Louco por Você

22 : Melissa

   Quando enfim encerramos o nosso beijo, Zayn cola sua testa na minha e sorri.

- E agora, o que a gente faz? Não tenho muita experiência em namoro.

Ele enrubesce.

- Me beija. – eu digo.

Então ele o faz mais uma vez. Puxa-me para perto de si e descansa suas mãos em minha cintura. Tudo está perfeito e, por isso, estranho. Infelizmente, sei que, de certa forma, essa é a calmaria que antecede a tempestade.

E eu não poderia estar mais certa...

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Zayn foi embora logo e prometeu que iria voltar para me levar para jantar. Como a movimentação na livraria foi fraca, decidi fazer a inscrição para a faculdade. Nome, idade, endereço e etc... Em poucos minutos todas as respostas estavam respondidas. Agora era só enviar...

Meu celular vibrou e uma mensagem de Zayn surgiu na tela.

Zayn: Me desculpe, mas vou ter que furar o nosso encontro de hoje. Problemas com a banda.

Sinto um certo ciúme e um pouquinho de raiva por ele me dar o bolo logo no nosso primeiro encontro como namorados oficialmente. Mas entendo que a banda é algo importante.

Melissa: Tudo bem, nos vemos depois?

Zayn: Com certeza! Prometo compensar essa mancada.

Melissa: Espero que você compense mesmo.

Zayn: Você não faz ideia do que eu planejo para te compensar...

Melissa: É bom?

Zayn: Muito!

Melissa: Bom tipo legal ou tão bom que eu vou gritar de alegria?

Zayn: Ah, gatinha, você vai gritar muito...

Fico rindo igual a uma boba para a tela do celular.

- Adeus, Melissa. – diz Dante.

- Adeus. – respondo e vou.

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Chego em casa em tempo recorde. Fico vendo de um em um minuto o meu celular para ver se tem alguma mensagem ou chamada de Zayn.

- Desgruda um pouco desse celular, menina. – zomba Ethan.

Reviro os olhos e mostro a língua para ele. Fazer o quê? Eu sou uma criança no corpo de uma mulher.

Meu telefone tocou e eu o atendo, sem ao menos ver o número no identificador de chamada.

- Alô. – digo.

- Boa tarde, é da família da senhora Louise Rollins? – perguntou uma voz grave e formal.

- É sim. – respondo alarmada – Aconteceu algo?

- Pedimos que a senhorita venha até a cidade da Flórida para reconhecer o corpo.

- Ela morreu?

- Infelizmente sim.

Então sinto uma forte dor de cabeça e tudo ao meu redor começa a girar e meus joelhos cedem. Não entendi as palavras da primeira vez. Vejo a escuridão me acolher em seus braços...

Estou em minha bicicleta rosa, pedalando, pedalando, pedalando. Ouço a musiquinha do carro que trás sorvete. Humm... Minha barriga ronca alto, eu amo sorvetes. Corro até em casa e mamãe me dá dinheiro. Dou um abraço nela e vou atrás do caminhão. Pedalo, pedalo e pedalo. Ai! Caio no chão. Mamãe vem correndo e me ajuda a ficar de pé, perguntando se estou bem. Ela está com um barrigão, parece que engoliu uma melancia. Tem um bebê dentro da barriga dela. Já perguntei como ele entrou ali, mas ela nunca responde. Então quando vou dar outro abraço nela, ela some. Deixando-me sozinha. Fico com medo, muito medo. Então eu a vejo no chão: morta.

- Não! – grito e sento-me ereta na cama.

Estou suando, respirando com dificuldade, e o vejo ao meu lado.