06 | life is kindness

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— Vejo que você gostou

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— Vejo que você gostou. — Esme não escondia o grande sorriso enquanto me observava.

Não evitava expressar tamanha satisfação a qual eu me encontrava conforme eu saboreava as panquecas, que haviam sido preparas apenas para mim, eu realmente não havia comido algo tão maravilhoso desde que minha mãe se fora.

— A senhora é realmente uma ótima cozinheira. — A respondi após outra garfada, tomando o máximo de cuidado para não me sujar.

Minha mãe nunca fora uma boa cozinheira, mas ainda assim ela sempre se arriscava a preparar pratos novos e exóticos, a qual eu era a cobaia de degustação, eu não reclamava, mesmo não acertando sempre, ela se esforçava. E ainda por cima mantinha minha faixa de peso.

Claramente eu ainda tinha minhas refeições, afinal se passara um ano e eu não poderia parar o tempo, não para meu estomago. Muitas vezes Kelly preparava suas marmitas dobradas para poder dividir comigo, eu me arriscava vezes e outra na cozinha, mas certamente não tinha um talento ali. A besteiras não saudáveis se tornaram uma opção.

Estar em uma mesa almoçando, mesmo que sozinha, fazia-me recordar dos almoços em família, sempre preparados por vovó com meu auxilio. Esme era uma figura materna bem perceptível, estando disposta ajudar em qualquer coisa, estando sempre com um sorriso amoroso presente, uma ação inocente que me trazia nostalgia.

— Estava totalmente impecável. — Comentei ao terminar. — Obrigada.

Quando fiz menção de me levantar para recolher as coisas, Esme passou a minha frente com extrema agilidade, pegando toda a porcelana e se dirigindo a pia. Tombei a cabeça a observando, ela provavelmente deveria fazer com algum esporte ou exercício.

— Você é nova hospede, querida. Deixe isso comigo. — Ele me olhou por cima do ombro, me mandando mais um de seus sorrisos calorosos.

Sorri minimamente desconfortável com a situação, assentindo logo em seguida, antes que qualquer outra palavra fosse dita, uma pequena figura saltitante surgiu ao meu lado. Alice estava realmente animada com a ideia de fazer compras comigo, uma vez que dissera que sobrara muito espaço no closet com as "poucas" peças que eu trouxera.

A garota rapidamente começou a me arrastar em direção a garagem e conforme atravessamos a sala de estar pude ouvir uma baixa risada masculina, mas não pude identificar de onde ou de quem vinha.

Poucas horas depois, estas que não se passaram rapidamente, estávamos em uma praça de alimentação, Alice parecia prever todas minhas necessidades, mesmo que eu não as deixasse claras ou ela recordava-se por também a tê-las. Ainda iria estranhar quando visse Alice se alimentando pela primeira vez.

— Eu não tenho o suficiente para lhe pagar, não sei se você tem noção disso. — Murmurei envergonhada conforme observava as dezenas de sacolas a nossa volta.

— Não quero que me pague. — Ela respondeu rapidamente como se estivesse ultrajada, mas logo sorrindo em minha direção. — Veja isso apenas como gentileza da minha parte.

Meus olhos caíram novamente sobre as sacolas, as quais eu não me atrevia a contar sua quantidade, todas carregavam marcas que eu denunciava ser altamente caras, sendo poucas reconhecidas por mim. Eu não estava acostumada a esse mundo luxuoso a qual Alice fazia parte, eu sempre gostei da simplicidade a qual minha família me ensinara, porém a mais baixa não parecia se importar.

Suspirei dando-me por vencida, não discutiria por algo tão banal sabendo que isso agradava Alice e que em algum momento eu daria um jeito de recompensa-la. Sorri minimamente conforme via sua expressão suavizar outrora estando com um pequeno bico emburrado, ela realmente lembrava uma criança que não gostava de ser contrariada.

Quando por fim Alice se deu por satisfeita, em meio a centenas de gastos em seu cartão, podemos voltar para a mansão depois de uma dificultosa forma de guardar tudo no Porsche, a qual estava lotado de compras, impossibilitando a entrada de uma terceira pessoa, nem mesmo isso impediu a Cullen de dirigir à uma velocidade absurda.

Assim que o carro foi desligado, dei um pequeno pulo no banco ao reparar na figura loira que surgiu ao meu lado. Jasper com um sorriso e um gesto cavalheiro abriu a porta para mim uma vez que Alice já se encontrava ao seu lado, lhe dando um rápido beijo na bochecha.

— Obrigada. — O agradeci conforme ele maneava a cabeça em um gesto novamente ultrapassado.

Enquanto eu pegava o máximo de sacolas que podia, mesmo contrariando a insistente Alice que dizia não precisar, Jasper pegou um número bem maior do que eu acreditava uma pessoa conseguir sem muita dificuldade, as sustentando em seus braços, enquanto sua namorada o acompanhava saltitante sem qualquer preocupação.

Balancei a cabeça em uma tentativa falha de segurar a risada, mesmo que Jasper não parecia estar nem um pouco incomodado, os dois a minha frente lembravam-me as clichês cenas de filmes onde a namorada fazia a mesma coisa que Alice no momento.

— Posso lhe ajudar com isso? — Antes que eu subisse os poucos degraus para sair da garagem, Edward surgiu a minha frente.

Impecável como uma escultura, ele sorriu e olhou sugestivamente para as sacolas, uma vez que eu demorei alguns segundos para entender ao que ele se referia, atrasando minha linha de raciocínio com sua estonteante beleza. Abri a boca, olhando rapidamente por cima de seu ombro, pensando que seu irmão poderia precisar de mais ajuda do que eu.

— Jasper recusou minha ajuda, ele deve estar querendo impressionar Alice. — Respondeu como se houvesse entendido meus pensamentos, havia certo divertimento em sua voz. — Então?

— Ahn, claro. — Não tive uma outra resposta, vendo que ele já estendia uma de suas mãos e eu não queria ser rude. — Obrigada, é muita gentileza da sua parte.

Ele sorriu em resposta parecendo estar plenamente satisfeito, assim podendo finalmente pegar algumas sacolas e deixando um dos meus braços livres. Nossas mãos se tocaram brevemente ao passe em que eu lhe entregava a última sacola, nossos olhos se cruzaram conforme eu mentalmente buscava uma resposta para sua baixa temperatura.

Não me incomodava, uma vez em que minha própria temperatura não era tão alta, algo que as pessoas sempre questionavam, minha resposta sempre vinha com um conjunto de explicações sobre os sintomas de minha doença. Sua resposta provavelmente vinha do clima gélido da cidade.

Eu poderia me acostumar com isso.

Redline | TwilightOnde histórias criam vida. Descubra agora