15 | life is a leap of faith

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Pisquei diversas vezes ao abrir os olhos, meu corpo não se moveu, não poderia

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Pisquei diversas vezes ao abrir os olhos, meu corpo não se moveu, não poderia. Estava dolorido o suficiente para tal ato, a sensação estremamente familiar. Meu olhar correu por meus membros rapidamente, haviam marcas roxas e esverdeadas por todos os lados. Quando me levantei - com esforço - os fios desalinhados de meus cabelos pareciam mais compridos.

Eu trajava um simples vestido branco, o tempo não estava frio. A casa, assim como o vestido não era nada chamativa. Nem um pouco acolhedora, não por sua simplicidade, mas havia algo tão pesado ali que quase me faltava ar. Ao olhar em volta percebi uma garrafa quebrada próxima a cama, onde havia sangue.

Nada aquilo parecia me assustar, estava acostumada, mas ainda assim havia tristeza profunda que engolia meu coração, deixando qualquer coisa sem brilho. Eu havia conseguido andar pelo quarto, meus passos sendo o único som ecoando pelo lugar. Havia um espelho não muito grande do outro lado do quarto, me permitia ver desde meus joelhos até meu pescoço, mas o meu foco estava em minha barriga, não na mancha de sangue logo abaixo dela. Não havia nada de diferente ali, apenas o vazio.

Eu senti as lágrimas quentes escorrendo por minhas bochechas quando o sentimento de perda me atingiu e nada mais importava. Então, eu corri.

Como se minha vida dependesse disso, ignorando a dor latejante em minhas pernas, eu continuei correndo. Esbarrando contra a soleira da porta ao sair daquele lugar que não se era mais considerado um lar. Eu corri até o ar me faltar nos pulmões e continuei. Permitindo que o sensação de vazio me dominasse por inteiro, eu corri e adentrei a floresta, não desacelerando ao tropeçar em qualquer coisa ou quando galhos me acertavam o rosto.

Apenas parei com o fim das árvores, ao final do alto de um penhasco. Não havia dúvidas para mim, eu estava certa do que deveria fazer. Do que mais deveria chegar ao fim, e então eu pulei...

Acordei ofegante, fugindo da sensação de estar em queda livre. Meu corpo doia, parecendo refletir o que eu havia sofrido em sonho, isso provavelmente por eu ter passado da hora de meus remédios. Levei a mão ao meu peito, sentindo meu coração e respiração se estabilizarem, a tristeza sentida em meu sonho era forte o suficiente para que me emocionasse quando acordada.

Não era a primeira vez que eu sonhava com a morte, às vezes minha mente conseguia ser bem criativa. Mas por algum motivo, mesmo vendo tais ações através de meus olhos, eu sentia como se nada daquilo me pertencesse.

Suspirando eu me levantei e andei até o banheiro, a luz incomodou minha vista por alguns segundos e então eu me olhei no espelho, meus cabelos com certeza eram mais curtos que em sonho. Abri a primeira gaveta da pia, vendo vários fracos com rótulos. Eu já os conhecia de cor, então sem muita cerimônia abri três deles, pegando pequenas cápsulas de cada. Olhei em volta percebendo que não havia um copo ali, havia o descido mais cedo. Voltei meus passos ao quarto, pegando um casaco de lã em cima da cadeira e o vestindo antes de sair do cômodo.

Redline | TwilightOnde histórias criam vida. Descubra agora