Fora de cena

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    Capítulo 82

   Quanto estou quase dormindo neste sofá confortável, acabo sendo acordado pela chegada de Veryih. 
     Veryih- Voltei.
     Eu- Por que demorou tanto?
     Veryih- O que? Não deve ter demorado nem uma hora. Antes de vir para cá eu dei uma escovada nos pelos do meu touro.
     Rhooc- Queremos descansar logo, sabia?
     Tink- Certo certo, já ta bom Rhooc, o importante é que ela ta aqui. Pra onde vamos agora Veryih?
     Veryih- Vamos dormir. Goen vê alguns quartos para nós?
      Goen- Claro!
   Ele vai para trás do balcão e pega algumas chaves.
      Thely- Ele não vai pedir pra ver um documento, nem nada?
      Veryih- Nós nos conhecemos e já passei por aqui, ele e a mulher dele são amigos meus e confiamos um no outro.
       Goen- Eu não sei de que quarto são essas chaves, então vocês vão ter que subir e descobrir
       Veryih- Certo, obrigada Goen
       Goen- Não ah de que.
    Subimos a escura escadaria de madeira e começamos andar pelos corredores com portas uniformes pregadas nas paredes, vamos testando porta por porta, até as chaves começarem a abrir. Quando o primeiro quarto se abre todos entramos ver os padrões dos quartos. O quarto tem alguns móveis com gavetas e uma de casal com lençol rosa, uma lâmpada com fogo dentro ilumina o cômodo de todos os quartos.
      Blíui- Por que o fogo não está quebrando o vidro da lâmpada?
       Veryih- Tem um encanamento no prédio que leva gás a todas as lâmpadas fazendo todas as lâmpadas ficarem acesas, o tipo de gás faz um fogo frio e incapaz de quebrar o vidro, além de ser um vidro especial.
       Eu- Então não podemos desliga a luz para dormir?
       Veryih- Se não me engano tem uma alavanca no quarto que fecha o gás da lâmpada, a última vez que dormi aqui usei ela.
    Veryih puxa o lençol da cama e já encontra uma alavanca de madeira, assim que a puxa o fogo se apaga e ressurge ao puxar de novo a alavanca.
      Toya- Quem vai ficar neste quarto?
      Tink- Eu fico.
    Tink anda dois passos a frente e caí na cama imóvel.
      Toya- AAAAHHHH NÃO, TINK A O QUÊ ACONTECEU ACORDA!
       Tink- Que gritaria é essa? Deita e dorme logo ai.
       Toya- Ufa .. você só estava dormindo.
       Veryih- Aqui tem chave o suficiente pra ficar duas pessoas por quarto.
     Ela joga a chave do quarto de Tink em cima dela.
       Veryih- Vamos abrir os outros.
     Deixamos os dois para trás e subimos no segundo andar, quase no fim do mesmo é aberto outra porta e fico com Blíui neste quarto. Os outros seguem para o 3° andar e ficamos sem saber em que quarto eles ficam.
       Eu- Ah! Finalmente uma boa noite de sono em uma cama.
       Blíui- Ei, se um dia vivermos em paz, vamos arrumar uma boa cama para nossa casa, tá?
       Eu-  concerteza.
   Eu e ela guardamos nossas coisas e preparamos alguns vegetais para comer que arrumamos antes de sair da carroça, lá fora começa a chover.
       Blíui- Ainda bem que Veryih comprou esses legumes na estrada principal.
       Eu- Já faz um bom tempo mas eles ainda estão bons.
       Blíui- Dre deixa eu ver seu corpo?
       Eu- Tá... Aqui tem um chuveiro, por que não aproveitamos tomar um banho antes de dormir. 
       Blíui- Já iriamos mesmo se você não falasse nada. E vê se desta vez esfrega minhas costas direito em!
       Eu- Certo certo..
    Tiro a roupa e ela dá uma olhada.
       Blíui- Nossa sua roupa interna esta toda manchada de sangue seco.
       Eu- Depois arranjo uma roupa nova.
    Suas pernas estão cheias de feridas.
       Eu- Foi um pequeno preço pela vida de nossos amigos.
       Blíui- Tudo bem, mas. Lembre-se, não exagere sem necessidade.
       Eu- Não vou esquecer.
   Começamos a tomar banho.
       Eu- Incrível como em lugares assim tem água encanada.
       Blíui- Eu nunca convivi com coisas assim, então também fico impressionada.
    Tomado banho, deitamos na cama e adormecemos rapidamente escutando o som da chuva que cai sem muita vontade lá fora.
    Quando o dia amanheceu escutamos o badalar de alguns sinos soar pela vila.
       Eu- Tá na hora de acordar...
       Blíui- Bphom díaaa
       Eu- Haha está aprendendo.
       Blíui- Já vamos ver os outros?
       Eu- Aaahh não... Vamos comer algo.
   Nós comemos os vegetais que restaram e tomamos outro banho.
       Blíui- Eu sinto falta de segurar um arco.
       Eu- Quando acharmos aquele material que a Thely falou você vai segurar novamente um arco, eu garanto!
       Blíui- Por que você não tenta voltar usar um arco?
       Eu- As espadas já me deixa quase no limite do que suporto levar.
       Blíui- Eu gostava de quando você usava arco, você sempre ficava segurando ele de um jeito engraçado.
       Eu- Aaahh, eu não estava acostumado com essas armas, então mesmo a espada que tinha ficava segurando de um jeito todo estranho. Acho que era minha forma de se sentir confiante durante o uso.
       Blíui- Mas era engraçado.
       Eu- Falando nisso como está aquela katana que eu tinha?
       Blíui- Ah, essa aqui?
    Blíui tira de sua bolsa a katana com uma bainha de tamanho reduzido.
       Eu- Por que não jogou isso fora ainda? Nossa.. faz tanto tempo que não reparava mais nela.
     A notória cor roxa dá lâmina que ficou vívida em minhas lembranças logo se amorteceram-se ao reconhecer a antiga lâmina desgastada pelo tempo, agora ela está mais para preta do que para roxo, nenhuma luz pode ser refletida mais. Os únicos resquícios que restaram atualmente e indicam que um dia a lâmina foi roxa, é um pequeno fio roxo opaco entre o fio da lâmina e o meio do material.
