindo com um cara.
Toya- COMO ASSIM PAGAR IMPOSTO DO NOSSO BARCO ?!! ESTAMOS SÓ PASSANDO !!
??- SE QUISEREM FICAR AQUI PAGUEM O QUE DEVEM !
Eu*- Mais que merda viu, não posso virar as costas e as coisas acontecem.
Todos os outros com exceção de Toya estavam na embarcação como se nada tivesse acontecendo. Eu voltei sozinho da casa do Mantrovan.
Eu- CALEM A BOCA!!
O cobrador me olha com os olhos arregalados e Toya continua encarando ele.
Eu- O que está acontecendo aqui? Quem é você?
Cobrador- Eu vim cobrar imposto deste barco.
Eu- Isso foi aprovado pelo líder de vocês?
Cobrador- Quem? O organizador principal?
Eu- O próprio.
Cobrador- C-claro...
Eu- Chame ele aqui então, vamos ter uma conversa.
Cobrador- N-nao é que ele está ocupado.
Eu- O que? Como você sabe disso?
Cobrador-...
Ele fica me olhando confuso sobre o que falar.
Eu- Olha aqui, suma daqui antes que eu perca a paciência e eu afunde seu crânio com essa espada aqui.
Eu coloco uma mão no cabo da espada da luz que fica em minhas costas e fico pronto para puxa-la
Cobrador- Ei, ei calma cara.... Eu vou embora, nem usamos dinheiro aqui... Desculpa, Desculpa.
Ele saí andando rápido com as mãos na cabeça, as pessoas que assistiam saem andando um pouco acuadas.
Eu- Viu como se faz Toya?
Passo ao lado dele dando um tapinha no seu ombro.
Toya- Vi...
Eu- Pessoal, o velhinho nos deixou passar uma noite na casa dele, vamos lá!
Todos saem da embarcação e ficam próximos a mim esperando com que eu os conduzice até a casa.
Blíui*- Ei, até que somos um belo grupo né?
Eu*- Sim... Graças a eles a loucura de achar as lâminas se torna real, agora restam somente 2.
Eu- Owu cadê o Rhooc? Aquele palerma.
Thely- Ah ele? Ficou amarradinho alí na árvore.
Eu- Nossa, é verdade, falei para o Velhinho que eramos 7, nem contei ele... Na verdade é 8, espero que ele não se importe de ter mais um.
Tink- Ele vai?
Eu- Sim.
Toya- Ué, se o Rhooc vai junto quem vai olhar o barco?
Eu- Ah não se preocupe... Ninguém aqui vai querer roubar ou quebrar algo.
Toya- Então ta...
Tink- Vo lá soltar o Rhooc.
Sui- Até logo.
Assim que chegamos na casa do velhinho ele nos recebeu calorosamente.
Eu- Esses são meus amigos.
Mantrovan- Oh ! quantos amigos fortes vejo que você tem com você...
Sui- VAGABUNDÃO???
Mantrovan- SUI?
Sui- SEU vagabundo vem cá, agora você vai ver por ter fugido!
Sui pula em cima do velhinho e começa esganalo, rapidamente Thely e Tink pula para cima dela e começa a afasta-la dele.
Mantrovan- Ufa.. nunca achei que veria você de novo.
Tink- {Ai... Ai...} Para de bater em mim Sui.
Sui- Mi deixa pega eleeee!
Thely- O que aconteceu entre vocês dois?
Sui- Esse canalha, fazia parte da minha equipe e depois que ficou com medo deixou o amigo dele morrendo e fugiu de Torte. Então foi aqui que você veio parar né seu covarde!
Rhooc- Por isso que está velho e vivo ai...
Com um sorriso sem graça tento abafar a situação.
Eu- Ei, ei, calma... Deixem as diferenças para lá... Agora ele está nos ajudando deixando dormir aqui.
Blíui*- Uau, eu acho que essa é a primeira vez que vejo Sui ficar assim.
Eu*-Também.
Sui- Rum... Está bem.. eu vou esquecer isso porque estou na casa dele.
A noite cai e cada um de nós se aconchega em um canto da casa, Eu e Blíui pegamos um cobertor vermelho e nos ajeitamos em um dos cantos do cômodo da casa, o Velhinho apaga toda a luz da casa girando uma válvula em uma espécie de um curioso lampião.
Blíui*- Quanto tempo já se passou desde a última vez que vimos meus pais?
Eu*- Desde quando fizemos aquela casa ahah... Acho que um pouco mais de um ciclo, né?
Blíui*- nossa... Esse tempo passou correndo... Agora meus cabelos são bem maiores do que me lembrava, me sinto mais gorda, sei lá.
Eu*- ahah, você diz encorpada?
Blíui*- isso... E você cheio desses pelos na cara ahahaah... Quando te conheci você mau tinha.
Eu*- É ainda estamos em crescimento... Vamos ser adultos logo. Acho que agora estaria quase com 18 anos, em ciclos deve dar uns 14.
Blíui*- Que confuso.
Ela se aproxima mais de mim e fica com a cabeça sobre meu peito.
Blíui*- Hmmm, estou sentindo que aquele amarelão já sumiu. Dre.... Toma mais cuidado com essas espadas, quando eu vejo essas coisas acontecer no seu corpo você me mata de preocupação.
Eu*- Ta tudo bem... Eu não irei mais passar do limite.
Blíui*- Mesmo?
Eu*- Claro ! Ei Blí... Te amo... [No idioma de meu mundo]
Blíui*- Aaaaahhh.... Te amo também...
Ela me aperta mais forte.
Blíui*- Lembro a vez que tentei falar essa palavra pela primeira vez e saiu tudo errado, ahah...
Eu*- Foi muito fofo. Isso sim.
Eu me viro e começo a beija-la.
Blíui*- Hmmmm, é raro ver você tomando a iniciativa.
Eu*- Falta de costume.
Assim Eu e Blíui fomos perdendo tempo da hora de dormir... Provavelmente pelo conforto e escuro do lugar.
Em quanto isso do lado de fora da casa, Tink está lá, Toya que tem sono leve percebe que alguém saiu, e vai atrás ver.
Toya- Tink??? O que você faz deitada ai no telhado?
Tink- Vendo as estrelas, quer ver também?
Ela bate a mão no telhado ao seu lado... Toya tenta subir na casa e cai varias vezes, na 4° ele consegue subir e deitar do lado dela.
Tink- Parece que a princesa conseguiu subir, hehe.
Toya- É eu consegui...
Tink- Aah, não quebra o clima da minha piada... Eu sei que você é uma princesa só esperando eu por a coroinha na sua cabeça.
Toya- Ahahaha..
Tink- Ei, aonde você acha que vai parar os mortos?
Toya- Lugar nenhum, morreram.
Tink- Não seu ... Unf, não to falando o corpo deles, e sim a alma! Ou... Você acredita que é o fim?
Toya- Sim, o fim. Não tem nada além da morte.
Tink- Mah, que anticlimatico, eu sinto isso também, mas adoro a ideia de um algo após a morte. O dia que eu morrer, se alma existisse eu gostaria de ir para lá...
Ela aponta para o céu.
Toya- Por que?
Tink- Parece ser um lugar tão calmo e Bonito, acho que apenas por isso.
Toya- Vou aderir isso, também gostei.
Tink olha para o lado e começa dar um sorriso...
Tink- E ai Toya, já ficou com alguma mulher?
Toya- Eh-Eh-Eh que issu... Passei a vida naquela vila, vo-você deveria saber que nunca fiquei com ninguém.
Tink- Tão inocente...
Tink rola e vai para cima de Toya.
Tink- Você não se importa de ficar com alguém mais velha que você?
Toya- Mais você falou que nunca ia querer fica comigo.
Tink- Eu não me lembro disso.
Ela taca-lhe um beijo.
Toya- Mais o que foi isso?
Tink- O que foi? Vai dizer que nunca viu Dre e Blíui fazendo isso... Só fiquei com vontade de experimentar.
Toya- Faz de novo?
Tink- Ahahahahah que imprevisível.
Ela repete a ação e desta vez demora mais.
Toya- O que aconteceu com você? Está diferente...
Ela chega perto do ouvido dele e fala baixinho.
Tink- Eu.. não.. sei.. você gosta de mim não gosta?
Com dificuldade ele fala quase que com a voz falhando.
Toya- S-simm...
Alguns minutos depois...
Começo perceber um barulho repetitivo e irritante vindo de algum lugar, agora que estava quase dormindo sou acordado por esse som, com minha movimentação Blíui também acorda.
Blíui- O que foi Dre? Aconteceu alguma coisa?
Eu- Um barulho estranho, ta me incomodando.
Ficamos quietos por um instante escutando o barulho.
Blíui- Parece estar vindo de cima... Ou dos lados, não da para saber direito.
Eu- Será que pode ser alguém vindo entra aqui?
Blíui- Essa não... Vamos se preparar.
Eu e ela nos levantamos de prontidão pegando nossas armas, começamos a andar em silêncio pela casa pesquisando a localização do som com nossos ouvidos.
Eu- Será que tá saindo do lugar? Por que não anda?
Derrepente algo fura o telhado e caí diretamente na mesa que tinha no meio do cômodo, tudo mundo acorda na mesma hora assustados, Eu e Blíui quase avançamos para cima do que caiu pra atacar... Até vermos que se tratava de Tink e Toya.
Eu- Mais o que tá acontecendo aqui!?
Toya Tossindo sem ar da queda, se levanta rapidamente tropeçando nas coisas e saí correndo para fora, na escuridão nem vemos o estado dele ou seu rosto, apenas os reconhecemos pela voz. Toya antes de sair correndo para fora dá um gritinho. E Tink um grunhido.
Blíui- O que está acontecendo aqui?
Tink- TUDO MUNDO CALA A BOCA!
Ela sai para fora pisando duro.
Eu- Ei não me diga que esses dois estavam...
Blíui- Não quero nem saber... Agora olha esse telhado quebrado.
Eu- Ah droga!
Velhinho- ahah, ta tudo bem... Depois dou um jeito de concertar isso, vamos deixar eles se resolverem entre eles e vamos voltar a dormir...
Em alguns minutos o Líder da vila aparece perguntando o que estava acontecendo alí. Mantrovan sem saber o que dizer, ele diz que por algum motivo alguém caiu do telhado, incompreendido o líder manda juntar algumas pessoas com tochas e na mesma hora nos expulsa de lá, saímos quietos da casa olhando a cara dos moradores furiosos de terem seus sonos atrapalhados, com tochas nas mãos eles nos ameaçam a atacar-nos e tentam nos apreçar, o clima tenso que envolve nosso pequeno grupo andando nos deixa em um belo desconforto... Em quanto andamos o Velhinho fica gritando para nos perdoar e que nós não estava incomodando ele, alguém manda ele calar a boca e volta para casa. Chegando na descida para ir no barco eles começam RT 1 eua correr atrás de nós nos chutando.
Eu*- Eles tem sorte que ainda existe alguma humanidade em nós...
Quando chegamos na embarcação Tink estava sentada na proa segurando as pernas, Toya provavelmente estava na parte de baixo.
Eu- Unf, vamos dormir na nossa fria embarcação.
Nós todos entramos lá, desamarramos a corda que segurava o barco alí, e puxamos a âncora improvisada.
Siint- E nunca mais voltem aqui!
Lentamente deixamos o barco se afastar da ilha por conta da água.
Sui- O que foi isso, em?
Thely- Parece que Tink e Toya fizeram alguma coisa com o telhado, sei lá...
Todos morrendo de sono entram para a parte interna do barco e vão cada um para seu canto dormir, inclusive nós, só Tink fica parada lá em cima sentada segurando as pernas e sem falar com ninguém... Com o balançar do barco eu adormeço novamente com Blíui, agora por conta do espaço, ela fica em cima de mim com nossos cobertores velhos sobre nós.
//(Fim do capítulo 73)\\
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Fleimin
AventuraBem vindo ao novo (ou talvez velho) planeta Ssaítê. Depois de um garoto apelidado de Dre ter enfrentado um conflito em sua vida, de alguma forma ele acaba por terminar em um mundo desconhecido e hostil, sozinho e perdido lá, ele passa pelas mais adv...