Mudança

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Morava no condomínio Maia Peixoto, há quase três semanas e meu ritual diário era observar minha vizinha do prédio em frente, fumando ou trocando de roupa.  Pode parecer pervertido, mas eu não conseguia resistir.

A vi pela primeira vez sem querer, em meu segundo dia naquele apartamento,  quando abri minha janela por conta do calor que atingia a grande São Paulo, naquela noite de sexta.

A mulher usava uma calcinha rendada de cor preta e com os cabelos soltos e os seios amostra, fechei a cortina imediatamente,  com vergonha e julgando ser errado.  Porém, a cena repetiu-se outras vezes e eu fraco, não pude evitar ficar duro com aquela visão maravilhosa.

Minha janela dava de cara com o prédio vizinho, então sempre que aquela linda mulher apoiava-se na janela com seus lindos seios amostra, para fumar, eu me sentia privilegiado pela visão maravilhosa.

—Nicholas! —Chamou meu pai

Olhei para o relógio ao lado de minha cama e praguejei meu descuido,já passavam das oito, era mesmo a hora de meu pai chegar.

Levantei as calças e ao puxar a porta notei que ela estava destrancada, como sou burro, se meu pai resolvesse abrir a porta de meu quarto, me pegaria apoiado na janela, olhando para mulher por uma pequena brecha da cortina, me masturbando,não seria a primeira vez que ele me pegaria naquela  situação, mas por eu está observando indevidamente, minha vizinha, aposto que sua reação seria diferente.

—Como foi a reunião? —Perguntei vendo-o sentar-se no sofá vermelho de três  lugares, o único de nossa casa.

—Acho que não preciso mais ir ao AA

—Pai, você é alcoólatra, não irá se curar em um mês!

Já havia tido aquela conversa milhares de vezes com meu pai, havíamos saido do nosso antigo bairro para que ele enfim pudesse se afastar dos amigos bebuns. Meu pai, Jorge, havia se entregado a bebida há quatro anos, no mês da morte de minha mãe. E eu sabia que se caso ele não se cuidasse, eu também o perderia.

—Ei garoto, confia em mim!

Quando aquela frase vinha eu sabia que precisava me alertar

—Vou pro meu quarto, deveria fazer o mesmo. —Falei impaciente

(...)

Eu tinha um amigo em todo aquele condomínio, Heitor, ou Beré como todos o chamavam, sabe-se lá porquê.

—Você viu o jogo?—Perguntou-me ao entrarmos no condomínio

—Claro que vi, Palmeiras campeão porra...

—Não seja ridículo, seu azeitona não tem mundial —Beré zombou

—Mas tem dez titulos brasileiros

Enquanto Beré me zuava, parei de responder, vi a vizinha sexy da janela descer de seu carro com umas bolsas de mercado na mão, cutuquei Berê e ele parecia não ter entendido

—Vamos ajudá-la! —Falei já correndo até ela, sem me importar com o peso de minha mochila nas costas,ou o uniforme da escola, aquela blusa pólo com logo vermelho representando a escola, nunca havia me favorecido.

—Podemos te ajudar?  —Perguntei

A mulher me olhou com rabo de olho, ela era ainda mais bonita de perto, seus peitos eram grandes, mas não tão enormes quanto eu pensava, mas combinavam com seu quadril largo, seus olhos de cor jabuticaba e os cabelos castanhos escuros presos.

Linda, absolutamente, linda

—Nico, pega uma bolsa! —Beré disse

Peguei as sacolas de mercado e ela sorriu agradecida

—Ainda existem lordes, venham comigo meninos.

Ela foi a frente com a calça jeans apertada e a blusa preta de manga longa.

Ela chamou o elevador e ao entrarmos apertei o botão de número 6. Ela arqueou a sobrancelha, mas não disse nada.

Culpei-me a todo instante por ser descuidado o bastante para mostrar a ela que sabia em qual andar ela morava, agora eu era o que?  Um stalker?

Saltamos no andar dela e assim que ela abriu a porta e entramos, observei seu apartamento, era como o meu e de meu pai, com uma sala média e cozinha america, porta de madeira no canto indicando o banheiro e o corredor que levaria aos quartos.

—Posso colocar aqui? —Perguntei ao deixar a bolsa na mesa de quatro lugares.

Olhei novamente em volta e reparei no piano no canto da sala

—Você toca? —Perguntei-lhe

—Há mais anos do que posso contar e você toca?

—Só  se for punheta! —Beré respondeu por mim e eu arregalei os olhos olhando-o

A morena riu e balançou a cabeça

—Vou lhes dá um agrado pela ajuda. —Abriu a bolsa e tirou duas notas de cinco —Pode pegar.

Agradecemos

—Posso lhe perguntar uma coisa? —Ela anuiu e eu continuei—Qual é seu nome?

—Charlotte

—Charlotte? —Beré perguntou

—É, minha mãe era americana. —Ela abriu a porta como quem dizia "Saiam" e esperou que fizéssemos com um sorriso belo e educado.

Saimos
—Que porra foi aquela, me fez passar vergonha!

Berê arrumou os óculos de grau no rosto antes de tirar a chave pendurada no pescoço —Relaxa,  foi mal!—Ficamos quietos por alguns instantes—Que mulher linda —Comentou—Pena que deve ter idade para ser nossa mãe

Ela tem a idade perfeita-pensei

Apertei o botão do elevador e só conseguia ter em mente a ansiedade para que a noite chegasse e eu talvez, caso tivesse chance, pudesse ver aquela mulher seminua novamente.

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