46: Zayn

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- Vai na casa da Melissa? – pergunta Louis.

- Vou. – respondo – Não que seja da sua conta.

- Posso ir com você?

- Claro que não. – respondo pondo o capacete.

- É que estou de rolo com um garoto que está morando com ela.

Tiro o capacete e o observo, lembrando que Melissa disse que havia mesmo um garoto gay morando com ela. Tiro o capacete de Melissa do baú e o entrego para Louis que abre um sorriso de agradecimento e sobe na garupa. Engulo em seco.

- Só não chega muito perto...

Ligo o motor e a moto ronca alto. Não tenho nada contra com homens que curtem outros homens. Acho alguns deles até divertidos. Mas não entendo como podem não gostar de boceta. Cara, boceta é a melhor coisa do mundo. As apertadinhas, quentes e úmidas então... Humm... Uma verdadeira iguaria.

A moto nos guia até a casa da minha esposa e, quando paramos, Leon desce e bate na porta, antes de mim. O garoto, o mesmo que vi entrando na casa de Melissa no nosso primeiro encontro, abre a porta e, me surpreendendo, eles se beijam. Fico sem graça e encaro o chão. Eles entram correndo e somem de minha vista. Entro e chamo por Melissa que responde do banheiro, está no banho. Até penso em entrar embaixo do chuveiro e come-la enquanto a impresso contra os azulejos azuis claros do banheiro, mas abandono a ideia. Não que seja broxante, meu pau está duro feito rocha, mas porque quero conversar sobre algo sério: O nosso casamento.

Agimos por impulso em Vegas, mas eu não me arrependo. Não poderia me amarrar eternamente em outra pessoa se não a ela. Ela me inebria, é a minha droga. Sua química corre em minhas veias, estou ficando louco, perdendo a cabeça. Nunca mais fui o mesmo desde que a toquei.

Passei a noite pensando em pedi-la em casamento formalmente, de joelhos e tudo o mais. Pensei em mil coisas para dizer, mas agora, que está prestes a acontecer, não consigo lembrar nem mesmo o meu nome. Pensei em contratar um enorme bufê, chamar amigos e parentes. Enche-la de joias e roupas caras. Fazê-la minha e de mais ninguém.

Vou até a cozinha beber água e vejo um envelope pardo que chama a minha atenção. Caminho até o balcão e o pego. "Aceito" estava escrito. Na faculdade de Washington. Longe pra caralho.

- Zayn, desculpa a demora. – ouço sua voz doce atrás de mim.

Ela está linda, seus cabelos molhados presos em um coque firme no topo da cabeça. Ela me encara e seu olhar se prende no papel que seguro.

- Eu ia te contar. – ela diz baixinho vindo em minha direção.

Me pega pela mão e leva-me até a sala. Senta-se no sofá e diz:

- Eu juro que ia te contar.

Todas as peças se encaixam e sinto meu sangue queimar, perco a cabeça.

Louco por VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora