Capítulo 95
Chegado o grande dia, assim que encostamos na entrada da cidade Veryih já vai nos entregando uma planta de um galpão e revisando todo o plano pela milésima vez, assim esperamos até as 3 da tarde para começar avançar pela cidade rumo aos objetivos.
Veryih- Não se esqueçam de acabar com isso aqui se caso algo der errado.
Os outros recebem seus devido itens e
começamos avançar pela cidade para sermos desovados aos nossos objetivos.
Veryih- Dre e Blíui vocês serão os primeiros a saírem mas prestem bastante atenção, vocês só poderão começar a missão quando o dinômetro que dei a vocês chegar a 0 e conforme forem terminando suas partes despistem os inimigos e venham ao ponto de encontro.
Todos assentem enquanto mexem em seus equipamentos trêmulos pelo futuro próximo, em nossas mãos um pequeno relógio parecido com um cronômetro que ao invés de contar o tempo passando vai fazendo uma contagem regressiva sincronizado com o dinômetro dos outros.
Blíui- O que fazemos se esse negócio quebrar ou parar de funcionar?
Veryih- Nesse caso comece a sua missão e siga tudo normalmente, os dinômetros são apenas para nos deixar mais sincronizados e causar uma quebra na guarda da cidade nos permitindo ter uma vantagem na reação da defesa deles.
Toya- Como assim?
Veryih- Assim... Imagine que na sua cidade tem 5 guardas de prontidão para agirem nos eventos que vão aparecendo. Então digamos que no ponto A surge um problema e para lá são enviados os 5 guardas, depois surge um ponto B e 2 desses 5 vão se separando.
Sui- Mas provavelmente aqui irá ficar guardas na reserva.
Veryih- É verdade, mas mesmo assim já iremos evitar de ter o foco da defesa concentrado em um só lugar, já imaginou se estamos combatendo de igual para igual e de repente eles aparecem com reforços que poderiam estar ocupados com vocês?
Eu- Isso seria um problema para qualquer um de nós...
Veryih- Eu conheço a segurança dessa cidade então podem confiar em mim, agora vão! Xô Xô, boa sorte para vocês.
Eu- Obrigado, para vocês também
Blíui- Tentem não morrer
Tink- Igualmente
A carroça saí nos abandonando no local destinado, enquanto observamos as grandes rodas deixar uma leve poeira pairando ao ar, onde estamos é uma espécie de rua que chega a quase ser um beco, ao arredor existem várias construções grandes que aparentam ser todos barracões, na pequena calçada que os beira não existe um ser vivo se quer, tudo o que indica é que ninguém nos notou, o local que entraremos tem um corredor largo que dá acesso a um longo portão de aço que encobre toda a fachada, as janelas de vidro são encobertas por algum tipo de pano fino, que nos permite ver luz lá dentro, diferente dos demais edifícios onde se vê apenas o breu.
Blíui- Veryih falou que lá dentro vai ter muitos guardas, alguns deles com Classe inclusive.
Eu- Se tudo der certo com os planos dela, teremos uma grande vantagem para acabar com eles por ser um local apertado e de pouca luz.
Começamos indo para o barracão vizinho para evitar de sermos vistos se aproximando pela frente, este lugar está tão perdido no tempo que quando coloco a mão na maçaneta da porta sinto na mesma hora minha mão ficar pegajosa de sujeira, ao abrir a porta se ouve um rangido irritante que assusta Blíui a preocupando em sermos ouvidos por algum guarda.
Blíui- Você não acha que está fácil de mais invadir o barracão por outro logo ao lado? Será que ninguém ouviu isso?
Eu- Por mais que seja ao lado eles estão muito longe, Veryih disse que poderia ter guardas aqui, mas eles pararam de vir aqui a um bom tempo por causa do lugar ser monótono.
Ao adentrar edifício a fora podemos sentir o forte cheiro de mofo encrustado nas prateleiras esquecidas que aparentam não serem mexidas a mais tempo do que poderíamos imaginar.
Eu- Ta bem mais escuro do que imaginava, que falta eu sinto da espada da luz.
Blíui- Eu dou um jeito nisso, quanto tempo ainda temos pra começar a missão?
Eu- Diz aqui 2 minutos. Como você vai fazer luz? Eu posso ascender o lampião que trouxemos.
Blíui- Não! Deixe ele apagado é melhor economizar o combustível dele, pode vim ser útil ainda.
[Neste mundo existe 3 formas de iluminação •Lampião (a combustível) •Lamparina (Com Fleimin) •Lâmpada (A Fleimin)]
Ela pega uma Flecha de sua bolsa e a quebra ao meio, vejo seus olhos se ascender em meia escuridão seguido de uma chama que surge na ponta da madeira.
Eu- Ah, eu já tinha me esquecido que você podia fazer isso
Blíui- Conveniente, não?
Eu- Afinal, por que você ainda carrega flecha na sua bolsa se não pode mais usar um arco?
Blíui- Eu ainda tenho esperança de um dia voltar usar um arco.
Eu- Entendo, pena que Thely nunca achou os materiais necessários para poder fazer um braço mecânico pra você.
Blíui- Mah, fazer o que né, essa porcaria de mundo não tem nenhuma estrutura para construir essas coisas. Hãn! imagine? um braço mecânico! é sonhar de mais.
Eu- Tenho fé que você ainda vai conseguir um... Se passarmos por isso eu já pensei em uma ideia para conseguirmos. Me diga, quando isso acontecer qual é a primeira coisa que você deseja fazer?
Blíui- Eu quero segurar meu arco de novo e enfiar uma flecha bem no meio da testa daquele ser que me fez vir a esse mundo.
Eu- Calma, não vá perder o controle igual da última vez..
Blíui- Vamos logo nosso tempo esta acabando.
Na metade do caminho passamos por centenas de prateleiras altas cheias de tecido e pano, todo esse material faz com que o som no barracão seja abafado, mesmo com dificuldades para ver a planta do local no papel conseguimos encontrar a parede certa que irá dar direto no outro barracão.
Blíui- Já faltam 30 segundos, espero que seja aqui mesmo.
Eu- Ainda bem, eu já não aguento mais esse cheiro impregnam-te de mofo.
A parede que estamos parado olhando de frente aparenta ser feita de um metal não muito espeço, Blíui puxa a arma e já começa carregar o tiro que iniciará nossa missão.
Eu- Não exagere no tiro, vai que acabe acertando nosso item
Blíui- Ele esta do outro lado, eu já quero matar uns 4 de uma vez para dar menos trabalho
A luz que o cano da arma emana ilumina toda a área do barracão, isso é até melhor do que toda a luz improvisada que poderíamos conseguir, ela sorri e espera os segundos finais do dinômetro.
Blíui*- Como eu amo atirar com essa coisa, agora "Tape os ouvidos!"
Eu- Ah, Que piadinha engraçada.
Quando o dinômetro zera um flash verde cega minha visão e sinto meus ossos vibrarem com a onda de choque que invade meu corpo imediatamente atordoando meus sentidos, segundos após posso sentir o cheiro do mofo revirado com a poeira querendo poluir ainda mais o ar que preenche meus pulmões, entre toda aquela poeira vemos a luz do outro barracão tingindo a fumaça que nos envolve.
Blíui*- Vá na frente!
Puxo minha meia katana e corro sem rumo para a turva luz, assim que entramos percebo alguém se aproximando, quando ele chega realmente perto eu salto nele passando o pedaço de lâmina em seu pescoço já derrubando e o matando, os outros que estavam próximos se afastam para esperar a poeira baixar.
Guardas- Desistam, vocês irão morrer
Eu- Calem a boca!
Blíui toma a frente saindo da cortina de pó e vai acertando no meio do corredor dois espadachins com um tiro potente causando uma pequena explosão na área, isso joga as coisas que estavam na prateleira nos outros corredores enquanto deixa um rastro sangrento a nossa frente, mais outros dois espadachins surgem no final do corredor com suas espadas esbranquiçada prontos para nos alvejar de perfurações fatais
Blíui*- Os dois são da Classe ataque! Agora é com você!
Eu faço a compreensão de Fleimin em meu cérebro e me lanço como um foguete passando ao lado de Blíui já chegando direto neles, é tão rápido que mau conseguem reagir a minha passagem cortando a cabeça de um deles, ao cair atrás deles desfaço o retardo temporal e assisto o espadachim se assustar ao ver o amigo dele cair morto do seu lado igual a um boi abatido, com raiva ele retorna ao ataque na esperança de me acertar, infelizmente para ele sua morte já é certa e seus miolos são explodidos pelo tiro de Blíui que teve tempo de recarregar o tiro.
Blíui- Tem mais deles?
Eu- Não, agora resta apenas um.
Do canto do barracão notamos um homem grande de armadura, que esteve o tempo todo assistindo tudo de braços cruzados com sua lança trançada por dentro de seus braços.
Lanceiro- Não pensem vocês que irão me matar com a mesma facilidade que eles e nem que irão escapar daqui com alguma coisa, eu já chamei os reforços e não terão para onde fugir
Eu- Hehe, parece que temos um sabichão aqui, aaahh... Por que todo lugar que vamos sempre parece ter um cara que se acha mais esperto e acha que vai fazer tudo sozinho? Como se não bastasse isso, ainda não tem um pingo de empatia por seus companheiros, como não chamar isso de um pedaço grotesco de merda e arrogância na terra?
Lanceiro- Unf, quero ver o que vai dizer quando estiver empalado igual frango em minha lança.
Eu- Gente do seu tipo realmente me irrita
Lanceiro- ahahah, te achei legal, anda venha logo me matar!
Eu*- Blíui eu vou na frente e você vai carregando a arma
Blíui*- Tem certeza que vai só avançar assim? Além de te ver, ele não precisa de muito para presumir que vou ficar na linha de trás carregando o ataque enquanto você o distrai, afinal foi assim que matamos os outros, e se ele tiver algum truque e te pegar?
Eu*- Eu sei, mas o ambiente está nos dando uma vantagem por isso que vou distraí-lo e você vai atirar sem dó nele
Blíui*- Não se esqueça da lança dele
Eu*- Tudo bem, levando em consideração o que você disse, podemos presumir então que o alvo dele será você, mas como ele irá chegar em você neste corredor?
Blíui*- Não da mais tempo de pensar, só vai logo!
Posiciono minha espada nas costas e corro em frente, ele recua e se esconde atrás da prateleira.
Lanceiro- O que foi? Não esta achando que vou ser um tiro ao alvo para a lombriga ali, né?
Eu- O que foi, está com medo de morrer?
Lanceiro- Não, apenas uso o cérebro que meus companheiros não usaram, ah é, vocês explodiram o que eles tinham.
Um estrondo se ouve e as prateleiras da esquerda começam a cair em nós quase que nos imobilizando, tudo o que dá para fazer é se abaixar e ficar no vão que resta entre a prateleira em pé da direita segurando a da esquerda.
Blíui*- Legal, não estávamos esperando que ele teria força pra derrubar uma coisa dessa.
Eu*- Ele sabe que podemos escapar daqui, fez isso só pra ganhar tempo
Acima da prateleira caída ele sobe e corre pronto para encravar a lâmina em nós pelos vãos
Blíui*- Eu não tenho força pra tirar essa coisa de cima de nós, você tem?
Eu*- Ter eu tenho, porém irei gastar um Fleimin precioso para aumentar minha força a ponto de levantar toda a extensão da prateleira que deve ter toneladas.
Blíui*- Estamos meio sem opção aqui, vai logo que ele está vindo!!!
Eu redireciono o Fleimin para aumentar a resistência, tensão e força de meu braço, coluna e corpo, assim começando levantar toda aquela extensão de madeira e metal, ele me escolhe como seu alvo e salta com a lança rumo ao meu estômago, por conveniência do momento Blíui sai de baixo da estrutura um pouco antes e consegue me salvar dando um tiro certeiro na lança dele, estando na linha de fogo ele resolve recuar pulando para trás das outras prateleiras que ainda estão em pé.
Blíui- Você não vai fugir de novo!
Ela mira entre os vãos das prateleiras e solta uma sequência de tiros enquanto o lanceiro se debate na tentativa de evitar a mira dela, quando ele sai fora de vista ela corre puxar um objeto para baixo da estrutura e assim eu conseguir sair.
Blíui- Você está bem?
Eu- Sim, agora vamos tentar achar aonde a artilharia física está
Blíui*- vamos tentar andar abaixados por de cima da prateleira que caiu
No momento que nos abaixamos um arpão passa por de cima de nossas cabeças entrando pelos vãos da prateleira a nossas costas, nosso estômago gela ao perceber isto.
Lanceiro- Vocês estão em meu depósito, ou pensam que não conheço nada aqui?
Eu*- Que fala sugestiva, não?
Blíui*- Vamos virar isso aqui de ponta cabeça
Logo começamos a cortar e estourar tudo o que vamos encontrando pelas prateleiras
Lanceiro- Tarde de mais, e mesmo que tivesse feito isso antes, aqui é um depósito muito grande
Ele faz a nossa volta indo para as costas de Blíui aparecendo acima de um armário caído, mas agora parece que ele está com uma espécie de cinta com cordas que revestem seu corpo inteiro junto de braçadeiras metálicas que estão ligadas por algumas correias, sua lança está guardada nas costas e em suas mãos ele carrega um arco pronto para atirar.
Blíui- Aquilo é...
Pouco antes dele atirar, em um reflexo eu corto o ar usando a espada criando uma rajada de vento forte o suficiente para desvia a flecha dele um pouco para o lado já impedindo de nos acertar.
Eu*- Parece que todo aquele treinamento de lançar fagulhas com a espada da podridão não foi perdido
Feito isso parto para cima na tentativa de acertá-lo, conforme me aproximo ele não sai do lugar e fica me encarando, eu paro e começo observá-lo também
Lanceiro- O que foi? Ficou com medo de atacar?
Eu-...
Eu me abaixo repentinamente permitindo que Blíui atire e o acerte, mas assim que o projetil o acerta, ele explode em milhões de pedacinhos como um vidro sendo estilhaçado no chão.
Blíui- O que?
Eu- Aquilo que ele está vestindo não seria a artilharia física, né?
Com um estalar de dedos ela se lembra das descrições dadas sobre a artilharia física, pela Veryih.
Blíui- É mesmo, todas as descrições batem com o que ele está usando.
Lanceiro- Hm, então vocês estavam atrás disso aqui? interessante
Eu*- Parece que aquela coisa dá algum tipo de defesa a ele
Lanceiro- Já que você não vai avançar eu vou até você.
Blíui puxa sua faca dourada e se posiciona atrás de mim.
Blíui*- Já que não posso perfurá-lo vamos fatia-lo
Conforme ele se aproxima de nós as correias do equipamento começa brilhar vermelho, no primeiro golpe eu me esquivo deixando a lança dele passar ao meu lado, deixando uma brecha para barra ser pega. Com o sucesso ao catar a barra, vou direto com a minha lâmina no pescoço, as correias param de brilhar instantaneamente no momento que o acerto e minha lâmina é repelida como se eu estivesse batendo no mais puro aço.
Lanceiro- SAI DAQUIII!!!!
Na mesma hora sua expressão confiante e imponente se desmancha em medo e desprezo.
Ele pega em meu pescoço e com uma força brutal me arremessa contra Blíui, nossos corpos se colidem entrelaçando e se debatendo no chão, tentamos se levantar enquanto somos arrastados mas o atordoamento só nos deixa mais atrapalhados, assim que finalmente levantamos ele some novamente, eu e ela ficamos preocupados se encarando. Não se ouve mais nenhum barulho ou sombra de sua existência entre os vãos das prateleiras forradas de porcarias. De repente as luzes do barracão se apagam...
Eu*- Ok, preciso admitir esse cara não é burro, provavelmente deve ter alguma coisa aqui dentro que ele vai usar para ver no escuro
Blíui*- Sério que um negócio desses pode existir?
Eu*- Não sei aqui, mas de onde vim existiam coisas que nos permitiam fazer isso
Blíui*- Seu mundo era realmente impressionante...
Eu*- É, o seu também não deixa a desejar...
Blíui*- E agora? Como vamos acha-lo?
Eu*- Vamos ver se eu o enrolo com um blefe pra ganhar tempo e pensar em algo.
Eu- Então? Planeja lutar assim? Na covardia?
. . .
Blíui*- Ele não está respondendo, isso é péssimo.
Eu*- E ainda vamos ter que tirar a artilharia do corpo dele.
Eu- Você não está na vantagem? Venha nos ATACAR!
. . .
Blíui*- Ah não... Demoramos para perceber, mas com ele sabendo o que queremos, para quê que ele vai se dar ao trabalho de nos atacar e se arriscar se tudo o que ele precisa fazer é esperar os reforços chegar.
Eu*- Ô Maravilha. E se fingirmos for embora?
Blíui*- Na verdade somos nós quem iremos perder tempo se você ficar blefando para o nada, além dele cumprir sua missão de proteger o que sobrou daqui.
Eu*- Só temos a perder, hã?
Blíui*- Precisamos fazer alguma coisa!
Eu- Se é assim que você quer jogar, vamos jogar o seu jogo
Eu*- Pode fazer isso Blíui?
Blíui*- Vou acabar com parte do meu Fleimin igual a você, mas acho que vale tentar.
Decidido isso ela começa fazer cargas de 15 segundos, a cada tiro ela faz uma devastação dentro do barracão, a onda de choque que os tiros criam vão acabando de desintegrar o que o tempo não acabou de debulhar, objetos, chão, prateleiras e até o teto não escapam da destruição, parte do chão é vaporizada estampando uma terra árida e esturricada pelo calor do tiro, na área em que estamos o teto cai quase por completo criando uma pequena região iluminada pela luz da tarde.
Eu*- Vem pra minha costa!
Ela se afasta das bordas e vem para trás de mim ao centro da bagunça, da escuridão uma espada aparece voando contra nós, na dependência de um reflexo consigo rebater ela usando a minha, Blíui retribui em seguida disparando contra a escuridão na direção que a espada veio, o clarão do tiro dá uma rápida visão dele saltando nas prateleiras derrubadas enquanto segura alguma coisa nos braços.
Eu*- Blíui você ainda consegue incendiar as coisas com sua Classe, não é?
Blíui*- Claro que sim, não diga que...
Eu*- Sim precisamos fazer isso.
Nós dois saltamos para trás de uma prateleira e nos escondemos da direção aonde vimos o lanceiro, a esta altura a destruição é tanta que quase não resta mais prateleiras em pé ou inteiras, estando perto de um monte de livros e documentos velhos Blíui pousa a mão sobre o material e rangi os dentes
Eu*- Eu já te vi fazer isso tantas vezes mas não sei como nunca perguntei, por que só quem é da Classe Lançartis consegue atear fogo nas coisas só encostando as mãos?
Blíui*- A resposta é mais simples do que você imagina, por causa da nossa Classe ter especialidade em transferir Fleimin nas coisas temos uma grande facilidade de agitar as moléculas das coisas causando calor e fogo.
Eu*- Uau, não achei que vocês fossem ter esse conhecimento quântico.
Blíui*- Não sei o que quer dizer essa palavra que você disse aí, mas saiba que a maioria das pessoas não sabem disso, eu ainda sei graças a genialidade da Thely com seus conhecimentos centenários passado para mim em seus longos monólogos em nossas tediosas viagens.
Eu*- Acho que devo ter dormido em todas as explicações dela, mas então isso quer dizer que qualquer Classe consegue fazer isso?
Blíui*- Eu nunca vi ninguém de outra Classe conseguindo, mas não posso lhe dar certeza que não é possível, até por que é tudo uma questão de treino.
Eu*- Tem algum método para aprender?
Blíui*- Não, por isso é difícil, você aprende de tanto tentar e conforme vai sentindo a reação do Fleimin que injeta.
Neste curto período que pensamos, fomos jogando livros e papéis para todos os lados junto do combustível que reservamos no lampião, para finalizar Blíui ateia fogo em um livro e o arremessa, basta ele encostar no chão que uma lavareda de fogo se levanta e se espalha como água derramada.
Lanceiro- Vocês estão loucos!? Aqui esta cheio de explosivos, vocês vai nos matar
Eu- Lamentamos, mas não temos tempo para seu joguinho, agora passa a artilharia ou morreremos todos aqui
Com tanto fogo se espalhando não a muito pra onde esconder, e ainda bloqueamos sua única saída.
Lanceiro- EU AINDA TENHO A ARTILHARIA E POSSO ACABAR COM VOCÊS AGORA MESMO
Eu- E por que já não acabou?
Lanceiro-...
Blíui- Agora que diferença isso já faz, né?
Lanceiro- Verdade! Que sentido faz vocês pegarem a artilharia se vão morrer aqui de qualquer forma?
Blíui- E quem disse que não podemos fugir? Se você não enrolar ainda podemos sair daqui e você fica ai para se virar.
Lanceiro- Eu não vou dar! Quero ver se irão querer ficar aqui mesmo e morrer comigo.
Blíui- Vai mesmo querer testar? Isso vai lhe custar caro.
Eu- Você já perdeu, e também sacamos o funcionamento do equipamento
Lanceiro- unf... Não acredito, hahaha... Vocês tornaram o lugar que me favorecia minha própria desgraça, e agora vou ser morto por não ter conseguido cumprir com meu único objetivo de proteger aqui.
Ele solta todas as coisas pontiagudas que estavam em seu braço e se ajoelha enquanto retira a artilharia.
Lanceiro- Essas horas já era para os reforços terem chegado.... Que merda.
Eu- Nossos amigos estão cuidando deles...
Lanceiro- Ah eu já deveria ter presumido... Então a mais de vocês. Antes de morrer eu poderia saber o nome de vocês?
Eu- Apenas Dre para você
Blíui- Dreee!!!
Eu- Esta tudo bem, é tanta gente que já nos perseguiu e ainda persegue que já nem faz mais a diferença saber nossos nomes.
Blíui- Como assim? É exatamente por isso! Ter cautela sempre é bom, mas já que é assim... eu me chamo Blíui.
Lanceiro- São impressionantes como dizem mesmo, não são os mais fortes mas sabem usar a força que tem. Eu me chamo Cãrstel.
Eu- Você sabe usar a cabeça e acho que seria um desperdício te matar ou abandona-lo aqui, então que tal uma proposta rápida? Cof cof
O ambiente já está bem enfumaçado e estamos começando a tossir repetidamente.
Cãrstel- O que posso ganhar com sua proposta?
Eu- você nos passa todas as bombas desse lugar em uma sacola e nós te ajudamos a sair daqui
Cãrstel- É verdade que estou morto se ficar aqui, mas para onde vou depois que sair daqui?
Eu- Não sei, problema seu, vamos só te ajudar sair daqui.
Cãrstel- Unf sabia que seria pedir de mais.
Ele corre até uma bolsa e vai nos fundos do galpão aonde o fogo ainda não chegou por completo e começa tacar as bomba dentro.
Eu*- Por que, que todo lugar que vamos as pessoas que comandam o povo matam seus próprios homens por não conseguirem completar seus objetivos?
Blíui*- Não é bem em todos os lugares que é assim, isso geralmente acontece em Vilas ou cidades maiores, funciona como um código de seleção natural, se você não pode proteger também não vai viver, eles até tem a opção de escolher querer ou não seguir este caminho, mas a maioria como procura um bom dinheiro para se manter bem, acaba aceitando na esperança de nunca acontecer nada.
Ele chega até nós com a bolsa cheia das coisas que aparentam ser bombas, agarramos a sacola e saímos correndo de lá junto da artilharia física.
Cãrstel- Para onde vamos agora?
Blíui- Tem um lugar que combinamos de se encontrar, vamos nos esconder lá até se encontrar com todos.
Eu- Enquanto corremos para lá você poderia ir nos explicando como funciona a artilharia física.
Cãrstel- Bem o que eu sei é que quando você fica parado ela te dá uma espécie de defesa muito grande que impede de qualquer tipo de coisa te machucar, não faço ideia de qual seja o limite disso e quando você vai atacar colocando Fleimin no equipamento ele te dá uma força extra como alguém da Classe Finalizador, claro que em compensação você perde toda a defesa oferecida pelo equipamento.
Blíui- Isso já explica muita coisa em nosso combate.
Eu- Como soube dessas coisas?
Cãrstel- Quando trouxeram essa coisa para cá me disseram para não ligar e enfiar em um canto, e como sou curioso vesti e fiquei testando
Blíui- Hmm espertinho, fazendo as coisas escondido
Cãrstel- Bem pelo menos vivo ainda estou graças a isso
Após correr bastante e passar por vários becos apertados chegamos em uma região com várias casas pequenas todas bem próximas umas das outras, diferente do restante da cidade as casas são bem simples e feitas com taboas grossas e telhados finos de barro, a casa que marcamos de ficar é uma bem no centro desse bairro tendo um lenço vermelho amarrado na maçaneta da porta, incrível como Veryih sempre prepara os detalhes. Enquanto vamos passando entre as centenas de casinhas vemos algumas mães com filhos no colo nos observando inquietas e em outro caso homens sérios sempre contendo um detalhes em incomum, alguns sem braços, outros com máscaras cobrindo parte ou todo rosto e até mesmo aqueles que estão sem uma perna na dependência de um pedaço de pau, essas pessoas dão um ar sombrio para este local.
Blíui- O que será que aconteceu com essas pessoas?
Eu- Se já não tivesse visto a extrema miséria lá fora, diria que essas pessoas estão na merda.
Cãrstel- Acho que a pessoa que mandou vocês para cá não contou, mas aqui é um canto reservado da cidade para pessoas refugiadas que tiveram suas casas e vilas devastadas por eventos naturais ou guerras, naturalmente eles são menosprezado pelo resto da nossa cidade por trazerem pobreza, doença e custos.
Após alguns metros andando finalmente achamos a casa aonde tem um lenço vermelho prendido a maçaneta, assim que abrimos a porta podemos sentir o cheiro de madeira velha se esvaindo do único cômodo apertado e corroído pelo tempo, já estando dentro temos uma mesa e muitas cadeiras espalhadas pelo cubículo
Eu- Eu nem quero imaginar aonde essas pessoas cagam
Cãrstel- Aqui próximo tem uma espécie de banheiro público mais conhecido por despachante
Eu- Como é esse despachante?
Cãrstel- Lá tem um corredor com várias casinhas, dentro dessas casinhas tem um cano aonde tudo é feito, por lá as coisas caem em um túnel subterrâneo com água corrente que leva tudo embora para longe, pensei que você já tivesse visto
Eu- Eu nunca vi, vocês não tem problemas de acabarem jogando lixo lá e entupir tudo?
Cãrstel- Se aqui não fosse a sociedade eu até diria que sim, mas graças a alguns grupos fortes daqui eles se preocupam com doenças e os problemas que isso causaria, graças a isto eles pagam guardas que impedem pessoas de entrar carregando alguma coisa que possa poluir la dentro.
Eu- Muito interessante mas, quem teve a ideia de construir isso tudo?
Cãrstel- Aí já é querer saber de mais amigo, tem coisas nesse lugar que nós nem sabemos como surgiram ou a quanto tempo estão lá, pelo menos nós que somos mais pobres e sem influência.
Eu- Agora só nos resta esperar pelos outros e torcer que todos consigam chegar até aqui.
Blíui- Eles vão, precisamos acreditar neles, eles sabem o que fazem.
Eu- Tem razão, não irei me preocupar tanto.
Cãrstel- Quanta confiança, imagino que vocês devem andar a um bom tempo juntos, o que os outros estão fazendo e quem são eles?
Eu- Você não precisa saber de tudo isso, e é melhor se contentar do que você já sabe sobre nós.
Cãrstel- Tudo bem que você disse tudo em alto e bom tom, mas para que ser grosseiro assim, só estava curioso.
Eu- Lamento passar essa impressão para você, mas não vai ser interessante caso você resolva dar muitas informações sobre nós.
Cãrstel- Tem razão
Nos assentamos nas cadeiras em volta do único objeto existente dentro da casa que era a mesa e vamos conhecendo mais sobre a sociedade com as informações que Cãrstel nos passa.
~~~~~Thely & Veryih~~~~~~
Thely- Agora que já nos separamos de todos os outros vamos para nosso objetivo, né?
Veryih- Sim.. Como você já deve de imaginar nossa missão é a mais complicada por ter que lidar com a segurança, antes de invadirmos o laboratório precisamos causar uma confusão na segurança deles para ajudar os outros
Thely- Como é que vamos fazer isso e ainda se infiltrar no laboratório com todos estando em alerta?
Veryih- Simples, tudo o que precisamos fazer é cortar a comunicação deles pouco antes de iniciar toda a operação, de certo não vai durar muito tempo, mas vai nos dar tempo suficiente para se infiltrar no laboratório antes de se alarmarem e de quebra ajudamos nossos amigos.
Thely- Ótimo! E o que eu irei precisar fazer? Como cortamos essa comunicação?
Veryih- Primeiro vamos vestir a roupa que eles usam que é um jaleco acinzentado, na casa ao lado tem um casal que fazem parte da equipe e lá dentro iremos achar o que precisamos
Thely- Como sabe da existência dessa casa?
Veryih- Não tenho tempo para ficar explicando detalhes, só vamos logo!
Em um beco dos arredores Veryih passa por conglomerado de casas e comércios parando só em uma viela perto de uma grande estação de carroças
Veryih- Eu não contei a eles mas para com que tudo dê certo iremos estar começando nossa parte da missão um pouco antes do tempo.
Thely- E você me conta só agora?
Veryih- Isso não deveria ser surpresa nenhuma vindo de mim..
Thely- E cadê essa tal casa onde vamos roubar os jaleco?
Veryih- Saindo desta viela ao lado já é a casa, não se preocupe que agora eles não estão em casa e eu já tenho uma cópia da chave deles.
Thely- Incrível você conseguir essas coisas
Veryih- Parece fácil mas foi um longo caminho até arrumar todas essas coisas
Na primeira oportunidade onde a rua se esvazia, Veryih com a chave clonada abre a fechadura e já entra na casa, dentro é confortável porém é tão pequeno que é possível ver os dois cômodos estando na entrada, Veryih vai direto nas gavetas da cômoda e acha os dois jalecos como se estivessem as esperando lá, após arrumar o cabelo e se vestir as duas já partem rumo as instalações que fica a alguns metros da estação, chegando na porta elas são abordadas pelos agentes e antes mesmo que elas sejam interrogadas Veryih já saca um cartão mostrando informações que faz os agentes abrirem caminho na mesma hora sem questionar nada.
Thely*- Como essa Veryih é ardilosa, as vezes sua influência me assusta, eu não gostaria de tê-la como inimiga.
Na passagem do corredor para o salão principal de pesquisa Veryih adverte Thely.
Veryih- Preste muita atenção no que vou dizer, e não me decepcione agora, assim que resolvermos toda a parte técnica eu vou matar todos de uma só vez, enquanto isso você irá instalar bombas nos locais que combinamos
Thely- Espera aí! Bomba? Você tinha dito que seria um gás para adormecer todos?
Veryih- Escuta Veryih.. Sabe por que eu escolhi você para vir comigo?
Thely- ... melhor você mesma se respondendo do que eu.
Veryih- Você é inteligente e confio em você, mais que isso, vejo muito potencial de desenvolvimento em você
Thely- Obrigada?
Veryih- Não trate isso com surpresa, você mesma sabe bem disso. Eu não sou o tipo de pessoa que goste de elogiar ou reconhecer outras pessoas, mas em seu caso é preciso para o que vou dizer agora.
Thely- Onde quer chegar com isso?
Veryih- Você é uma pessoa incrível para fazer muitas coisas, mas você peca em um ponto crucial. Sabe, ter potencial não significa muita coisa quando você não o usa, você usa todo seu conhecimento e desenvolvimento para si mesma e aquilo que lhe interessa. E sinceramente não há problema algum nisso, eu mesma faço muito disso, mas acho que você poderia começar a pensar em como usar toda essa sua bagagem para impactar o mundo que vive e ir além de apenas fazer por si mesma. E outro ponto é que você tem que deixar um pouco o sentimentalismo de lado quando irá realizar algo grande, você já deve ter aprendido isso melhor que ninguém, mas para conquistar ou voar alto é necessário o sacrifício de certas coisas, sejam elas justificáveis ou não.
Thely- Unf... Tá, eu não vou lhe dar uma boa resposta sobre isso agora por falta de tempo. Mas tenha em mente que ouvir isso de você não me agrada.
Veryih- Escute o que lhe digo... Hoje quando você me ajudar a explodir tudo isso aqui, você estará um passo a frente de quem foi ontem para crescer na realização dos grandes objetivos.
Thely sente um certo arrependimento de ter chegado até ali e não poder mais voltar com suas decisões, mas agora que já está aqui ela vai até o fim.
Veryih- Espere aqui!
Elas se separam com Veryih indo direto para o painel de controle geral e Thely fica parada no meio das centenas de cientistas transitando, a beleza de Thely atraí muito a atenção de quem passa por perto que consequentemente causa a aproximação de um Cientista que passava atoa por ali
Cientista- Nossa que moça bonita temos aqui, você é nova por aqui? Não me diga que também está sem o que fazer? Os oficiais é um saco com agente que somos novatos, não acha?
Thely*- Quem é esse maluco? E por que ele chega perguntando tanta coisa de uma vez.. que cara chato.
Thely o encara olhando pelos cantos dos olhos reparando em sua fisionomia ríspida de cabelo ralo e olhos castanho, logo após ela começa andar o ignorando enquanto vai para o canto do salão, ele a persegue insistindo em querer conversar.
Cientista- Ei ei calma ae, eu falei alguma coisa de errada?
Thely- Grata pelo elogio, mas não estou querendo conversa.
Cientista- Ah, não seja seca assim, isso vai acabar te deixando enrugada cedo
Ela cruza os braços e o olha com indignação.
Thely- Por acaso eu te conheço?
Cientista- Olha.. eu sei que estou sendo chato chegando como se tivesse algum tipo de intimidade e já te conhecesse, mas eu queria só alguém para conversar um pouco, eu não conheço ninguém aqui.
Thely- Unf.. você pode me ser útil falando sobre o que faz aqui..
No mesmo instante ele abre um sorriso igual a uma porta que acaba de se escancarar
Thely*- Mau cheguei aqui e já to ainda mais arrependida, acho que vou me arrepender de ter dado liberdade para ele continuar, melhor eu dá um jeito de fazer ele falar só sobre ele.
Cientista- Pode perguntar o que quiser, o que eu souber responderei
Thely- Você trabalha com o que aqui?
Cientista- Eu sou um novato que estava ajudando na criação de alguns produtos químicos
Thely- E por que não está mais?
Cientista- Eu meio que fiz errado e acabei deixando a cara do meu chefe preta
Fala ele sem graça esperando uma reação de humor dela, enquanto isso Thely olha Veryih saindo do painel de controle acenando para ela olhar o dinômetro
Thely*- Apenas mais dois minutos para começar, né?
Cientista- Ei, ei, ei, aconteceu alguma coisa? O que isto em sua mão?
Thely- Hã? Oh não é nada, estava só olhando se peguei o material que me pediram
Cientista- Já vi que seu trabalho também não é fácil em.
Thely- Agora eu vou embora, prazer em conhecê-lo, até
Cientista- Espera! Você se quer nem me disse seu nome.
Ela para por alguns segundos e olha para trás.
Thely- Me chame de ley
Cientista- Tabom ley, eu sou loowel, espero te ver novamente.
Thely- Até
Cientista- Ei espera, precisava perguntar uma coisa
Ele segura o braço dela fazendo de tudo para segura-la mais um pouco, em uma reação impulsiva ela dá um tapa na cabeça de um homem que passava ao lado no momento, assim que ele se vira e começa questionar Loowel ela escapa e o despista no meio da multidão, Veryih entra na sala aonde o protótipo 003 está e começa uma confusão o roubando direto para sua bolsa, os cientistas que cercam a cápsula de vidro ficam perplexos sem entender como ela conseguiu entrar e abrir a cápsula, assim que eles avançam para ataca-la juntamente com os agentes que estavam próximos ela gera sua espada enquanto balança o braço espirrando sangue na cara dos cientistas próximos, ao seu dispor ela controla os agentes armados com espadas e adagas os fazendo perfurar e degolar os cientistas sem excitação alguma.
Com a bagunça gerada pela Veryih a atenção de todos é voltada para o pequeno departamento de pesquisa, momento esse que se inicia justamente quando o Dinômetro é zerado e é chegado a hora de Thely começar instalar e programar as bombas para dar tempo suficiente de fuga, enquanto Thely está instalando as bombas a abaixo das mesas e nos cantos que foram combinados, loowel a reencontra.
Loowel- Ei o que você está fazendo??? As pessoas estão começando se matar lá na frente, vamos fugir daqui!
Ao tentar puxar Thely pelo braço e não conseguir tira-la do lugar, ele a olha novamente com mais calma e percebe que ela está aprontando algo.
Loowel- O que voc----
Thely- Cala boca!!
Com um braço ela puxa um pouco a espada de suas costas mostrando a cerâmica branca e manchada de sangue das batalhas passadas, ao fazer isso a manga do jaleco escorrega braço abaixo, ele se assusta e pula para trás reparando no metal em seu braço mecânico.
Thely- Se não quiser morrer saia daqui agora mesmo!
Loowel- Não acredito nisso...
Loowel sai correndo e Veryih aparece com uma espécie de motor pequeno em uma das mãos, em sua volta os agentes lutam por ela a protegendo de quem tenta ataca-la, uma multidão se forma na saída tentando fugir, por onde Veryih passa se vê uma áurea tão sinistra que embrulha o estômago de qualquer um que se atreve ficar próximo, o piso liso e branco vira um quadro cheio de rabiscos vermelhos em direção a Thely
Veryih- Já instalou tudo?
Thely- Já
Veryih- Ótimo, agora vamos correr que se não vamos morrer também
Thely- Como vamos passar por aquela multidão?
Veryih- Corte todos eles!
Thely- O que!? Não! Você não pode controlar todos para sair da frente?
Veryih- Esta achando que meu poder é livre para sair usando assim? Isto aqui está uma bagunça, até eu organizar toda essa gente já vamos estar mortas, entendeu? MOR TAS
Thely- Não tem jeito..
Veryih- Faça sua parte! Já vai morrer todo mundo mesmo
Veryih usa intensivamente seu poder para controlar quase todos da instalação que estão tentando ataca-las, as duas vão correndo para a saída com Thely usando sua grande espada para cortar ao meio todas as pessoas que estão na frente, usando de toda a sua força ela arremessa dezenas de pessoas para os cantos com porradas tão fortes que nem mesmo ela acredita na força que possuí. Isso acaba por virar um grande genocídio sangrento de tripas e miúdos, chegando na porta de saída onde está a maior aglomeração, ela passa a lâmina diagonalmente estatelando um grupo inteiro de pessoas, desta forma ela acaba evitando de matar Loowel que estava preso na porta com as pessoas.
Veryih- Agora vem a parte mais difícil!!
Assim que elas saem da instalação se deparam com um grupo de guerreiros bem armados que foi rapidamente mobilizado para conte-las, temos nesse grupo 2 homens de lança, 3 espadachins e mais 2 homens com uma clava, todos bem imponentes com suas peles brancas demonstrando serem da Classe Ataque, pelo visto ali está uma força bruta da infantaria da Sociedade.
Guerreiro- Veryih? Não esperávamos isso de você, e agora serão mortas por nós, quanta ingenuidade a sua atacar aqui achan------
Veryih- Cala boca, eu não me importo com nada deste lugar e pensa que eu já não esperava por vocês?
Dos bolsos ela saca 3 bolinhas pequenas e arremessa contra eles, antes mesmo que eles consigam correr as bolinhas explodem causando um grande nevoeiro que quase chega aonde estamos.
Thely- Ótima ideia! Agora podemos despista-los
Veryih- Despista-los? Não... Existem certos inimigos que não se deve fugir.
Ela puxa do bolso um canudo verde que ao ser raspado ascende uma chama, em seguida ela o arremessa no nevoeiro gerando uma reação fazendo com que toda aquela fumaça se ateie em chamas virando uma grande bola de fogo que escalda nossa pele somente por estar perto, de lá de dentro ouvimos berros de desespero e agonia, até com que apenas o som das chamas tomem de volta para si o barulho de estralar das coisas, assim que as chamas consome os componentes da fumaça o fogo acaba restando apenas o cheiro dos corpos carbonizados.
Veryih- Unf, de que serviu todos esses seus anos de treinamento e habilidade com Classe? Ignorantes, vamos embora Thely.
Elas saem correndo rumo a carroça enquanto alguns guardas de arco tentam acerta-las sem sucesso, correndo pelas ruas empurrando pessoas e objetos como em uma cena clássica de filme ao entrar em um beco elas são novamente interceptadas por alguém.
Thely- Sai fora estamos sem tempo!
Veryih- Você não é daqui... É?
????- Oh, já reparou?
Elas veem um homem de armadura verde escuro que é careca e carrega em suas costas uma arma bem incomum, ela é vermelha e se parece com um bastão envergado ao meio, metade é lâmina e a outra metade bastão, ele tem duas delas que ficam ligadas por uma corrente.
Veryih- Você veio nos enfrentar?
????- Nada disso, sou apenas uma pessoa inocente que estava de passagem e acabou chamando a atenção de duas belas damas por sua beleza única.
Veryih- VAMOS
Elas passam por ele e continuam seguir viela, Veryih fica olhando para trás enquanto corre e vê aquele homem começando atacar um bolo de soldados que surge atolando a viela.
Veryih*- Eu não sei o que está acontecendo mas muito obrigada por isso..
Thely- Você conhece ele?
Veryih- Não faço ideia de quem seja, mas parece ter nos ajudado a despistar os soldados
Thely- tem certeza que não é nenhum conhecido que você tenha visto por ai?
Veryih- Sim, eu não conheço muitas pessoas daqui da cidade fora quem já fiz negócios.
Ofegantes por ter corrido ao limite e o mais rápido que conseguiram as duas chegam se rastejando para dentro da carroça.
Thely- Ufa.. eu achei que fosse ser mais difícil ou sairíamos sem um braço ou uma perna, haha!!
Veryih- Nem brinque com isso, se não fosse meu planejamento provavelmente teríamos morrido ou tido perdas.
Thely- Eu sei do risco que tivemos.
Veryih- Fora isso, aquele exército de soldados iriam nos dar um belo trabalho para despistar.
Thely- Ah, seja mais positiva, eu poderia te carregar no colo e correr tão rápido que aquele bando de perneta nem chegaria perto de nós.
Veryih- Que bom né? Eu até admitiria que estou errada, se já não conhecesse todo seu sistema hidráulico e que o preço de você fazer isso é a perda do seu poder de combate.
Thely- Mas o uso disso seria exatamente para evitar perdas e combates desnecessários
[Ela cruza os braços]
Veryih- Você não acha que após isso ainda poderíamos batalhar? Ainda temos que encontrar os outros e sair daqui, temos uma enorme vantagem a cada vez que economizamos nossos esforços.
Thely- Ou, estamos falando apenas em possibilidades, se continuar falando comigo desse jeito vou acabar levando pro pessoal.
Veryih- Sério que você quer ganhar a razão usando do emocional? Você foi baixa agora. Não se esqueça que isso é uma missão de risco e tudo tem que ser considerado e levado racionalmente.
Thely- Tudo bem, você venceu.
Veryih- . . .
As duas ficam em silêncio se encarando até Veryih decidir começar conduzir a carroça.
Veryih- Agora já deve estar quase na hora
Thely- Na hora de que?
De repente se ouve um enorme estrondo seguido de uma nuvem negra colossal se instaurando nas alturas do céu enquanto as ruas são encobertas por fumaça
Veryih- Na hora disso.
Thely- Isso tudo foi a bomba que instalei???
Veryih- Sim, fiz questão de fazer você colocar a bomba próxima dos dutos de combustível só para garantir que iria chamar a atenção de todos
Thely- Eu só acho que não tinha necessidade disso tudo, já roubamos o negócio, quantas pessoas inocentes não devem ter sido mortas com isso?
Veryih- O fato é: nós não podemos deixar NENHUM rastro para trás, além de que precisamos desviar o máximo de atenção, caso contrário vamos ter problemas e minha família vai sofrer com isso. Além do mais, você viu algum inocente sendo morto?
Thely- Eu não posso crer... Eu não consigo ser assim
Veryih- Thely... Thely... O que eu te disse sobre sacrifício?
Thely- Mas isso é de mais!!! Como você consegue ser assim??
Veryih- Você também já esta sendo assim! Você me ajudou até aqui e agora, faz parte disso, aceita e esqueça isso.
Thely- Não mas...
Veryih- Não né? Para seguir com os planos sem ter problemas não vou me importar de sacrificar algumas vidas alheias a minha e agora você está nessa!
Thely- Reconheço que sou fria também quanto a morte de pessoas que não conheço, mas não acha que usar "alheias" já não é de uma tremenda arrogância com uma outra vida como a sua?
Veryih- Lamente por mim então, pois não existe nada que irá me impedir de fazer o que preciso, para chegar aonde preciso. Moral, ética, compaixão? Que se foda tudo isso.
Thely- Você tem ideia das coisas horríveis tá falando?
Veryih- Entenda algo, cada coisa que fazemos foi detalhadamente calculado para irmos rumo ao nosso objetivo, precisei refletir sobre tudo isso e planejar tudo friamente para chegar até o agora, então enquanto tudo correr de acordo não me questione
Thely- Tudo bem, irei respeitar isso, afinal aceitei estar nisso tudo.
Chegando no aglomerado de casas Veryih esconde a carroça em um beco sem saída.
Thely- Espero que eles estejam bem, vamos lá?
Veryih- Espere um pouco, vamos entrar na carroça, fechar o pano e ficar espiando pela fresta para ter certeza que ninguém nos seguiu e que não irá ter ninguém patrulhando a aérea, caso contrário fugimos daqui.
Assim é feito e elas ficam 5 minutos paradas observando o tempo passar lá fora, ao sentir segurança elas saem e adentram o aglomerado de casas rumo ao local combinado, chegando lá Veryih percebe que o lenço vermelho na porta foi mexido, ela põe o ouvido na porta e escuta pessoas conversando, com cautela ela faz do jeito que foi combinado dando duas batidas rápidas com mais uma após um intervalo de tempo. A conversa para e apenas um vão da porta se abre, é Blíui!
Blíui- Vocês chegaram!!! Rápido entrem.
Assim que as duas entram e Veryih põe os olhos em Cãrstel ela paralisa e olha para mim.
Veryih- DRE, é bom você ter uma boa explicação para essa pessoa desconhecida estar aqui, se não eu vou te MATAR!!!
Eu- Claro que tenho, não acha que eu o traria sem motivo algum, né?
Veryih- ESTOU ESCUTANDO
Thely- Calma, ele ainda nem disse nada.
Blíui- É melhor abaixar o tom, ou eu vou perder a calma
Eu- Calma Blíui é o jeito dela, não se irrite. Veryih, o motivo de eu ter trago este homem até aqui é meramente por ele ser muito bom e se usado de forma certa teremos uma boa vantagem.
Veryih- Vantagem em que?
Cãrstel- Se isso ajudar, eu conheço muita coisa aqui e sei lutar, e meu desejo como ex-guarda daqui é fugir daqui com vida.
Veryih- Tá, e daí? Isso eu também sei fazer
Cãrstel- Eu quero ajudar em troca de favor
Veryih- Um ex-guarda querendo viver? Você não tem vergonha? Unf, bom isso explica algumas coisas. Não sei se te acho corajoso por ir contra o juramento que fez a este lugar ou te acho um medroso por além de não aceitar a morte querer fugir.
Eu- Qual o problema em querer viver?
Veryih- Nenhum, mas quando se torna um guarda ou soldado da sociedade as coisas mudam de padrão, a pessoa que aceitou os termos aceitou entregar sua vida a sociedade em prol de receber o conforto que eles tem a oferecer, é como um contrato que ao rompe-lo você terá de ser morto.
Eu- Viu? Ele não pode ser tão ruim assim
Veryih- Pela lógica eu deveria confiar ainda menos, mas dado que a morte dele é garantida se ele ficar aqui, vou considerar. Dito isto, não vou negar sua ajuda em troca de um favor.
Cãrstel- Sou imensamente grato por isso.
Veryih- Mais tarde eu falo o que você irá fazer, agora vamos aguardar os outros 3 chegar.
Eu- Mudando um pouco de assunto, como foi o assalto de vocês duas?
Thely- Mais que bem sucedido!! E o seus?
Eu- Foi um pouco perigoso mas nosso colega ali facilitou bastante para nosso lado depois que se entregou
Veryih- É bom ver que 2/3 do time se saiu bem, agora é só aguardarmos o restante.
Cãrstel- Afinal em quantos vocês são?
Thely- Atualmente 7, 4 já estão aqui os outros ainda estão fazendo sua parte
Blíui- Falando em números, nós ouvimos daqui o estrondo que sua explosão causou lá nas estalações, isso não deve ter causado um grande genocídio?
Veryih- Eu já conversei disso com Thely e não planejo repetir tudo de novo.
Cãrstel- Aquela foi um explosão incrível, aposto que dá para ver na cidade inteira a coluna de fumaça que se formou, uma hora dessas os líderes de pesquisa com os investidores devem estar surtando.
Veryih- Ai que você se engana, esses miseráveis tem toda uma instalação pelo subterrâneo, não afetamos tudo e nem a parte mais importante.
Thely- Por que você demonstra sentir tanto pela sociedade que te ajudou em várias coisas e ainda é uma das únicas civilizações realmente desenvolvida?
Blíui- É verdade, gostaria de entender isso.
Veryih- Eu não tenho ódio da civilização em sí, eu já até me orgulhei de certa forma, o que eu não gosto é de como alguns núcleos de inteligência fazem as coisas, e o laboratório é um deles.
Thely- Poderia nos dar um exemplo?
Veryih- Eu não me atrevo revelar algumas coisas daqui, mas posso dizer que as vezes eles extrapolam o limite de algumas coisas e tratam isso com descaso.
Thely- É meio irônico ver você repudiando o que fazem nos laboratórios ocultos enquanto para matar as pessoas inocentes que matamos lá você não estava nem ai.
Blíui-.....
Dre-......
Cãrstel-.......
Todos ficam olhando para cara de Veryih
Thely- Eles também fazem isso por motivos maiores, não é mesmo?
Veryih- Eu não me lembro de ter dito ser uma pessoa boa que procura fazer tudo o que é certo, admito ser egoísta nisso, mas nem por isso vou deixar de fazer algo que acredito ser o melhor para chegar em algo, afinal vocês estão do lado de quem hein? Não se esqueçam que vocês também são cúmplices disso tudo.
Thely- Nós sabemos disso, mas gostaríamos que você fosse mais sincera quando um assunto envolvesse mortes
Veryih- Para que? Olha só o dilema que estamos tendo agora...
Thely- Você mesma disse, somos todos cúmplices e já aceitamos tudo o que está por vir. Poxa, somos um time não somos? Da mesma forma que precisamos confiar em você, o mesmo vale para você
Veryih- Está bem... Quando houver mortes no assunto, eu vou procurar ser mais franca com todos vocês. Melhor assim agora?
Thely- Assim esperamos...
Blíui- Como será que os outros estão...
Eu- Era para os outros demorarem assim ou eles deveriam levar mais tempo mesmo?
Veryih- A missão deles exige um pouco mais de tempo, então vai demorar mesmo
Blíui- Será que aqui é totalmente seguro mesmo?
Veryih- Se ninguém nos seguiu é bem improvável de nos achar, tudo o que nos resta agora é esperar.
Apreensivos pelo sucesso dos outros, sentamos e tentamos nos descontrair conversando.
/(Fim do capítulo 95)\
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Fleimin
PertualanganBem vindo ao novo (ou talvez velho) planeta Ssaítê. Depois de um garoto apelidado de Dre ter enfrentado um conflito em sua vida, de alguma forma ele acaba por terminar em um mundo desconhecido e hostil, sozinho e perdido lá, ele passa pelas mais adv...