27 : Zayn

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 Não sou capaz de ver Melissa definhando. Ela não come há dias. Está visivelmente mais magra e bem abatida. Enquanto a vejo dormir rabisco um bilhete e vou ao supermercado. Compro tudo o que é necessário e coisas supérfluas também. Humm... Há dois pacotes de camisinhas. Graças a Deus. Quatro trepadas, se eu tiver sorte. Compro um vinho. Hoje quero fazer algo especial. Tirar essa dor que Melissa está sentindo e, com sorte, podemos dar mais um passo em nosso relacionamento.

Volto para casa dela e vejo que a porta está aberta. Estranho, quando sai deixei a porta fechada.

Entro dentro da casa e sinto meu sangue pegar fogo ao ver o homem que tentou estuprar Melissa encarando-a enquanto a encurrala. Ele está armado. Pânico e fúria explodem dentro de mim. Tenho vontade de cair matando em cima do filho da puta. Mas não faço nada, fico paralisado. Os olhos de Melissa estão assustados e arregalados, sua boca entre aberta e suas bochechas úmidas pelas lágrimas.

- Que porra está acontecendo aqui? – grito ao tomar coragem.

Ambos me olham. Melissa parece aliviada, contudo, o homem parece furioso e aponta a arma para minha direção, isso faz com que eu fique com mais raiva. Ele atira e acerta a parede a cima do meu ombro e eu nem pisco. O ódio entorpece o medo.

- Solta essa arma. – digo entre dentes. – Agora.

- Eu estava na desvantagem na última vez, mas agora eu estou armando.

- Estou vendo.

- E você não tem medo?

- Nem um pouco.

Ele atira e a bala passa raspando pela minha orelha e vejo um filete escarlate escorrer em minha pele, levo a mão até a orelha e pressiono a pele tentando estancar o sangue. Ele dá um tiro para o alto. Esse imbecil está gastando todas as balas, por isso não digo nada.

- Saia agora e eu poupo sua vida, seu merda. – ele diz.

- Acho que não.

O homem anda até minha direção e eu mexo a boca, sem emitir som, a palavra "corra" para Melissa que anui e sai correndo para o seu quarto. Pelas minhas contas, e o tipo da arma, deve ter umas três balas.

- Então... – ele encosta a arma em minha testa – Você vai ter que morrer.

E, quando puxa o gatilho, nada sai.

A sorte está ao meu favor! Ele olha a arma e depois me encara. Sorrio e, em um ímpeto, desfiro um soco em seu rosto deixando-o atordoado. Mais três socos e sua boca está sangrando. Ele cai no chão e eu começo a chuta-lo.

- Você nunca mais vai tocar na Melissa. – eu o chuto – Entendeu?

Ele geme e anui com a cabeça. E, por um descuido idiota, ele se levanta e o vejo sair correndo.

Covarde filho da puta! Eu devia tê-lo matado!

Subo os degraus de dois em dois e abro a porta do quarto de Melissa. Ela está chorando. Ligo para a policia e fico esperando junto com ela.

Os policiais chegam e examinam a cena. Melissa diz tudo o que aconteceu com ela e cai no choro mais uma vez.

- Você sabe o que ele quis dizer com isso? – pergunta o policial.

- Eu não faço a mínima ideia.

- Então acabamos por hoje. Obrigado. – e se vai.

Ela suspira e vai para o quarto. Vou atrás dela. Ela está de pé e diz:

- Por que tudo de ruim acontece comigo?

- Eu não faço ideia, gatinha. – respondo.

Vou até ela e a abraço. Ela toma meus lábios com os seus e me beija avidamente. Não aguento e sussurro:

- Eu quero você. Agora. Nua embaixo de mim.

Louco por VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora