16 : Melissa

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    - Ei, camarada, não acha que também tenho o direito de fazer perguntas? – indago e sorrio.

Ele me encara rapidamente e parece assustado.

- Está tudo bem? Você parece pálido.

Ele apenas anui rapidamente com a cabeça e arregala os olhos em um misto de angustia e algo a mais...

- Você poderia me dizer...

Sigo seu olhar e noto a louraça peituda e gostosa atrás de mim. Sinto uma pontada no peito e meus olhos marejarem. Qualquer vestígio de sorriso em meu rosto some.

É claro que ele iria olhar para outra mulher, Melissa.

Com uma calma forçada levanto-me e digo, friamente:

- Com licença.

Vou até o banheiro e fico por lá uns minutos.

Você não vai chorar, você não vai chorar, você não vai chorar. Digo para mim mesma repentina vezes em minha mente. Eu nem tenho, ao menos, o direito de estar me sentindo assim. Nem namoramos.

Saio do banheiro, mas ainda não estou pronta para vê-lo. Ando até o lado de fora e sinto um alivio absurdo atingir-me ao sentir o frio intenso da noite. Meus músculos relaxam e, aqui fora, posso deixar alguns soluços escaparem – mas sem lágrimas. Olho para cima e admiro o céu noturno sem nuvens, o que é um milagre nessa região. Ouço o barulho da porta de vidro abri, mas nem me movo... Até sentir o toque em meu braço nu junto com a onda de eletricidade.

- O que houve? Está tudo bem? – Zayn pergunta com as sobrancelhas formando um perfeito v.

Olho para ele com tanto ódio que sinto a comida em meu estômago darem saltos mortais. Viro para frente, ignorando-o.

- Você está me ignorando? – o indaga perplexo.

- Que esperto você, Sherlock. – zombo sentindo-me um pouquinho melhor.

- Ok, já deu, não sei se você sabe, gatinha, mas ainda não sou telepata. Então ou você me diz o que fiz para merecer o seu ódio gratuito ou... Bem, me diz do mesmo jeito.

- Por que você não pergunta para loira que estava atrás de mim?

- Não estou te entendendo, gatinha. – ele diz encolhendo-se e pondo as mãos nos bolsos de sua calça jeans escura e justinha.

- Pare de se fazer de sonso, Zayn. Você sabe muito bem do que estou falando. – falo meio exaltada pondo o dedo indicador no meio do peito largo dele.

- Pare de agir como uma namorada ciumenta, gatinha. – ele revira os olhos.

- EU NÃO SOU A PORRA DA SUA NAMORADA, CARALHO! – grito e viro-me para ir embora.

- Por opção sua. – ele sussurra, calmo.

De repente, seus braços estão em volta de mim, puxando-me em sua direção, enquanto aqueles lindos olhos cor de mel examinam-me com cautela, sem pressa alguma. Seu polegar acaricia o meu lábio inferior e sinto-o queimar ao seu toque, minha respiração falha assim como a dele. Minha visão foca nós lábios cheios e altamente beijáveis de Zayn. E fico surpresa ao assumir para mim mesma uma coisa: Quero ser beijada. Por ele. ele.

Me beije, por favor. Quero implorar, mas não sou capaz de mandar em meu corpo que, no momento, parece ser feito de geleia. Ele respira com mais força. Estamos tão pertos um do outro que posso sentir o cheiro de seu hálito quente. Meu coração bate tão rápido e forte que, talvez, Zayn possa ouvi-lo. Ele se aproxima e eu fecho os olhos... Porém nada acontece.

Droga!

- Acho melhor entrarmos e pagarmos a conta. – ele diz.

Eu anuo com a cabeça, envergonhada com a tensão do momento.

Ele segura minha mão com carinho e eu deixo.

Mais do que isso, eu gosto.

Louco por VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora