Fogo

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A madrugada a qual enfrentei ao sair da casa de Charlotte foi uma das piores de minha vida. Primeiro, porque meu fracasso na cama não estava sendo fácil de esquecer e segundo pela confusão no prédio ao lado.

Eu finalmente tinha conseguido cochilar, após muito esforço, quando ouvi gritos e um clarão. Pensei inicialmente em uma festa com fogos ou uma briga besta,mas mudei de ideia rapidamente.

Meu condomínio nunca foi palco de confusão, tinhamos muitas famílias ali com idosos e crianças pequenas, além de regras, cujo todos respeitavam, logo não deveria ter gritaria as cinco da manhã.

Levantei e fui a janela, um clarão atingiu meus olhos, parecia que o sol estava em frente a minha casa, não estava entendendo muita coisa, talvez fosse o sono, mas o cheiro de fumaça ativou meu raciocínio lógico.

Fogo... O prédio de Charlotte estava em chamas. Abri a porta no desespero e encontrei meu pai no corredor.

-O que esta acontecendo? -Perguntou ele

-O prédio, está tendo um incêndio no prédio da frente!

Meu pai praticamente me empurrou, chegou a porta primeiro e saiu tão desesperado que desceu pelas escadas, fiz o mesmo que ele, pois pensamos na mesma pessoa naqueles segundos.

A sirene do caminhão dos bombeiros foi ouvida assim que cheguei no pátio, pessoas saiam correndo do prédio gritando e chorando, acordando curiosos e preocupados como eu e meu pai que, se reuniram nas janelas ao longo do condomínio ou saiam de suas casas para ver do que se tratava

Pensei em entrar no prédio, olhei em volta a procura de Charlotte em meio a confusão e não a encontrei, meu pai também a chamava, gritava o nome dela e olhava para cada mulher de cabelos pretos que conseguia encontrar.

Teria enfrentado as chamas por ela, mas ao ver que as pessoas que tentavam eram contidas por policiais e civis, desisti. Janelas explodiam e a cada segundo meu coração parecia mais abalado, eu estava prestes a chorar, o sexto andar estava tomado, parecia que o floco do incêndio tinha sido ali.

-Que porra é essa? -Disse Beré surgindo em meio a fumaça com tio Maciel, seu pai, ao lado.

-Olha a boca garoto-Repreendeu o pai

Ignorei meu amigo por completo, ajoelhei-me no chão observando a fumaça, o cheiro forte, os gritos e os corajosos bombeiros entrando no prédio, implorando para que Deus me ouvisse e salvasse minha bela e desejada Charlotte.

Beré me olhava confuso, sem entender meu desespero. Vi meu pai se aproximar com as mãos trêmulas e me oferecer um olhar pesaroso, tínhamos o mesmo sentimento, estavamos sentados novamente na sala das grandes perdas, lado a lado Eu não queria passar por aquilo de novo, já tinha perdido minha mãe e não aguentaria uma dor igual tão cedo.

-Eu não acho a professora dele! -Disse meu pai a Maciel

-Jorge, se ela estiver no prédio os bombeiros irão achá-la. -Marciel tocou o ombro do meu pai e respirou fundo

Ambos só se conheciam por conta de mim e Beré, mas tinham se tornado amigos, ao ponto de saírem para pescar ou jogarem uma pelada no final de semana. Bom, meu pai sair era raro, mas esses fatos aconteciam.

-Levante Nicholas!-Disse meu pai

O obedeci e mais que isso, me afastei dele e de tudo aquilo, buscando auxílio para respirar e conseguir me acalmar.

Beré me seguiu e me chamou algumas vezes até que eu virasse

-A Charlotte... -Falei segurando o choro-Ela está no sexto andar...

Beré olhou para trás e tocou a própria testa-Tem certeza?

-Sim, onde mais ela estaria? É o caralho da casa dela... -Minhas lágrimas escorreram e meu coração martelava o peito, só conseguia pensar em como acabei com a noite que deveria ser a nossa última.

-Ela pode ter saído, seja otimista!

Balancei a cabeça negativamente, uma dor enorme me atingiu como um soco, se ela tivesse morrido eu não saberia o que fazer, estava apaixonado por ela, sabia que não queria só sexo, está com ela era especial e se tudo acabasse daquela maneira eu não saberia como prosseguir.

Beré tentou me abraçar, mas me afastei, andei boa parte do estacionamento, desorientado e triste, procurando urgentemente pelo carro de minha Deusa, já que pelo estado do andar onde ela morava, não restaria mais nada para me lembrar dela.

-O que está fazendo?

-Procurando o carro dela! -Falei ao limpar o nariz que estava escorrendo

-Passamos da vaga dela! -Observou Beré

Olhei para trás e notei que meu amigo estava correto, Charlotte provavelmente tinha saido antes do amanhecer, aquela era a minha esperança, ao menos era oque eu queria acreditar.

-Me dê seu telefone... -Pedi a Beré

Ele tocou o bolso do moletom-Não está comigo.

Corri para meu prédio desesperadamente, subi os degraus até meu andar e ignorando o cansaço peguei meu telefone jogado na cana.

Heitor me acompanhou com um pouco menos de pressa por isso perdeu minhas cinco primeiras tentativas de falar com Charlotte.

Lágrimas ainda escorriam de meus olhos quando liguei pela sexta vez e ouvi sua voz aveludada dizendo um simples "O que você quer? Estou dirigindo! "

-Ah Charlotte, graças a Deus... -Falei mais que aliviado

-Ela está bem? -Perguntou Beré

E eu apenas anui

-O que foi, você não deveria está dormindo? -Perguntou um pouco irritada

-Eu achei que estivesse morta! -Falei e ouvi um ranger de pneus como se ela tivesse feito uma freada brusca

-Explica isso direito!

Me joguei na cama e sorri, falaria mil vezes, estava feliz por ela estar bem.

-----*------

Oi

Então galera, Valentina Aqui, me digam oq estão achando. -Foi curtinho, mas o prox será maior-

Interaja CMG, por favor, n seja fantasminha. Estou carente, aceitando até xingamentos kjkkkk (mentira)

Se gostaram do cap n esqueçam de votar e comentar, bjss...

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