6 : Melissa.

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   A chuva cai sem parar. Tamanha intensidade ela cai que chega doer ao colidir em meu rosto. O céu ainda é cinza e carregado de nuvens. Um vento frio faz com que meus pelos se eriçarem. Um trovão corta o céu, iluminando tudo. Um ronco de moto. Um cara de capacete e jaqueta preta me encara, rindo. Ele estende-me a mão e subo na garupa de sua moto vermelha. Ele ri de uma maneira gostosa. E então tudo some completamente tudo. E estou amarrada com uma corda vermelha, ajoelhada, nua e com os olhos vendados. Uma voz rouca e grave me chama pelo nome. Meu corpo formiga ao sentir o toque de seus dedos na minha parte mais sensível e úmida – no momento. Ele abre minha boca e sinto sua virilidade com a língua, recebendo o quanto sou capaz de suportar. É grande demais, será normal? Ele me levanta e me vira de costas, o fato de não poder vê-lo torna tudo mais excitante. Então, no susto, ele está dentro de mim, preenchendo-me com toda sua glória. E, estou quase no clímax, quando abro a boca e, em um sussurro de prazer, peço:

- Mais forte Zayn.

Acordo de sobressalto. Sento-me na cama, ereta. O sol da manhã atravessa a janela do meu quarto. Meu peito sobe e desce, meu coração palpita e sinto minhas veias dilatadas.

Por que diabos eu sonhei com Zayn? Se tivesse sonhado com ele a três anos atrás eu seria plausível.

- Parece que alguém dormiu bem... – Ethan zomba de mim.

- É, tive bons sonhos. – respondo corando.

- Vai querer que eu fique com a Cassie hoje?

- Não, obrigado.

- Não tem nada que eu possa fazer por você? Limpar a casa?

- Tudo está limpo por aqui, mas, mesmo assim, valeu por se oferecer.

- Humm... Ok. – ele troca o peso do corpo de um pé para o outro – Mas se você precisar é só falar.

- O que está acontecendo? Você não está bem.

- É que... Sei lá, nem sei por onde começar.

- Que tal pelo começo? É por onde pessoas normais sempre começam.

Ele ri e coça a nuca.

- Está insinuando que eu não sou normal? O que eu sou então? Um Smurf? Um Transformer? – ele faz graça.

- Você está mudando de assunto Ethan.

- Eu sei, é que não quero falar sobre isso agora.

- Tudo bem, eu respeito a sua decisão. – eu o abraço – Mas, quero que saiba, você sempre pode contar comigo.

- Então...

- Já vai pedir né?

Rimos juntos.

- Posso passar uns dia na sua casa? O clima com os meus pais não anda nada bem.

- Claro que pode.

- Olha, eu vou ajudar a cuidar da Cassie, comprar comida e ajudar a pagar as contas.

- Ethan, sabe que eu jamais te cobraria nada, mas, nas atuais circunstâncias sou obrigada a aceitar. Mas não quero que você pense que estou te explorando ou algo do tipo.

- Eu sei, Mel, eu sei.

Hoje, na livraria, cinco pessoas compraram algo. Fiquei feliz, é claro. Meu salario e mais comissão, tem alegria maior? Pena que, de cinco pessoas, só atendi três. A Clarissa, minha colega de trabalho, atendeu os outros dois.

No final do expediente vou atrás do Dante, meu chefe.

- Oi Melissa, está tudo bem? A gente pouco se vê. – ele diz com os olhos fixos na papelada em sua mesa.

Louco por VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora