45: Melissa

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Quando volto de Londres, Ethan está de novo em minha porta, chorando. O rosto afundado nas mãos e o cabelo úmido.

- Ei o que houve? – indago, preocupada.

- Eu não tenho mais para onde ir...

- Venha entre.

Ele balança a cabeça concordando e me segue para dentro de casa. Dormi na limusine e na volta para casa, pensei que Zayn fosse vir comigo, mas ele me disse que tinha uma emergência com a banda, ele parecia mesmo transtornado quando acordei na limusine.

Ethan senta-se ao meu lado no sofá laranja e cai no choro.

- Me diga o que aconteceu.

- Eu fui expulso de casa, Melissa.

- Por quê?

- Meu pai descobriu que sou gay.

- Oh, meu Deus.

- E ainda bateu na minha mãe.

- E o que você fez?

- O que eu poderia fazer, Mel?

- Ligar para policia, homofobia e agressão à mulher são crimes.

- Minha mãe implorou que eu não contasse nada para ninguém, ela apanha quase todo dia.

- Por que você nunca me disse?

- Por que ela pediu.

- Mesmo assim...

- Ele pegou o meu celular desbloqueado e leu a minha conversa com Louis.

- Ai meu Deus, você está pegando o Louis e não me disse nada?

- Eu nem fiquei com ele ainda. – me explica suspirando – Estamos só nos entendendo. Eu o conheci pela Clarissa, ela deu o meu número para ele. Clarissa havia me dito que ele se interessou por mim.

- Que legal.

- Mas o foco agora não é esse!

- Então prossiga...

- Quando saí do banho ele estava lá, me esperando, disse que eu vou para o inferno por dar o cu e ainda, depois de gritar e bater na minha mãe, que tentou apartar a briga, jogou-me na rua, nu, como vim ao mundo e gritou, para que quisesse ouvir, que sou gay e vivo dando o cu, sendo que eu nunca transei com nenhum menino ainda, Melissa.

- Que horror, Ethan.

- Minha mãe ficou com pena e, chorosa, e trouxe essa roupa para eu vestir. Foi a maior humilhação que passei em todos os tempos por ser quem eu sou. Foi pior até que o quarto ano quando eu e o Alex nos beijamos e o povo caiu em cima da gente. – ele volta a chorar – Eu tenho vontade de mata-lo. Eu o odeio.

- Ei, ei, ei pode parar. – digo abraçado ele – Pode tirando esse ódio do seu coração, o ódio não leva a nada, corrói o coração e mata aos poucos. Perdoe.

- Mas...

- Eu sei que é difícil, mas tente.

- Eu não consigo.

- Consegue sim. Não estou pedindo que esqueça toda essa merda que ele fez com você e corra para abraça-lo, estou pedindo que tente tirar esse peso que está em seu peito, que não faz nada bem para você.

- Eu vou tentar. – ele diz e funga.

- Tudo bem.

- Posso te pedir só mais uma coisa?

Louco por VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora