Lição da Hora

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Eu estava pagando tudo que já  havia dito sobre encontros. Se Beré me visse agora diria que eu estou como uma menininha apavorada, e eu possivelmente  não poderia criticar tal comparação.

Me olhando no espelho tentando escolher que roupa usar eu criticava meu cérebro obsessivo e pervertido que por vezes mandava eu não pensar em roupa, apenas preferir ficar sem ela.

Tirei a quinta camisa e respirei fundo,cansado de criticar cada roupa que eu possuia.

Se controla-pensei

Ainda encarando meu reflexo, deixei de pensar em como parecer e relacionei cada peça do meu armário como : Qual dessas camisas masculinas Charlotte gostaria de usar para dar-me  aulas?

Lembrei de todas as blusas masculinas a qual a vi usar e peguei uma que combinaria com ela, uma preta com um pequeno símbolo que expunha a marca.

Satisfeito com a blusa preta, vesti um short qualquer e coloquei os mesmos tênis que usava para ir a escola, culpando-me por nunca limpá-los e rezando para que ela não fosse apegada a roupas, porque sinceramente, eu só queria tirar cada peça vestida por ela.

Passei um perfume de meu pai que ficava em meu armário, já  que segundo o próprio Em dias de crise o perfume pode se tornar bebida.

Sai do meu quarto e ao chegar na sala, deparei-me com meu pai, assistindo TV deitado no sofá.

Tentei pegar as chaves na mesinha de centro sem que ele acordasse e com a sorte que eu tenho, não consegui.

—Onde vai? —Perguntou

—A uma festa! —Falei

—Quer que eu te leve? —Sentou-se no sofá e passou a mão pelos cabelos

—Não precisa,a mãe de uma amiga vai nos levar e buscar!

Tive de responder rápido, meu pai sabia quando eu mentia, sorte minha ter treinado oque dizer em frente ao espelho.

—Amiga? —Ele sorriu de lado —Fale mais...

—Não começa! —Pedi impaciente, seguindo meu plano,  eu precisava me livrar do meu pai em no máximo três minutos.

—Tudo bem, quer dinheiro?

A resposta seria sim, sinceramente,  quem em plena consciência não queria uma grana?  Mas rejeitei, o tempo dele achar a carteira que vivia perdida e decidir quanto desembolsaria, mais a reclamação, me atrasariam.

—Volte logo, juízo!

Juízo?  Essa era a única coisa que eu queria distância naquela noite.

—Estou indo! —Destranquei a porta e ele me chamou

—Não esquece a camisinha, não se torme pai!

Revirei os olhos, eu não precisava daquela ladainha. —Tchau! —Falei em resposta

(...)

A porta de Charlotte estava aberta.

Entrei em seu apartamento e ouvi uma música baixinha vinda de seu som, ao lado da televisão.

Procurei por ela e não a achei, as luzes estavam apagadas me dando apenas a luminosidade de um abajur posicionado ao lado do sofá.

Não sabia se deveria chamá-la ou apenas manter-me quietinho e esperar.

Havia esperado tanto para tê-la que qualquer minuto a mais não iria me matar, apenas aumentar a ansiedade.

Sentei-me na poltrona e ouvi um barulho de saltos, sabia que era ela se aproximando, mas continuei sentado.

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