Cores na parede

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-A gente pode fazer na sua casa? -Ágatha perguntou pegando a mochila na cedeira ao meu lado

Olhei para ela pouco interessado, ter um trabalho em dupla com a Ágatha e a Lisa era como entrar no meio das cobras.

As duas eram amigas e não falavam com quase ninguém da turma, viviam de cochichos e risinhos e agora eu estava no meio disso tudo.

-Se não estiver disponível, podemos ir em minha casa-Lisa sugeriu

-Depois falamos sobre isso, temos quase um mês para listar os presidentes do Brasil e todos os atributos deles...

-Mas são muitos! -Ágatha falou-Não podemos começar hoje?

-Ele disse que não! -Lisa cutucou a amiga

-Eu preciso ir meninas! -Afastei-me delas como quem foge da cruz,não sentia necessidade alguma de ficar ali,com a loira e a morena que haviam grudado em meu pescoço com seu eu fosse o brinquedo novo. Bom de fato eu era novidade no Centro educacional Lemos Bragantino, um novato,como quem não sabia meu nome teimava em chamar, mas com toda certeza não era um brinquedo e nem seria o objeto de disputa daquelas duas garotas.

Procurei por Marina durante alguns minutos,Beré havia faltado e eu não possuia intimidade com mais ninguém.

Por não encontrá-la,decidi ir para minha sala,ao menos assim não seria o garoto sozinho no refeitório,odiava ficar só e não conseguia entender como terminei assim,nunca fui tímido, em minha outra escola vivia cheio de amigos e provavelmente, não valorizava o bastante a presença deles até está ali,voltando ao corredor onde encontrava-se minha sala.

Que merda de dia longo...- praguejei ao abrir a porta da sala e finalmente encontrar Mari.

Ele estava de cabeça baixa, encolhida na carteira

-Já tinha desistido de te encontrar!-Falei

Ela não respondeu,mas eu sabia que ela estava acordada,via seu pé mexendo-se.

-Aconteceu alguma coisa?-Perguntei

Mari levantou a cabeça e vi uma vermelhidão envolta de seu olho direito. Não soube oque dizer então apenas a encarei.

-Me meti em uma confusãozinha no banheiro feminino

-Te bateram...-Comentei minha constatação

Mari passou a mão nos cabelos bem curtos e me olhou-Não seria a primeira vez.

-Não vai falar para ninguém?

-A escola não se importa,não de verdade.

Olhei para minhas mãos, queria abraçar minha amiga mas ao mesmo tempo não sabia como agir. Talvez não tivesse intimidade para aquilo

-Depois da escola, quer ir a minha casa jogar FIFA? -Perguntei

Mari sorriu de lado-Já te aviso que eu massacro meus irmãos!

(...)

-Nicholas, não me faça ser o homem da situação! -Balançou a cabeça incrédula ao ouvir minhas reclamações-Qual é o problema de ajudar no joguinho da Lisa e da Ágatha, os caras da nossa escola matariam para ser o joguete.

Revirei os olhos e olhei para o placar, Mari ainda ganhava de 2 à zero eu era miserável no videogame, nem o Barcelona poderia me ajudar.

-Goool-Gritou Mari antes de voltar ao nosso assunto-Dê corda para as duas!

Balancei a cabeça negativamente. Lisa e Ágatha não eram interessantes o suficiente, para estarem jogadas no tapete do meu quarto jogando FIFA e comendo Cheetos com Coca-Cola. Muito menos sexys e sedutoras como Charlotte que, com um simples olhar bravo, reduziu os pensamentos de minha manhã em :Formas de fazê-la voltar ao normal comigo

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