       Blíui- Eu acho que acabei criando valor emocional nela... Até um tempo atrás ainda a usava para cortar carne.
       Eu- Do jeito que está agora parece mais que vai contaminar a carne.
       Blíui- Eu tentei limpar, mas o sangue e sujeira que caíram e secaram nela não saem mais.
       Eu- É uma pena. Era uma lâmina bem bonita.
       Blíui- Quantas coisas passamos com esse pedaço de lâmina não é?
       Eu- Sim...
       Blíui- Ela sempre me lembra daquele dia que nossos pais bateram muito em nós. Hahaha eu nem sei como conseguimos nos mexer depois.
       Eu- Eu lembro que desmaiei.
       Blíui- Nós se ajudamos desde sempre.
    Toc Toc Toc.
       Rhooc- Eiiii, desmaiados, estão acordados? Já está tudo mundo aqui fora esperando vocês.
       Eu- Estamos indo.
    Abrimos a porta e o pessoal está encostado nas paredes.
       Toya- Olá, tiveram um bom sono?
       Eu- Claro..
       Veryih- Certo certo, agora vou explicar o que fiquei enrolando para contar. Aqui tem um subsolo com um túnel que vai direto para o porto.
    Todos olham surpresos.
        Eu- Como construíram um túnel tão longo?
        Blíui- Como alguém vai ter oxigênio nessa distância toda?
        Veryih- Como tudo foi feito nem eu sei, mas sei que tem um sistema de encanamento distribuindo oxigênio ao longo do túnel todo.
       Thely- Como alguém conseguiu fazer isso tudo!?
       Veryih- Eu já falei que não sei! O que importa é que ele está aí para ser usado. Agora vamos para o subsolo.
       Sui- E onde fica isso?
       Veryih- Me sigam
    Junto do Goen, que ainda está de guarda, nos acompanha até uma sala, já estando dentro da sala vazia de madeira ele se despede de nós.
       Goen- Boa sorte em sua volta para casa.
       Veryih- Sim, nós nos vemos por aí.
    Veryih anda até a parede e põe as mãos na mesma.
       Toya- O que vo----
    As paredes de madeira começam a se mover abrindo uma entrada para uma sala de madeira menor, com um vidro em uma das paredes.
       Rhooc- Que surpresa, o que deve ser isso?
       Veryih- Nossa passagem para fora deste continente.
    Todos entramos lá e ficamos apertados.
        Veryih- Mais um pouco de gente e teríamos que dar duas viagens.
     Em um painel de madeira ela aperta o botão e uma grade de metal caí na entrada, o elevador começa se mover para baixo, quem nunca esperienciou um elevador fica meio apreensivo com a sensação do corpo estar sendo puxado para baixo, na parede de vidro é possível ver a terra passando e em seguida uma parede de pedra esculpida. Com 2 ou 3 minutos de descida a extensa parede de pedra some preenchendo o painel de vidro com a visão de uma cidade inteira iluminada com a mesma lanterna que vimos de noite na vila a cima do solo. A luz roxa da lanterna se estende até as paredes rochosas do enorme salão subterrâneo e pontilha o chão com centenas de pontos roxos espalhados.
      Blíui- Uau, isso é antiquadamente bonito.
    Ao se aproximar do chão, vemos as centenas de pessoas que circulam lá embaixo, meus amigos estão maravilhados com tamanha complexidade das casas em um ambiente tão profundo.
      Toya- Como será que eles conseguem viver em um lugar desses?
       Veryih- Aah eles se viram.
    Ao fundo podemos avistar um grande encanamento seguido de outros menores saindo das paredes, levando direto a um grande lago
       Veryih- Aquele mais grande alí é o que vem da vila que estávamos, e os menores são capitações de outras regiões.
       Thely- Aaahh agora tudo faz sentido.
       Veryih- Por aqui tem algumas instalações de laboratórios e várias outras coisas.
       Eu- Que tipo de coisa será que pesquisam lá em...
       Veryih- Eu não sei tudo o que fazem, mas o foco deles sempre foi em desenvolver uma arma de tiro que seja forte o suficiente para danificar de forma que o Fleimin não tenha como recuperar o corpo da pessoa. Armas assim sempre existiram, a pistola de Blíui é um bom exemplo disso, só que o grande problema delas é que exige uma quantidade absurda de Fleimin para conseguir dar um tiro fatal, tiros de uma arma comum dão pequenos furos que são facilmente recuperados pelo Fleimin. Desenvolver algo potente que não exija muito Fleimin é algo extremamente Complicado.
      Thely- E já conseguiram algum progresso?
      Veryih- Até aonde soube foram investimentos pesados nas pesquisas mas não teve nenhum grande avanço.
   Chegado ao chão, saímos do elevador e começamos a andar pelas casas que lembravam casas modernas, mas todas feitas de pedra esculpida.
       Thely- Por que você se segurou tanto pra falar sobre isso aqui?
       Veryih- É apenas uma precaução minha, nunca se sabe quando pode haver alguém nos escutando, me senti segura pra falar só quando entramos na casa principal.
    Viramos mais duas esquinas e chegamos a um estábulo com vários animais, bem ao canto, estava a carroça com o touro dormindo.
       Thely- Aaahh então foi por isso que demorou tanto ontem?
       Veryih- Demorei nada. Eu realmente escovei os pelos dele.
       Blíui- Como você desceu com ele aqui?
       Veryih- Não existe só um elevador por aqui. O que usamos era o elevador privado.
       Tink- Esse lugar é cheio dos seus arranjos, em?
    Todos montamos na carroça e iniciamos nosso trajeto pelas ruas da cidade.
        Veryih- Estão curtindo o passeio subterrâneo?
        Eu- Não é a primeira vez que conheço uma cidade debaixo da terra mas to gostando.
        Toya- É incrível!
        Veryih- Não é a primeira vez? E quando foi?
        Eu- Conhece o povo da escuridão?
        Veryih- Conheço... Eles são muito famosos no meu continente.
        Eu- Alguns de nós fomos objetos de experiência deles por um tempo...
        Veryih- Epa... Então vocês estiveram na cidade clonada deles antes de destruírem lá?
        Eu- Sim... Inclusive fui eu que acabei com todo mundo por lá usando a espada da Podridão. Como sabe que era uma cidade clonada?
        Veryih- Uau. Os boatos diziam que um grupo havia feito isso, mas não achei que tivesse sido você sozinho. Algumas pessoas sabem que lá é uma cidade clonada por fazer negócio com eles e eles acabarem revelando, o que espalha entre as pessoas depois. Inclusive é a única no continente inteiro.
       Blíui- O que mais se sabia do povo que era de lá?
       Veryih- Bem. Lá meio que era uma filial deles com centenas de pessoas clonadas, e espero que vocês não se encontre com os originais... Como vocês já devem saber, eles são muito desenvolvidos, mas limitados por sua biologia. Como se já não bastasse isso seus clones eram horrivelmente frágeis e burros se comparado aos originais. De lá saia minério para centenas de lugares, inclusive para onde moro, fiquei sabendo que recentemente criaram novos clones lá e as coisas estão voltando a ativa.
       Eu- Então... Minha névoa de podridão não foi tão intensa como pensei na época...
       Thely- Como um povo que não suporta luz consegue ir em lugares tão distantes e não desenvolve uma tecnologia para andar sobre a luz?
       Veryih- Ninguém sabe como eles conseguem fazer isso. Ou o por que de muitas coisas, eles não deixa ninguém ter conhecimento de suas tecnologias, eu sei que eles tem roupas especiais para andar no sol, mas não são muito eficientes graças ao abafamento. Muitos teorizam que na época do inverno quando está sempre nublado e cheio de neve é o momento que eles se proliferam pelas terras. Nessas condições suas roupas tem uma resistência maior e deve permitir eles irem longe. Quando se trata deles tudo é uma grande especulação, não se sabe quantos deles existem e nem o que eles querem, a única coisa que sabemos é que enquanto houver luz, estaremos longe da presença deles na superfície. Acredite, eu poderia passar o resto da nossa viagem falando sobre eles e ainda teria coisa para comentar.
      Eu*- Se os clones já fizeram aquilo conosco imagina os originais...
      Blíui*- Quero nunca mais chegar perto de nada associado a eles.
      Veryih- Ultimamente eles andam em alerta por que na destruição que teve na cidade clonada perderam um material precioso e documentos importantes.
      Blíui*- Será que algum dia eles vão vir atrás de nós?
      Eu*- Espero que não... Mas se isso acontecer. Vamos enfrenta-los como sempre fizemos.
      Veryih- Chegamos!
   Paramos em frente a um grande túnel esculpido, sua altura deve ser algo em torno de 9 metros de altura, nele centenas de lanternas se encontram por todo seu comprimento visível.
      Thely- Impossível! Como alguém pode conseguir fazer algo assim até o norte do continente???
       Veryih- Pra você ver né?
    No meio do túnel a uma espécie de trilhos que desaparece na profundeza do túnel.
       Thely- O que é esse pedaço de metal no chão que vai pelo túnel?
       Veryih- Algo que gosto de sempre falar sobre nossa sociedade é que não gostamos de perder para o povo da escuridão na tecnologia.
   Ao lado do túnel a uma luz verde acesa, o trilho entra em uma espécie de celeiro que curiosamente é a única estrutura de madeira que vi neste lugar desde que cheguei. Veryih começa a conversar com um bando de caras e logo volta falando pra entrarmos logo na carroça que nosso lançamento já está pronto para sair, os homens que ela conversou correm para todos os lados eufóricos e as pessoas nas casas e vielas começam a cercar a área aparentando estarem bem curiosos para algo que vai acontecer, alguns caras começam a abrir as grande portas do celeiro, e lá dentro vemos...
      Veryih- Vocês já ouviram falar em impulso com água?
      Eu- Como assim?
    Vemos uma espécie de foguete nos trilhos, na ponta tem um bico com vários riscos fundos, o meio é um cilindro metálico e atrás tem alguns estabilizadores como de um avião.
      Blíui- Que treco é esse?
      Eu- Parece um foguete mas nem eu sei.
      Veryih- Chamamos isso de aqua h2mil Ó.
      Thely- Como isso aí funciona?
      Veryih- Entramos nisso ai e ele faz todo o resto...
    Os homens em volta da máquina encaram ela na mesma hora.
       Veryih- Er... Vocês também ajudam.
       Blíui- Como isso anda???
       Veryih- Ta vendo aqueles trilhos ali no chão?
       Blíui- Claro
       Veryih- Vai ser bem difícil de explicar mas acho que vocês vão ter uma noção de como funciona. Como vocês devem imaginar quando se mistura Fleimin líquido a água uma reação química acontece, o pessoal que trabalha aqui nem chama o Fleimin por isso, chamam de qualquer coisa, Energia, Fluído. Como falei mais cedo a sociedade faz alguns acordos com o povo da escuridão... Eu falei não falei?
       Thely- Ãaaannn... Não lembro.
       Sui- Nem eu.
       Blíui- Não?
       Eu- Talvez?
       Veryih- TáTáTá, já entendi. Tanto faz.  A questão é, só eles sabem produzir Fleimin líquido e nós compramos, aí tem todo um sistema com um tanque naquela coisa alí que mistura água com Fleimin, daí a reação química gera uma água quente, que passa por um sistema soltando ar quente por trás, dando impulso e nos levando embora daqui. Alguém tem mais alguma pergunta?
        Thely- Acho que não...
        Blíui- Não.
        Veryih- Vamos embora logo daqui, não temos mais tempo a perder.
     O bico da máquina é levantado e é grande o suficiente para o touro com a carroça entrar.
        Veryih- Eu vou ir prendendo os cabos na carroça e vocês vão se prendendo nas paredes ao fundo.
        Toya- O que se prender!?
        Veryih- Só me escuta e faça isso, tenho certeza que você não vai querer estar igual a uma bola de apito quando essa coisa começar se mexer.
        Eu- Como um jato quente vai nos impulsionar tanto assim?
        Veryih- Não é só um jato... É um jato de ar com Fleimin puro concentrado, tem noção da quantidade de poder que isso tem? Veja... Em 10 segundos de jato com Fleimin é necessário 00,1dk do Fleimin puro, essa coisa suporta uns 100 dk, agora se você fazer as contas vai descobrir que o poder dessa coisa é muito concentrado. 
       Thely- De onde você tirou todas essas informações? O que significa Dk?
       Veryih- Unnnff... Eu perguntei se vocês tinha mais perguntas, não perguntei? O engenheiro da máquina me explicou isso tudo pra mim ter uma noção, e seja lá o que foi dk já serve pra medir a capacidade de uso do Fleimin. Agora por favor! Vamos???
       Thely- Vamos.
    No fundo da máquina tem alguns cintos, uns caras entram para nos ajudar se prender na parede.
      Blíui*- Esse negócio está me deixando apreensiva, parece até que estamos no preparando para uma tempestade de fogo.
    Um cinto prende nossos braços, pernas e tronco, nossas coisas são guardadas dentro de uma caixa de ferro grudado na carcaça da máquina, antes de ficarmos preparados noto uma pequena janela de vidro no teto com um painel de vidro bem grossa, tudo o que vejo é luz roxa tingindo a pedra, a carroça é presa com algumas correntes e cordas, todas estando bem justas, sem espaço para nenhum afrouxamento, o mesmo vale para o touro, aparentemente ele foi sedado e não vai perceber nada do que tá para acontecer.
      Veryih- Vocês vão ver como é insano andar nessa coisa. É por coisas assim que não me arrependo nem um pouco de viajar tão longe.
   Lentamente a frente vai sendo abaixada até dar um estralo ao terminar de fechar.
      Toya- A não não não não.... AAAAHHHHHHHH METIREMMM DAQUI
      Tink- CALMA! Vai ficar tudo bem. Se não fosse seguro não usaríamos isso.
      Veryih- Na verdade existe uma chance do calor danificar a máquina e o metal nos esmagar.
      Toya- AAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHH
      Veryih- Hihihihi
      Tink- CALA A BOCAAA..
      Toya- Não quero morrer.
   Um topo de assovio começa a ser ouvido atrás de nós.
      Toya- Anão! Eu quero voltar, Veryih manda parar isso aqui!
      Tink- Toya deixa de ser cagão e aproveite a viagem
      Veryih- Escute ela, aproveite a viagem.
    Eu fico olhando fixamente para pequena janela no teto, lentamente a parede começa se mover, quando entramos no túnel o alto teto do salão fica para trás e fica o baixo teto do túnel passando, conforme isso acelera nossos corpos vão sendo grudados na parede, de um assobio agudo, ele vai se tornando grave até chegar em um intenso.
    Tudo começa a tremer e o Toya começa a gritar desesperadamente, eu mantenho a calma, assim como muitos outros, Tink e Veryih ficam rindo, o ambiente vai começando a esquentar, conversar com alguém se torna difícil por conta do barulho.
       Veryih- PREPARESEM PARA O IMPULSO FINAL HAHAHAHAHHAHAHAHAHHA
     Sentimos nossas costas vibrar e o Som Grave fica silencioso Derrepente, em alguns segundos somos pressionado tão fortemente na parede que não conseguimos respirar muito bem, nossos corpos presos desprendem os pés do chão e começamos a ser arrastados para cima da parede, graças ao cinto, não sentimos mais do que nossos pés desgrudar do chão, é possível sentir o foguete levemente descendo o túnel, coisa bem boba, mas que faz toda a diferença para velocidade que estamos.
       Aloder- ficou tudo silencioso.
    Tudo o que ouvimos agora, é o som das roldanas se debatendo e rodando com uma violência arrepiante nos trilhos e o som do ar sendo dilacerado na frente do foguete a jato.
       Tink- Ué acabou o barulho.
    Vér começa a gritar.
       Thely- O que aconteceu?
       Veryih- O barulho não acabou... Na verdade ele está ainda mais intenso, só que ele está em uma frequência que não conseguimos ouvir.
       Thely- Como isso é possível!?
       Veryih- Eu não sei, não entendo dessas coisas.
       Thely- Vai demorar muito pra isso acabar?
       Veryih- Só alguns minutos.
       Thely- Aguenta firme Vér.
    Passamos alguns minutos naquela contínua tremedeira.
       Veryih- As coisas vão começar a esquentar um pouco, mas já já vamos parar.
    Não demora até começarmos a suar que nem porcos em dia de verão.
        Toya- Aaahhh quando isso vai acabar?
     Toya já gritou tanto que está rouco.
        Veryih- Logo.
    Mais alguns minutos e o foguete começa a desacelerar, nossos pés voltam a encostar no chão e repentinamente o barulho grave retorna como antes nos assustando, sentimos como se nosso corpo esteja sendo gentilmente arremessado para frente, o som muda de forma contínua mantendo o assovio sempre contínuo.
        Toya- Ufa que bom que já tá acabando.
     O foguete dá uma leve inclinada na frente e a pressão vai aliviando.
        Veryih- Já estamos subindo!
        Toya- Ufa.
        Veryih- Mentirinha! Hahahahahah ele diminuiu a velocidade para esfriar o motor
        Toya- AAAAAAAAAHHHHHH
    Em poucos minutos andando devagar ele volta a acelerar bem mais rápido do que antes, por alguns segundos até sentimos nossos corpos comprensados doer um pouco, assim que ele entra na velocidade que o som se torna inaudível para a maioria de nós, o foguete lentamente se inclina para baixo e voltamos a descer no túnel.
        Eu- Quanto tempo isso leva para chegar no norte?
       Veryih- 7 minutos.
       Blíui- O QUEEWE!???
       Thely- Incrível!!
       Eu- Eu sabia que o Fleimin era poderoso mas não era pra tanto.
       Veryih- Você ainda não viu nada!
       Tink- Quanto tempo levaríamos caminhando até o norte de Chanber-sig?
       Veryih- Se de carroça levaríamos uns 19 dias partindo da base, a pé deveria levar quase 70 dias.
