Mana

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Entrei em meu quarto como um perito, olhando cada canto e quase me frustrei ao fechar a porta e pensar não ter encontrado nada, mas assim que sentei em minha cama, vi uma calcinha pendurada na maçaneta, uma calcinha rendada e preta.

Levantei eufórico ao levar o delicado pano ao meu nariz, a calcinha tinha um cheiro inexplicávelmente doce.  A imaginei sem calcinha por baixo daquele vestido maravilhoso, mas por algum motivo, minha mente fez-me pensar nela, em tal estado ao lado de meu pai.

Pensar na possibilidade de meu pai, beijar a boca que desejo e penetrar no corpo que eu gostaria de voltar a entrar fez o tesão se transformar em medo.

Tirei meu celular do bolso e abri a janela, olhei para o prédio de minha Deusa e esperei meu pai sair dali, se ele demorasse mais de dez minutos, com certeza eu teria com o que me preocupar.

Existem rapidinhas... Um sexo pode durar menos... Charlotte disse que me contaria se transassem... Meu pai não pode tê-la -Pensei, minha mente estava um caos e a calcinha em minha mão piorava a situação.

Eu sabia que se continuasse fissurado em Charlotte acabaria em um manicômio, só de pensar nela meu corpo se agitava e eu não conseguia relaxar ou me controlar... Sou louco por essa mulher...

Vi a silhueta de um homem sair dos limites daquele prédio e sorri, quase agradeci aos céus por essa dádiva, nada havia acontecido e eu podia viver em paz ou ao menos dormir. Se bem que eu não dormiria naquela noite, não enquanto não aliviasse os desejos de meu amigo das calças.

Esperei pelo barulho na porta da sala e ouvi o boa noite vindo de meu pai. Era isso que eu precisava para trancar a porta, tirar a roupa e arrastar aquela peça intima em meu membro, até conseguir gozar e me sentir liberto e relaxado.

(...)

Beré havia faltado a aula por ter como obrigação, acompanhar a mãe,  que era médica e tinha um projeto de leitura para crianças internadas que acontecia todo mês.

Mesmo sabendo disso fui a casa dele por volta das duas horas, como havíamos combinado, apenas para estudarmos juntos. Beré tinha prometido ajudar Mari e eu na terrível matemática,  e sabendo de minha dificuldade não dispensaria seu auxílio.

Fui ao seu prédio e antes que pudesse bater na porta percebi que ela estava aberta, empurrei a mesma e entrei no apartamento.

Pensando que meu amigo estaria a minha espera, fui ao quarto dele, mas ao abrir a porta, vi Mari aos beijos com uma garota.

No momento em que olhei revirei os olhos ela não podia trazer um de seus casos, iriamos estudar.  Mas ao analisar rapidamente,não quis acreditar que era Helen, a irmã de 14 ou 15 anos de meu amigo.

Caralho-pensei

Era inacreditável, minha amiga estava aos pegas com a irmã do ex. Fiquei por algum tempo sem reação, apenas olhando. O jeito que elas se tocavam e a intensidade do beijo era típica de casais apaixonados.

Sem querer atrapalhar, dei dois passos para trás recuando e puxei a porta, mas infelizmente não fui sábio, já que o barulho feito quando fechei alertou minha presença as garotas.

—Quem está ai? —Perguntou Mari—Beré?

—Não! —Falei abrindo a porta, após segundos de hesitação

—Meu Deus ainda bem que é  você... —Disse Mari ao me olhar, ela parecia apreensiva e assustada

Helen arregalou os olhos e tampou o rosto com vergonha

—Me diz que não viu nada! —Disse Mari

—E tinha o que para ver? —Perguntei tentando parecer desinteressado e mal informado, mas a cruzada de braços de Mari e a vergonha aparente de Helen que a impedia de me olhar, não deixou que minha mentira pendurasse. —Eu não vou falar nada, fiquem tranquilas.

Mari passou a mão pelos cabelos curtos e a arrastou até a nuca, estava desconfortável com a situação —Se o Beré souber ele me mata!

—Não falarei para ele.

Helen levantou,ainda estava de uniforme, seu rosto quase infantil parecia vermelho e seus olhos cheios de água me deram pena—Promete? —Perguntou ela

—Sim!

Eu sabia o que era ter um segredo, nunca as entregaria, mesmo que algo em mim dissesse que aquilo era muito errado. Mari se aproveitava de meninas de nossa idade, estava sempre em uma espécie de caos amoroso, com toda certeza magoaria a pobre garota.

—Nico, se o Beré descobrir eu juro que te mato!

—Marina, eu já disse que não falarei nada. Confia em mim.

—Que porra de invasão é essa? —Disse Beré aparecendo na porta

—Heitor,  olha a boca—Gritou a mãe dele de algum outro cômodo da casa

—Ei esquisita, sai do meu quarto! —Falou apontando para a irmã —Procure seus próprios amigos!

Helen colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha e saiu do quarto.  Beré e a irmã eram assim, um o oposto do outro. Enquanto um era um sabichão tagarela a outra era quieta e reservada.

—Desculpe o atraso, aproveitaram a companhia da Helen?

Mari me olhou e eu dei de ombros

Nunca havia conversado com Helen, na verdade foram poucas as vezes que dirigimos a palavra, já que ela vivia sozinha e presa no quarto, mas desde o momento que entrei naquele quarto senti que sabia mais sobre ela do que podia imaginar.

—Eu vou pegar algo para comer e já volto, alunos! —Disse Beré sorrindo ao sair do quarto

Mari sentou-se na cama e me encarou, ficamos nos olhando de forma esquisita, o cima não poderia está pior. Com toda certeza as definições de desconforto haviam sido atualizadas.

—Nicholas, eu... —Mari começou, mas calou -se

—Já falei que não precisa se preocupar.

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Amores esse foi o cap, n esqueça de votar!!!!

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