Sob o mesmo teto

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Fui a escola no dia seguinte, mas meus pensamentos eram todos voltados a Charlotte e ao incêndio, que havia ferido ao menos seis pessoas de meu condomínio e infelizmente, matado uma senhora.

Visto oque tinha acontecido eu só pude agradecer por Charlotte está bem e como me garantiu por telefone "Voltando a São Paulo"

—Eu vi o incêndio na televisão! —Disse Mari—Ainda bem que os bombeiros conseguiram controlar

—A professora particular do Nico, deu sorte.  A senhora que morreu era vizinha dela.—Disse Beré, mordendo a coxinha

Dei um gole no meu guaravita e cocei a cabeça —Realmente, ela estava no lugar certo e na hora certa, no carro dela.

Mari tocou o ombro de Beré e apontou para mim com a sobrancelha—Parece que alguém se apaixonou pela professorinha de matemática.

Cruzei os braços e encostei na parede ao lado da cantina—Sai dessa! —Falei colocando o copo vazio de guaraná no lixo

—Ele se ajoelhou para chorar por ela, tinha que ver!

Mari passou os dedos entre os fios dos cabelos recém cortados—Porra, queria eu me apaixonar assim!

Beré olhou para ela rindo—Você é do mundo.

Mari deu de ombros fazendo uma cara engraçada,que nos fez rir

—Vou comprar mais uma coxinha, a fila diminuiu! —Beré se afastou um pouco, olhei para trás constatando a distância a qual estávamos, para conseguir falar com Marina sobre Helen, que havia exigido que eu a ajudasse.

—Vamos sentar! —Sugeriu Mari, apontando para um banco de madeira perto da árvore, olhei para o sol e teria dito não, mas naquele momento, almejava uma distância maior de Beré

Passamos pelas mesas e cadeiras brancas,agrupadas pelo refeitório e fomos para a única parte que ficava ao ar livre

Mari sentou no banco sem postura alguma e cruzou os braços—Acho que vou colocar um alargador maior! —Disse mostrando a orelha

Ignorei o comentário dela e respirei fundo —A Helen,pediu para eu conversar com você, ela está sofrendo, acho que gosta de você.

Mari passou a não nos fios curtos e escuros de seus cabelos—Ela é quase uma criança, não podemos ter nada e eu não a fiz sofrer!

Cruzei os braços e pensei se Charlotte me via daquela maneira, como uma criança descartável, balancei a cabeça,  afastando esse sentimento e decidi prosseguir

—Não acha que deve ao menos explicar a ela? Você se afastou do nada, a mina ta arrasada!

—Tá louco, quer que o Beré me odeie? 

—Ele não te odiou quando você largou ele para ficar com uma garota.

Mari riu—Isso é  o que ele fala!  E mesmo assim, mano, é a irmã dele, fui inconsequente! E você não tem nada com isso, só percebi a merda que fiz quando você apareceu e nos viu juntas.

Bufei—Por favor, a Helen é sensível.

Mari fechou os olhos por alguns instantes —Está bem, eu conversarei com ela

—Faça isso, ela deve está em aula no prédio de trás! —Falei

—Hoje ela tem aula até mais tarde, por causa da natação!—Disse Mari—Sei dos horários dela!

Olhei para Mari e sorri,mas ao perceber que Beré se aproximava, passamos a dizer coisas aleatórias

—Eu amo coxinha, mano, não existe nada melhor!

As 10 Lições Para o Paraíso (Hot)  Onde histórias criam vida. Descubra agora