       Aloder- Por que acha que de apé demoraria tanto?
       Veryih- Por que com a MINHA carroça e não uma qualquer, poderíamos cortar por caminhos que seria impossível de apé, obrigando a dar voltas, escalar montanhas, áreas perigosas, e cansaço com o tempo.
       Rhooc- Faz sentido.
    Passado os minutos finais, o foguete volta a inclinar para cima e desacelerar, uma inclinação bem pouca, não devendo ser mais que 3 ou 4 graus, que se levado em conta a distância e velocidade que está percorrendo, a subida torna-se bem bruta, mesmo sendo "poucos" graus, é bem fácil de perceber, pois sentimos diretamente em nossos corpos aquela massa de força G nos empurrando para baixo.
       Blíui- Como o foguete aguenta toda essa velocidade? Nem sabia que era possível algo tão rápido existir.
       Veryih- O material que ele é feito é extremamente resistente, forja nenhuma consegue derrete-lo ou causar dano, por dentro tem outra camada de um material que isola de todo o calor entrar aqui.
      Thely- Se nem uma forja consegue mexer nele como conseguiram construir isso aqui?
       Veryih- Existe outras formas de trabalhar com materiais assim, e um deles é esculpindo e lapidando com materiais de qualidade diferente.
    Passamos por todo aquele assubiu do motor novamente até voltarmos a uma velocidade confortavelmente segura.
       Toya- Aaahh finalmente acabouuu!!!
    Pela janelinha do foguete vejo o teto da caverna sumir e dar lugar a um teto mais alto e profundo, ficar olhando aquela parede correndo com o barulho do foguete lentamente desacelerando me causa conforto e preguiça, se pudesse cochilava ali mesmo.
       Blíui*- No fim essa acabou sendo uma viagem gostosa em alguns momentos.
       Eu*- E a mais rápida também.
    Quando finalmente paramos, se ouve uma seca batida do metal do foguete em alguma coisa lá fora, no mesmo momento sentimos o impacto, mas não nos machuca.
       Toya- Como nós saímos daqui agora?
       Veryih- Temos que esperar eles abrir e vir nos tirar daqui
       Toya- Quanto tempo isso vai levar?
       Veryih- Até quando o material esfriar, o que deve levar um tempo.
       Eu- Aonde estamos?
       Veryih- Coacugu.
       Blíui- É o porto que você tanto falou?
       Veryih- Sim. Mas estamos em uma região especial, é tipo uma área reservada só para as pessoas da sociedade do continente e os associados.
       Eu- Ainda estamos debaixo da terra?
       Veryih- Sim, mas aqui ao invés de pedra, o subsolo é composto por terra batida e pedra magrita.
   Após esperar uns 20 minutos a frente da máquina faz um cleck e tem seu bico erguido, logo vemos o chão em volta molhado, provavelmente devem ter resfriado o bico de entrada para abrir logo. Alguns caras entram as pressas e começam soltar as fitas e amarras de nós.
      Cara- Vocês estão bem?
      Veryih- Sim estamos.
    É quando acabo de reparar em algo.
      Eu- Veryih... Uma viagem deste nível não sairia uma fortuna?
      Veryih- Maahh... Eeehhh. Mas eles tem os motivos deles para nos dar de graça esta viagem...
      Thely- Não faz sentido. Por que alguém gastaria tanto para nos transportar?
      Veryih- Bem... É... Que... Este sistema todo de viagem... Meio.... Que...
      Thely- Que o que?
      Veryih- É um protótipo.
      Thely- O QUE?
      Veryih- E O QUE EU POSSO FAZER? tínhamos que ser rápidos, tem um continente perseguindo vocês, e talvez agora eu também.. Eu avisei que tinha uma chance de dar errado.
      Thely- Só depois que estávamos lá dentro, né?
      Eu- Agora já estamos aqui e bem. Calma.
      Veryih- Não nego que tenho uma certa influência sobre a sociedade para ter acesso ao protótipo... Mas não faço parte de lá, se não estaria rica e vivendo no conforto.           
      Tink- Pra onde vamos agora?
      Veryih- Vamos esperar o touro acordar.
      Thely- De quanto tempo é a anestesia que deram nele?
      Veryih- De meia horinha só, já já ele ta acordado de volta.
      Eu- Vamos invadir algum navio agora?
      Veryih- Invadir? Quem disse que Precisamos disso?
      Eu- Não precisamos?
      Veryih- Claro que não! A sociedade está bancando tudo por eu estar fazendo parte de uma missão, e além do mais... Eles sabem que eu sempre tive o interesse de trazer algo de valor maior a eles...
      Eu- Então isso quer dizer que tem um navio especial que vai nos levar?
      Veryih- Isso mesmo.
      Blíui*- Não que eu veja as coisas só por esse lado, mas andar na companhia dela só nos trás conforto, haha.
      Eu*- Sim... Vamos ver se isso dura até chegarmos no objetivo dela.
      Blíui*- Você acha que ela pode ter desenvolvido algum afeto por nós?
      Eu*- Não sei não. Ela não parece ser de considerar ou criar muitos afetos.
   A cidade subterrânea é familiar com a anterior, as casas são de madeira, e usam um sistema de iluminação bem parecido.
      Eu- Vamos entrar em outro elevador?
      Veryih- Claro
   Na parede de pedra é possível ver uma trilha de madeira que sobe até entrar no teto
      Veryih- O elevador não está lá... Vamos ter que esperar um pouco.
   O touro acorda e xaqualha a cabeça para lá e para cá, logo Veryih sobe em cima dele e o acalma passando a mão, os caras da instalação se afastam e ficam assustados.
      Veryih- Fiquem calmos, ele só está um pouco agitado, ele não vai fazer mau a ninguém.
   Ainda preocupados eles se aproximam com cautela para terminar de tirar as amarras de nós, finalmente estando livres, entramos dentro da carroça e começamos a andar pelas ruas da cidade em direção ao elevador.
      Eu- O que tá achando daqui?
      Blíui- Parecido com a outra cidade... Nossa, da pra acreditar que chegamos aqui em algo tão rápido?
      Eu- Nunca pensei que algo assim poderia existir. Eu fico indignado em como que a tecnologia não avança muito aqui.
      Blíui- Bem... Eu não entendo dessas coisas que você fala sobre teh... Tec. Esse negócio aí. Mas sei que devemos estar bem atrasados se comparado de onde você veio.
      Eu- Na minha terra de fato algo assim seria impossível, não existe Fleimin e nem os materiais da máquina.
    Com a lona traseira da carroça aberta para entrar um ar e a luz roxa refletindo dentro do espaço que estamos, um ar sombrio fica em nosso ambiente.
      Toya-...
      Rhooc- Não seria melhor ligar a luz?
      Veryih- Este lugar vive fechado, tá precisando de um ar e refrescada, aqui no subsolo é quente e a luz da carroça já produz calor.
    Passamos por várias casas de madeira escura, algumas pareciam vendas e hotéis, em quanto outras pareciam vazias ou cheia de coisas guardada.
      Sui- Quantas casas cheio de caixas.
      Veryih- Nós estamos na área dos depósitos, aqui é onde costumam guarda as coisas para futuros experimentos.
   Durante nossa pequena passagem pela cidade, passamos por várias pessoas simpáticas e sorridentes que ao nos ver olham alegres e nos comprimentando.
      Thely- Nossa bem simpático o povo dessa cidade, não?
      Veryih- Aqui as pessoas tem uma boa vida, longe de guerras e conflitos como la em cima, por isso muita gente acaba não saindo daqui, e eu as entendo, não é bom viver em um lugar sob pressão de uma guerra começar a qualquer momento, acabar acordando em alguma noite com sua casa sendo invadida e sua família ou amigos acabando mortos, isso se você não for o morto.
   O ato da pessoa nos comprimentar e sorrir pode parecer muito simples e rudimentar... Mas ao endagar isso, Veryih nos põe a pensar que um simples gesto pode dizer muito da pessoa e o lugar que ela vive.
      Veryih- Chegamos!
   Paramos em frente a uma espécie de estação com um trilho de madeira encaixado perfeitamente na parede, como se aquilo sempre tivesse feito parte da parede alí.
      Toya- Cadê esse elevador?
      Veryih- Devem estar usando para trazer carga, vai demorar um pouco.
    Ao olhar no buraco no teto, dá para ver que se trata de um elevador gigante que vau caber a carroça toda confortavelmente.
      Veryih- Vamos comer algo em quanto eles não vem.
    Todos nós influenciados por Veryih começamos a comer um ensopado preparado no dia anterior, Veryih assim que termina espera dois de nós acabar e nos chama para ir com ela a um depósito pegar mais duas caixas de alimentos.
      Toya- Que demora esse elevador, não? Deu tempo de comer.
      Veryih- É um elevador de carga e o único que a carroça pode entrar, então demora mesmo até eles descer com todas as coisas.
      Toya- Todas as coisas?
      Veryih- Você vai ver quando ele descer.
   Eu e Tink descemos da carroça carregando duas caixas de alimentos vazias, e acompanhamos ela até em um galpão.
      Eu- Deixo adivinhar, a sociedade também te fornece comida.
      Veryih- Suprimentos! Comida faz parecer que to ganhando de favor deles.
      Tink- Hahaha
   Ao chegar no galpão logo vemos um homem na porta com uma prancheta na mão.
      Homem- O que desejam?
      Veryih- Vim pegar mais SUPRIMENTOS para a viagem a serviço da sociedade.
      Homem- Posso ver seu Brasão?
      Veryih- Claro!
    Ela puxa de seu bolso uma medalha de ouro cheio de detalhes com duas asas de prata e uma pedra vermelha no meio.
      Homem- Certo! Podem entrar e deixar a caixa vazia na esquerda e pegar duas cheias na direita.
    Entramos no balcão que por sinal é muito grande, deixamos a caixa como pedido na esquerda e pegamos duas novas e pesadas caixas de "suprimentos" o homem que fiscaliza tudo fica o tempo todo em nossa cola e indicando qual e aonde temos que deixar e pegar as novas caixas.
      Eu- Agora já sei de onde eram aquelas duas caixas.
   Saímos as pressas de lá sentindo como se nossos braços fossem cair.
      Veryih- Ei ei ei, por que tão saindo correndo assim?
      Eu- Tá, muito pesado.
      Tink- O que tanto tem aqui pra estar pesado assim?
      Veryih- Aahh parem de reclamar, vocês aguentam muito bem isso aí que to vendo. Aí tem comida pra um bom tempo, nada de mais.
    A caixa tem quase metade da minha altura, e provavelmente deve estar cheio de legumes pouco perecíveis e que são bem pesados por sí só, durante o caminho até a carroça, fazemos umas duas paudas até chegar lá.
      Blíui- Ahh que bom que você chegaram, já estava começando a me preocupar.
      Veryih- É que esses dois aqui não aguentam um pesinho e tiveram que dar pausas pra descansar.
      Eu- Não é só isso... Fica um pouco longe daqui também.
      Thely- Já que é assim por que não levou a carroça até lá Veryih?
      Veryih- Porque os galpões ficam muito próximos uns dos outros e a carroça não tem como entrar lá.
    Eu escuto uns murmúrios de Toya e dou uma volta ver o que ele ta falando, nisso vejo o grande elevador de madeira parado ao lado dá carroça, la dentro tem centenas de caixas e alguns trabalhadores de macacão com o rosto todo sujo de preto e visivelmente assustados.
      Toya- O que ta acontecendo com eles?
    Veryih já aparece indo direto falar com eles.
      Veryih- O que aconteceu com vocês?
      Trabalhador- Lá em cima ta uma bagunça, estavamos pegando toda carga que pudemos salvar, algumas pessoas estranhas apareceram e estão destruindo e tacando fogo na cidade do porto, graças a nossa base ser bem protegida conseguimos nos refugiar da vinda com a carga do porto.
      Veryih- Estranho... Não tem muito o porque destruirem o porto, aqui tem coisas de valor mas é bem protegido, os guardas já devem estar dando um jeito.
      Trabalhador- Os guardas protegem mais os portos que tem coisas de valor, mas a cidade eles não protegem.
      Veryih- Como não atacaram vocês?
      Trabalhador- Passamos pela cidade quando ainda estavam começando a atacar.
      Veryih- Certo, pessoal me ajuda a tirar a carga do elevador com eles pra irmos logo.
      Trabalhador- Não, não, não precisa já tiramos isso aqui rapidinho.
      Veryih- Nada disso, vamos ajudar.
    Com todos nós ajudando a por as caixas para fora levamos 2 horas para acabar com aquele bloco gigante de caixas.
      Trabalhador- Obrigado por nos ajudar! Fiquem a vontade para usar o elevador.
    A carroça entra com todos nós dentro do elevador e ainda tem uma grande folga de espaço para a carroça ocupar o elevador, Veryih vai até um painel grande e fica com o braço esticado dando pulinhos tentando alcançar e apertar o grande botão. Vendo que sua altura não chega Toya se aproxima para apertar o botão no lugar dela, assim que ele chega perto, Veryih pula nos ombros do Toya e com os pés se apoia em seu peito dando impulso pulando direto no botão o apertando, uma grade sobe na entrada e o elevador começa subir.
      Toya- Ei não precisava disso, eu já ia apartar pra você.
      Veryih- Desculpe, mas queria eu apertar o botão, inclusive você nem ia alcançar o botão também.
      Tink- Mas também não precisava arremeçar o Toya pra trás hahaha.
      Veryih- Eu já disse desculpas, não fiz isso por mau.
      Toya- Como assim não ia alcançar?
    Ele vai até o painel e estica o braço... E realmente ele não alcançaria.
      Tink- Por que fazer um botão tão alto assim?
      Veryih- O elevador é muito grande, só fizeram na proporção dele...
      Rhooc- Parem com essa história de botão, será que ninguém aqui era alto o suficiente para aperta um simples botão?
      Tink- O Toya aqui é o mais alto de nós, e ele ta longe de ser pequeno, você não reparou?
      Rhooc- Eu lá me preocupo com tamanho dos outros?
      Tink- Eu acho que está bem visível aqui os 1,90m do Toya.
      Rhooc- Ah, e você tem quanto? Parece quase a mesma coisa.
      Tink- 1,86m...
      Rhooc- Então! É quase a mesma coisa como quer que eu fique reparando?
      Tink- Tem diferença.
      Veryih- Tábom, já chega. Deu tempo do elevador subir e Jajá vai abrir.
      Eu*- Quando eles resolvem discutir algo não param mais..
      Blíui*- Sinto como se fosse meus irmãos haha. Apesar de nunca ter tido um de sangue.
      Tink- E vocês dois? Que altura tem?
      Eu- 1,84m acho.
      Blíui- 1,76m
      Tink- E você Veryih?
      Veryih- Ninguém precisa saber disso.
      Tink- Pode falar, nós não ligamos pra altura.
      Veryih- 1,44m.
    A porta se abre, e temos a visão do que aparenta ser os fundos de um castelo, um pouco que saimos para fora vemos vários focos de fumaça negra subindo o céu, ao lado fica um tipo de forte medieval/moderno, e do outro lado um muro alto que cerca o lugar todo.
      Toya- Nós vamos sair lá fora?
      Veryih- O quanto antes.
    Fazemos a volta no lugar e somos parados enfrente a duas grandes portas de madeira escura.
       Veryih- Eu já volto já.
    Ela empurra a porta e entra lá por alguns minutos, quando volta está acompanhada de dois caras falando com ela.
       Cara- Tem certeza que quer sair? Não é melhor esperar o alvoroço acabar la fora?
       Veryih- Sim, tenho que partir logo.
    Os dois vão até o portão dos muros e giram uma grande roda com um bastão que traziam em mãos.
       Veryih- Obrigada e até.
       Caras- Boa viagem!
   Eles fecham a mão e estendem em direção a carroça em sinal de respeito.
      Sui- Eu já vi muitos tipos de continência, mas esse é novo.
      Veryih- Isso não é uma continência, é apenas um sinal de segurança... Aaahhh é um costume de nossa terra, não sei explicar bem claramente. Tem um significado todo por trás, digamos que é tipo uma suspertição que ao fazer isso é como se você estivesse transmitindo força e coragem para a pessoa ter uma boa viagem ou luta.
      Eu*- Que legal! Seria interessante algo assim em meu mundo.
      Sui- Que bonito.. Gostaria de ter usado algo assim no passado.
   Pouco antes de sairmos, Veryih estica o braço na direção dos dois caras e fecha a mão.
   Ao passar dos muros para fora nos deparamos com uma grande descida que chega até ao mar, nesta mesma descida centenas de casas de madeira, algumas pegando fogo e pessoas correndo na rua passando pelas casas indo pra lá e pra cá. Atrás de nós uma fortaleza cercada com muros de massa dura (parecido com cimento) e vários arqueiros em cima do muro, lá embaixo no mar, alguns navios estão pegando fogo e erguendo grandes colunas de fumaça.
      Thely- Espero que não taquem fogo no nosso barco.
      Toya- Por que estão fazendo isso...
      Sui- As vezes pode ser apenas algum grupo que saqueia e destrói.
   A carroça começa embalar na descida.
      Eu*- Essa coisa parece um carro quando começa descer um morro.
      Veryih- Espero que ninguém passe na nossa frente vamos descer com tudo, quero evitar de alguém vir nos atacar.
    Estando na metade da descida alguns caras com machadinha saem das vielas e param na frente esperando pararmos, pouco antes de chegar neles, eles vêm que serão atropelados e pulam escapando da colisão, irritados eles gritam e alguns caras de armadura de couro aparecem com seus arcos engatilhados com uma flecha pegando fogo na ponta. Rapidamente fechamos a lona após ver uma chuva flamejante de flechas se aproximando, algumas flechas acerta a carroça mas não tem efeito algum, graças a resistência da madeira, uma flecha bate no touro, mas é repelida como se ele fosse feito de pedra.
      Blíui- Eles parece não ter desistido, agora estão descendo o morro com cavalos
      Veryih- Eles não tem chance de nos alcançar.
    Finalmente chegamos ao porto e nos deparamos com uma fileira de guardas com lanças virado para a cidade, outros estão nos navios lutando contra outros arruaceiros, mais a frente tem alguns navios naufragando já.
      Veryih- parece que os guarda estão tendo trabalho pra manter a ordem aqui.
   Os guardas apontam a lança para nós e Veryih logo toma a frente indo até eles.
      Veryih- Eu só vim pegar um navio para ir embora para o outro continente, me deixem passar
   Ela mostra o brasão e eles saem de formação, conversam um pouco e entram de acordo, alguns deles nos cercam e nos escoltam até um grande navio de madeira vermelha, aparentemente luxuoso.
      Thely- Tem certeza que você não é uma princesa do outro continente ou algo assim?
      Veryih- De onde vim nem tem isso, os guardas aqui protegem as pessoas que vem pegar embarcação aqui.
      Thely- E por que as pessoas da cidade não vem aqui então?
      Veryih- por que aqui tem muito mais coisas de valor que vem de vários lugares... E já tem alguns espadachins na cidade que são encarregados de proteger a cidade. Ah e aqui as pessoas usam suas armas para se defender também.
      Thely- E aquelas pessoas correndo na rua?
      Veryih- Podiam ta com uma faca ou procurando alguém. Eu não sei!
      Guarda- O navio já está quase de partida, vocês deram sorte.
    Uma taboa grossa da cor do navio começa descer pela sua lateral
      Marujo- SUBAM LOGO!
   O touro faz um giro com a carroça e sobe correndo a prancha, até chegar no topo quase entrando no navio ele quase não tem mais velocidade para subir, assim que entramos a prancha é recolhida e esperamos alguns minutos até sair.
      Rhooc- Não tem muitas pessoas aqui por aqui...
      Veryih- Área vip é outra coisa.
    O chão é forrado com um material fofo, em um compartimento parecido com estábulo o touro com a carroça entram e ficam lá, o navio é cheio de bandeiras verticais e bandeirolas vermelhas, o restante parece ser tudo o que um navio normalmente teria.
      Eu- Quanto tempo vamos levar pra chegar lá?
      Veryih- Se fôssemos só na dependência natural poderia levar 435 dias.
   Ficamos boquiabertos...
      Eu- E com Fleimin?
      Veryih- 30 dias.
      Thely- Impossível!
      Veryih- Totalmente possível! Nós não vamos pegar nenhuma rota e seguir o vento, com impulso do Fleimin vamos direto para o nosso destino em uma boa velocidade.
      Thely- e como funciona esse Impulso?
      Veryih- Tudo que sei é que ao fundo do navio tem outro sistema de Fleimin puro que nos impulsiona... Sim! A sociedade compra muito Fleimin puro do povo das trevas. Porém não é tão eficiente quanto ao protótipo que usamos... E mesmo que fosse dúvido que alguma embarcação suportaria o impulso daquilo.
   O capitão grita e o navio começa a se mover, notamos que o navio está cheio de flechas e alguns marujos estão puxando elas do chão.
      Thely- Esse navio é feito da mesma madeira que sua carroça Veryih?
      Veryih- Não. A cor é diferente, mas ela é resistente a fogo também.
       Thely- Aahh por isso que esse navio não pegou fogo como os outros.
       Eu- Que bizarro, de onde venho não conhecia madeira alguma que tinha resistência a fogo e temperatura.
    Nós passamos o dia conversando e entramos no navio e ficamos em algum lugar do seu interior descansando em uma grande sala que servia de refeitório, a sensação do navio movido a Fleimin não parece ser muito rápido, eu passo o tempo todo sentado em um banco compartilhado de uma mesa ao lado de uma janelinha olhando para a imensidão do oceano, é possível perceber pela água se movendo (o navio) que está passando bem rápido sobre nós, no horizonte fico olhando uma coluna de nuvens enormes bem longe de nós mas que corta o céu azul fazendo parecer um pequeno vão no céu, as nuvens estão escurecendo cada vez mais e fico imaginando se elas serão as causadoras de uma grande tempestade com ondas, como eu via nos filmes.
      Eu*- Blí, olha ali na janela, você não acha incrível aquela paisagem?
   Destraída conversando com os outros ela para e começa olhar comigo para fora.
      Blíui*- Hmmmm eu não vejo nada muito de mais, mas não deixa de interessante de olhar o tamanho daquilo. Você tem mais inspiração para paisagens do que eu, por isso deve apreciar mais.
      Eu*- Me sinto como naqueles filmes de aventura, pelomenos nos momentos que fico aproveitando as paisagens e vendo como vivo a vida.
      Blíui*- Quando você olha para aquela paisagem o que você sente ou tem vontade de fazer?
     Eu*- Fico imaginando como deveria ser estar no lugar da nuvem, eu sei que isso é bobo e sem muito sentido, mas sempre que imagino é tão reconfortante, é como se ouvesse muita paz e fosse se sentir muito leve e com minha alma sempre refrescada, uma nuvem é uma coisa sem muita significância para nós, mas quando penso nela desta forma é como se eu pudesse vê-la de outro jeito, com mais admiração talvez, querendo ser um pouquinho ela e ter 1/3 daquela paz que vejo nela, até a forma que ela deixa de existir parece ser calma e sútil, ela apenas vai se desfazendo aos poucos...
      Blíui*- Isso é bem profundo... Eu não consigo imaginar ou sentir isso tudo apenas de olhar para uma paisagem, no caso a nuvem.
    Neste mesmo dia mais tarde deu uma tempestade, mas não chegou ser desastrosa e avassaladora igual a dos filmes, tanto é que o barulho dos trovões com a chuva chegaram ser confortantes, o quarto assim como a aparência e qualidade do navio, eram muito bons, alguns ficaram sozinhos em seus quartos e outros em duplas, tipo Eu e Blíui, o restante da viagem não foi muito diferente das nossas estadias anteriores nos outros lugares, nos sentimos passageiros preveligiados.

                /(Fim do capítulo 82)\

    

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