Louco por Você

40: Melissa

  Depois do fim de semana luxuoso em Las Vegas, tive que voltar para a vida real. Dante me recebeu sorrindo, com os braços apertos, e disse que tudo correu bem naquele fim de semana. Fiquei feliz em voltar para Forks e voltar a trabalhar na livraria. Clarissa e eu contamos uma para outra, em segredo absoluto, como foi o dia livre com o namorado. E, se eu achava que Zayn e eu éramos um casal safadinhos, Clarissa e Harry nós superavam na criatividade do que fazer em quatro paredes, ou em um carro. As semanas – que logo viraram meses – passaram-se voando em alguns rostos novos, as piadas de Dante, os comentários eróticos de Clarissa, meus telefonemas com a Abelhinha e noites de sexo com Zayn e etc... Tudo normal.

Até que, em uma sexta-feira, depois do trabalho vi Ethan sentado na escada da minha porta, apreensivo. Aproximo-me dele e pergunto:

- O que faz aqui?

- Chegou! – ele me diz, os olhos brilhando de nervosismo – Finalmente chegou!

- Chegou o quê, garoto? - indago.

- A carta.

- Que carta?

- Da faculdade, Melissa. – ele se levanta – A resposta!

- Oh meu Deus!

- Eu não abri a minha, optei por esperar você.

Ansiosa, corro até a caixa de correio e pego o envelope pardo. Ai, meu Deus! Ai meu Deus!

Ethan e eu entramos em casa, ambos suando de nervoso, mas esperançosos. Respiro fundo, encarando-o e digo:

- É agora.

Ele concorda e abre o seu envelope pardo e eu também. Corro o documento com os olhos e meu coração pula de alegria ao ler a palavra "aceito". Não posso controlar o sorriso de alegria que surge em meu rosto e digo:

- Entrei, eu entrei, Ethan!

Ele ergue a cabeça e me encara, sua expressão não é nada boa. Merda!

- Eu não fui aceito.

- E agora? – pergunto.

- E agora o quê?

- O que faremos?

- Ué, você vai para a faculdade, arrasa por lá, e eu fico aqui torcendo pelo seu sucesso.

Seu semblante é neutro, sua voz calma e serena, nega a tristeza e a decepção que tomam conta de si.

- E-eu não vou.

- O quê?

- Eu não vou para essa faculdade de merda!

- Para de falar besteira, sua burra! – ele esbraveja – É o seu sonho, o nosso sonho!

- Por isso mesmo que eu não vou! Não tem graça sem você Ethan, sonhamos isso juntos.

- Ok, eu te dou duas opções...

- Estou ouvindo...

- Ou você vai, por bem, e arrasa ou você vai por mau e... Arrasa do mesmo jeito.

- Eu não vou Ethan! – ralho alto – E fim de papo.

- Faça isso por mim, Melissa, por favor. Esse era o meu sonho e já que não posso vive-lo, viva-o por mim. – ele pede, os olhos marejados pelas lágrimas. – Por favor.

Eu o encaro e vejo a sinceridade emanar de seu corpo. Passamos por tanta coisa nos últimos anos, e eu o devo a minha vida. Desde que vim da Flórida, quando tinha onze anos, para essa cidadezinha que pacata e cinza que se tornou o meu lar, Ethan vem cuidando de mim, como um anjo da guarda.

- Tudo bem. – concluo – Eu irei. Mas só por sua causa.

- Ah, eu sabia que você tinha coração, arrasa por mim lá, tá bom? – ele diz ao abraçar-me.

- Ok.

E ficamos conversando, horas a fio, sobre o clima, esporte, livros, filmes, séries, músicas e sonhando, de olhos abertos, com o primeiro dia da faculdade. A noite cai e Ethan pede para dormir aqui em casa, pelo visto ele anda em pé de guerra com os pais, queria saber por que, mas, por medo de soar intrometida, resolvo não indagar nada.