Alice Cullen sempre achou que seu passado nunca seria desvendado e apesar de ter conseguido a família que tanto procurou, ela sentia como se algo faltasse, mas talvez ainda houvesse esperança.
Após descobrir que ainda tem uma parente viva, ela deci...
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Vez e outra arranhava o jeans que cobria minha coxa nervosamente, ouvindo o pequeno ruído que minhas curtas unhas causavam ao entrar em contato com o tecido. Era o único movimento que eu fazia enquanto meus olhos seguiam a figura entusiasmada pela a sala que parecia analisar toda a decoração.
Alice estava assim nos últimos minutos, observando paredes, mobília e quaisquer itens pessoais que encontrava em sua frente com uma curiosidade quase entusiástica, provavelmente sem perceber que eu usava deste mesmo tempo para avalia-la.
Ela usava um sobretudo bege que parecia ter lhe caído como um vestido, a cobrindo até abaixo de seus joelhos e deixando à mostra uma pequena parte da meia-calça preta, que aparentava não a proteger muito do clima, com botas de saltos altos da mesma cor.
Apesar de sua baixa estatura, ela aparentava ser uma modelo, ciente de sua beleza e segura de si, deixando outras garotas inseguras ao seu redor. Certamente ela não se encaixava com toda a monotonia a sua volta, incluindo a mim, com jeans claro, uma blusa de gola alta e meias brancas.
— Eu adorei as cores suaves, sua casa é realmente acolhedora. — Ela se pronunciou de repente, se virando em minha direção com movimentos rápidos, porém suaves, como passos de balé.
— Obrigada... — Sussurrei, me sentindo confusa sobre o que deveria falar, afinal eu tinha quase certeza de que ela não veio aqui para falar sobre as paredes de minha casa, ao menos que ela fosse uma arquiteta ou decoradora em busca de trabalho.
Ela soltou uma baixa risada de sinos, fazendo-me perguntar como alguém poderia aparentar tanta perfeição dessa maneira. Como se flutuasse em suas asas invisíveis, ela se aproximou, sentando-se ao meu lado e olhando para meu rosto como se procurasse algo, quando pareceu não encontrar deixou escapar uma expressão frustrada que desapareceu tão rápido quanto surgiu.
Entrelacei meus dedos sob meu colo enquanto mordia o interior de minha bochecha minimamente, a situação era estranha e eu parecia ser a única a estar incomodada de fato, já que Alice por sua vez mantinha o mesmo sorriso inabalável desde que chegara.
De relance observei a caneca azul que permanecia na mesa de centro, logo a temperatura do conteúdo cairia e apesar de eu querer terminar minha bebida, me sentia desconfortável o suficiente não bebe-lo em sua presença, desde que eu havia oferecido qualquer outra coisa e ela negara educadamente duas vezes.
— Me deixe ver por onde começar... — Quebrou o silencio que havia se instalado novamente.
Pela primeira vez ela parecia expressar algum sentimento além da rotineira alegria, ansiedade. Outra coisa que parecia ser um traço de personalidade.
— Eu sou adotada, nunca tive conhecimento de qualquer coisa sobre minha família biológica, não até pouco tempo. — Ela levantou o dedo indicador ao contar a ultima parte, como se estivesse me contando a descoberta do século, o que provavelmente era como ela deveria se sentir. — Meu nome de nascimento, é Mary Alice Brandon e pelo que eu também descobri fui adotada aqui em Mississippi.
