Alice Cullen sempre achou que seu passado nunca seria desvendado e apesar de ter conseguido a família que tanto procurou, ela sentia como se algo faltasse, mas talvez ainda houvesse esperança.
Após descobrir que ainda tem uma parente viva, ela deci...
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Ao me olhar no espelho não consegui me sentir satisfeita com que me encarava de volta, no entanto eu não conseguia identificar o que me incomodava, talvez fosse o vestido para qual Alice sempre me empurrava com cores vermelhas, quando eu claramente preferia algo mais sutil ou como minha pele parecia pálida demais em contraste ao tecido.
No entanto, qualquer um que olhasse diria que está tudo perfeito. Eu quase ri pelos pensamentos superficiais que me afligiam no momento, quando foi a última vez que eu me importei tanto com a roupa que eu iria usar? A personalidade de Alice realmente estava começando a me afetar.
O sentimento de querer agradá-la vinha em mente, assim como infrutuosamente o pensamento de querer agradar a Edward. Era estranho, havia tempos que eu não possuía sentimentos como esse. Até mesmo quando aprendi piano apenas para impressionar a vovó, ou qualquer outra coisa que fizesse por minha mãe. Não havia alguém que eu amasse mais no mundo e tinha certeza de ser recíproco.
No entanto, eu não a tinha mais e por isso uma parte de mim parecia também ter partido, não desejando mais viver incontáveis anos de vida. Talvez um pouco disso viesse de minha familiaridade com a morte, por não teme-la mais e o medo era uma coisa saudável, é o que nos mantém vivos.
Exatamente por não temê-la, não consigo compreender o revirar do meu estômago quando vejo o tom vermelho da camisa de mangas longas, não pela cor do tecido, mas como pequenas gotas que escorriam por meu nariz, manchando minha pele pálida.
— Alice... — Chamei por minha prima, mas minha voz não passa de um sussurro.
Rapidamente, as primeiras gotas se acumulam conforme o sangue jorra com mais força. Cambaleei até o suporte do banheiro puxando uma toalha, infelizmente branca, que logo começou a se encharcar pela cor púrpura.
Quando minhas pernas fraquejaram e eu tive que me sentar na tampa do vaso, a porta se abriu agressivamente, fazendo com que a maçaneta batesse contra a parede logo atrás.
Edward foi o primeiro a atravessar a soleira com Alice em seu encalço, os dois pararam por um momento, provavelmente assustados com a cena à sua frente. Não era todo dia que se via uma pessoa com uma toalha pingando sangue em frente ao rosto.
— Está tudo bem. — Alice repetiu algumas vezes enquanto erguia as mãos.
Ela parecia mais em pânico do que eu, o que me fez imaginar que eu não estava associando a gravidade da situação. Minha cabeça começou a latejar com a pressão contra meus ouvidos e eu instintivamente abaixei a cabeça, não me importando se eu perdesse mais sangue.
A baixinha se aproximou em passos curtos e rápidos, abaixando-se sobre os joelhos e erguendo sua cabeça para me analisar com grande olhos âmbar, suas mãos encostaram em minha testa e imaginei que estivesse com febre, ela puxou outra toalha para mim e eu a troquei rapidamente para não fazer sujeira.
— Selene. — Fora Edward quem me chamou.
Tentei acenar para mostrar que estava o escutando, mas o balançar de cabeça apenas fez minha visão embaçar, obrigando-me a fechar os olhos com força. Apoiei a mão livre na parede com medo de cair de cara no chão.
