13 | life is happiness

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Eu havia tido uma noite sem sonhos, ou não me recordava deles

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Eu havia tido uma noite sem sonhos, ou não me recordava deles. Talvez porque os acontecimentos da noite anterior haviam povoado minha mente. Após um banho quente, do qual fora quase impossível sair, eu voltara correndo para debaixo das cobertas. Pouco tempo depois, Alice surgiu com o café da manhã em mãos.

- Aqui está, Esme fez especialmente para você. - Alice deixou a bandeja sobre meu colo.

- Obrigada. - Murmurei coçando os olhos. - E bom dia. Já está de saída?

Observei a de baixo a cima, estava impecavelmente arrumada. Sem qualquer marcas de expressão, Alice deveria ter belas receitas caseiras e sonos de beleza ou apenas não ser humana.

- Ainda tenho obrigações com a escola. - Respondeu como se fosse a coisa mais incabível do mundo, porém sua expressão logo mudou. - Mas não se preocupe, pois assim que eu voltar faremos alguma coisa juntas.

Suspirei, já imaginado que seus planos incluíam eu contar todos os detalhes sobre o que acontecerá na noite passada, ainda não havíamos tido tempo para essa conversa e conhecendo Alice, ela já deveria estar ultrapassando os limites de ansiedade.

- Tudo bem, então. - Acenei sonolenta demais para tentar ir contra.

Com isso, ela se levantou da cama dando-me um abraço que arrepiara todo meu corpo e partira. Com sua voz melódica me alcançando do corretor enquanto se despedia cantarolando, e me arrancando uma risada.

Logo após o café da manhã, eu havia tomado duas pílulas. De cores diferentes que me lembravam suas funções, mas em maioria eram vitaminas que ajudavam meus anticorpos a trabalharem melhor. O motivo de eu acordar extremamente cedo, talvez por isso eu tivesse certa antipatia a elas.

Quando o sono já havia partido a muito, decidi descer até a sala. Onde encontrei Emmett - que não tinha mais escola hoje, por estar no último ano -, engraçado era que o mais velho dos irmãos, parecia ser o mais novo. Ele segurava uma grande bola laranja e trajava uma roupa acadêmica que provavelmente não o protegia em nada do frio.

- Achei que teria que lhe arrancar da cama pelos tornozelos. - Levei na brincadeira por sua risada, mas parecia haver seriedade em seu olhar.

Balancei a cabeça negativamente e para meu desespero, Emmett começou a me arrastar para o quintal. No meio do caminho esbarramos com Esme que carregava dois vasos de flores, a mesma só nos deu uma caloroso bom dia, não dando-me a oportunidade em me oferecer para ajudar dentro de casa e fugir do clima lá fora.

Para minha felicidade, eu não estava ali para jogar - ou nem tanto, já que sem me mover eu não me aqueceria - apenas observar as impecáveis técnicas de Emmett.

- É sério, isso não é nem por você estar doente. - Emmett se desculpou mesmo que não houvesse motivo para tal. - Se não fosse tão baixinha poderia estar jogando.

- Tudo bem, eu prefiro vôlei, de qualquer maneira. - Dei de ombros.

Minutos se passavam e Emmett não errava uma cesta, o frio já não me incomodava tanto agora. Mesmo que não houvesse um jogo de verdade, isso não tirava o ânimo dele. Porém, sua atenção se desviara totalmente quando Rosalie atravessara a porta, indo em sua direção e lhe dando um beijo.

Desviei o olhar para outra lugar lhes dando certa privacidade, haviam grandes nuvens no céu, extremamente brancas, o que indicava que não choveria tão cedo. Minutos depois a risada de Emmett chamara minha atenção, Rosalie já não estava mais ao seu lado, mas sim ao meu.

Encolhi-me um pouco ao banco como se não houvesse lugar o suficiente para nós duas, o silencio se instalou - sendo cortado apenas pelo bater da bola de basquete - e eu não sabia se deveria dizer algo.

- Eu não sei como iniciar um assunto, sem parecer pretenciosa. - Falou de repente, e por um segundo acreditei que estivesse pensando alto. - Porque você está aqui?

- Não é exatamente empolgante esperar Emmett errar uma cesta. - Comecei, o ouvindo se queixar à alguns metros. - Mas não é entediante, também.

Desviei o olhar rapidamente para a mulher ao meu lado - sua postura tão impecável, quanto a aparência - ela não me olhava de volta, parecia não ter seu olhar fixo em qualquer lugar, mas não a encarei por tempo o suficiente para ter certeza.

- Eu me refiro à aqui em Forks. - Explicou e eu quase sorri sem graça. - Não consigo entender como conseguiu abandonar seu lar, tudo o que conhece. Vir morar com estranhos.

Engoli em seco, consequentemente demorando a responder. Afinal, eu não tinha certeza do que deveria ser dito. Talvez minha presença fosse incomoda a ela ou apenas houvesse ligeira curiosidade em sua mente. Se a última opção fosse o caso, eu estava surpreendida, não imaginaria que tais pensamentos repercutissem sua mente.

Assim, eu não poderia me sentir tão insegura a sua proximidade. Uma vez que minha mente admitira que julgara Rosalie parcialmente como superficial antes mesmo de conhece-la.

- Às vezes eu me faço essas perguntas. - Me forcei a raciocinar ao assunto. - Não tenho tanto tempo quanto a maioria das pessoas, e a gente sempre vê em vários lugares que devemos fazer coisas inusitadas antes de morrer.

- E você está satisfeitas com suas escolhas? -Perguntou, e minha teoria sobre ela estar apenas curiosa se reforçou. - Está feliz?

Muitas pessoas já haviam me perguntando se eu conseguia ser feliz. E quando eu dizia ter uma vida emocionalmente comum, alguns duvidavam. Já me disseram que a felicidade apenas vem de dentro, que enquanto não descobrirmos como fazer a nós mesmos felizes, ninguém mais conseguirá.

Eu nunca acreditei que essa frase estivesse totalmente certa, pois sempre tive episódios de emoções ao observar além.

Qualquer pessoa é capaz de se emocionar ao assistir uma cena romântica ou dramática, por exemplo. E mesmo que a emoção não seja duradoura, em algum momento aquilo realmente te tocou. Ao observar Emmett jogar basquete, por exemplo, não me deixava inercia. A alegria dele me contagiava.

- Há como estarmos cem por cento felizes? - Fui retorica. - Eu estou muito feliz que sua família me acolheu, mesmo que não tivessem quaisquer obrigações. E no momento, também estou feliz por estarmos conversando.

Minha fala finalmente pareceu chamar sua atenção, já que agora seus olhos dourados me encaravam. O silencio se instalou mais uma vez, senti como se estivesse sendo analisada.

Eu poderia continuar ali fazendo exatamente o mesmo, mas pequenos pontos gelados tocaram o meu rosto, ergui minha mão esperando que as primeiras gotas se chuva me alcançassem. Porém, um pequeno floco branco fora o que surgira. Estava nevando.

- Vamos entrar, você pode acabar se resfriando.

Ela parou na minha frente e sorriu - não se parecia se importar caso suas roupas ou cabelos ficassem úmidos -, esperando que eu levantasse. Apenas acenei em concordância e me levantei, não havia mais o que se falar.

Redline | TwilightOnde histórias criam vida. Descubra agora